Justiça quer dar “poder” ao professor para que ele possa ensinar

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Casos de agressões a professores em escolas públicas têm se tornado frequente nos últimos meses. No último caso grave, um professor apanhou de um aluno por causa do celular. Por mês dezenas  casos de violência escolar são registrados na Vara da Infância e Juventude.

Para evitar esse tipo de situação e fazer com que estudantes e educadores se resolvam na sala de aula, um projeto começou a ser desenvolvido em escolas de Guapiaçu (SP). É o projeto “Mediação Escolar e Justiça Restaurativa”. O trabalho tem o apoio do Ministério Público e deve se estender a outras escolas da região.

A violência em sala de aula envolvendo estudantes ou professores é o foco do projeto, lançado em duas escolas de Guapiaçu. “Acreditamos que a partir de agora a escola tem o poder de fazer isso, de colocar frente a frente o agressor e a vítima para dar resolução aos seus conflitos”, afirma André Luís de Souza, promotor da Infância e Juventude.

Os professores escolhidos para serem os mediadores receberam um treinamento do Ministério Público. A partir de agora qualquer conflito pode ser resolvido pela própria escola e todo o processo será acompanhado pela Justiça e os pais também vão ser chamados para resolver o problema. “Qualquer tipo de conflito de natureza cível, qualquer ato de indisciplina e na questão do ato infracional, os de menor potencial ofensivo, como brigas, discussões,  ofensas, o dano na escola, isso vai poder ser mediado. Nós ainda estamos colocando os atos infracionais mais graves ainda sob o crivo do judiciário”, diz o promotor.

A Justiça Restaurativa é um projeto do Conselho Nacional de Justiça. O objetivo é reduzir as ações judiciais que envolvem conflitos em escola. “Precisamos dar aos professores força, o poder pra que eles possam ensinar. Eles não podem ser desrespeitados. A sociedade como um todo tem de eleger os professores como profissionais fundamentais na sociedade. A Justiça está para evidenciar a figura do professor”, afirma o juiz Evandro Pelarin.

Além de Guapiaçu, escolas públicas de Rio Preto vão receber o projeto. O trabalho também quer ajudar a reduzir os casos de bullyng entre os alunos. Com a ação dos mediadores a expectativa é melhorar o ambiente escolar. “Os alunos vão carregar na aula essa mudança e fazer com que eles se envolvam na sociedade”, diz a professora Elizelma Polizelli.

As duas escolas de Guapiaçu que estão desenvolvendo o projeto são a Valdomiro Galo e a Coronel Batista de Lima. A expectativa é que nos próximos meses, todas as escolas da cidade sejam atendidas.

Segundo o promotor da infância e juventude de Rio Preto, a partir do mês que vem escolas de Rio Preto também vão receber o projeto. Algumas delas já foram escolhidas, como as escolas Darci Ribeiro e a Olga Mallouk Lopes da Silva.

Fonte: G1

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