SP pede aval da Anvisa e liberação da fórmula para testar “pílula anticâncer”

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O governo de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (17) que está se preparando para testar a “pílula anticâncer”, como ficou conhecida a substância fosfoetanolamina. Para isso ocorrer, porém, é necessária a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a liberação da fórmula de pesquisadores da USP São Carlos. Um protocolo para solicitar o início dos testes, elaborado pelo Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), já foi encaminhado para a Anvisa.

O documento também foi entregue aos pesquisadores que desenvolveram a substância para que eles passem a fórmula para o governo produzir o medicamento para testes. A intenção do governo é fabricar a pílula no laboratório da Furp (Fundação para o Remédio Popular), do Estado, em quantidade suficiente apenas para suprir a necessidade dos pacientes que participarão dos testes.

Os criadores da fórmula também foram chamados pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para participar de todos da pesquisa e acompanhar o desenvolvimento e reações dos pacientes ao longo do tratamento. O secretário de Estado da Saúde, David Uip, afirmou que está preparado para começar os testes imediatamente. “Inicialmente, serão 210 pacientes de dez grupos diferentes de câncer. Se a medicação se mostrar ativa e os pacientes se beneficiarem, dobramos esse número”, afirmou.

Os dez grupos de tumores selecionados para iniciar os testes são: pescoço, pulmão, mama, cólon, intestino, colo uterino, próstata, melanoma, pâncreas, estômago e fígado. Eles serão feitos nos hospitais estaduais AC Camargo (capital), Barretos, Jaú e no Icesp. As pessoas escolhidas para participar dos testes serão aqueles em estado avançado da doença e devem obedecer critérios técnicos, como não ter sido diagnosticado como paciente em estágio terminal.

O médico responsável pelo estudo, Paulo Hoff, explicou que isso ocorre para que a eficácia evolutiva do tratamento possa ser avaliada ao longo do tratamento. O governo não informou quantas doses cada paciente vai tomar durante o tratamento, mas disse que será a mesma já recomendada pelos pesquisadores da USP e já usada por milhares de pessoas.

Manifestação

Cerca de 100 pacientes com câncer e parentes ocuparam o plenário e impediram o início da sessão na Assembleia Legislativa de SP para conseguir a liberação da fosfoetanolamina sintét

ica, substância ainda em fase de testes que ficou conhecida como “pílula do anticâncer”. Liminares para obtenção do produto foram barradas pelo Tribunal de Justiça de SP, devido à falta de testes que comprovem a eficácia da substância em humanos. Os pacientes decidiram ocupar o plenário após audiência pública para discussão de lei de autoria do deputado Rafael Silva ( PDT), que tem o objetivo liberar o uso da pílula aos pacientes após a assinatura de um termo de responsabilidade.

Fonte: Folha de São Paulo / Felipe Souza

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