PGR pede à Suíça aval para denunciar Cunha por evasão de divisas

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A Procuradoria-Geral da República mandou para a Suíça um pedido de autorização para denunciar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelos crimes de evasão de divisas e sonegação fiscal em razão de movimentação irregular nas contas atribuídas a ele na Suíça.

As contas já são investigadas em inquérito no Supremo Tribunal Federal, aberto após a Suíça transferir a apuração sobre Cunha para o Brasil.

 O Ministério Público brasileiro precisa da autorização para denunciar o deputado porque evasão de divisas e sonegação não são considerados crimes pela legislação suíça, ao contrário do que é previsto na lei do Brasil.

Essa é a primeira vez que esse pedido de autorização para denunciar é feito na história da cooperação internacional entre os dois países. Isso está acontecendo porque a Suíça abriu mão da jurisdição, ou seja, decidiu passar a investigação para o Brasil.

A Suíça agora terá que responder se dá aval para que Cunha seja processado por esses crimes. Se a autorização não for concedida, ele ainda poderá ser denunciado por corrupção.

Entenda as suspeitas
O deputado é suspeito de usar contas na Suíça para receber propina decorrente de um contrato da Petrobras no Benin.

Há quatro contas na Suíça atribuídas ao parlamentar. Em uma delas, o MP suíço identificou um depósito de 1,3 milhão de francos suíços, que, segundo as investigações, é resultado de propina num contrato de exploração de um campo de petróleo em Benin, na África.

Em outra conta atribuída a Cunha, foi identificada a transferência de US$ 1,050 milhão para a conta de Cláudia Cruz. A suspeita é que, como as contas não foram declaradas, elas tenham sido usadas para lavagem de dinheiro oriundo de corrupção.

Cunha já é alvo de outro inquérito, no qual foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em razão de suposto recebimento de propina de R$ 5 milhões, valor que teria sido desviado de um contrato de navios-sonda da Petrobras. Essa denúncia será analisada na próxima semana no plenário do Supremo.

O deputado tem afirmado nunca ter recebido “qualquer vantagem de qualquer natureza, de quem quer que seja, referente à Petrobras ou a qualquer outra empresa, órgão público ou algo do gênero”. Cunha diz que não tem contas bancárias nem é proprietário, acionista ou cotista de empresas no exterior. Ele admite, porém, ser “usufrutuário” de ativos mantidos na Suíça e não declarados à Receita Federal e ao Banco Central.

Fonte: G1

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