Renan Calheiros presta depoimento à PF em inquérito da Lava Jato

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O presidente do Senado, Renan Calheiros

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), prestou depoimento à Polícia Federal na sexta-feira (10), em Brasília, num dos inquéritos relacionados ao esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato.

O peemedebista foi ouvido como parte da investigação que busca identificar se ele foi beneficiado com pagamento de propina em acordo da estatal com a categoria dos práticos.

O principal alvo do inquérito em questão, no entanto, é o ex-deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), aliado do senador alagoano e que já foi indiciado pela PF.

Renan decidiu comparecer à PF dias após o jornal “O Globo” revelar que a Procuradoria-Geral da República pediu a prisão do presidente do Senado, assim como do senador Romero Jucá (PMDB-RR), do ex-presidente José Sarney e do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Num primeiro momento, ao ser intimado, Renan solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) autorização para prestar esclarecimentos por escrito, pleito negado pelo ministro Teori Zavascki, relator dos casos da Lava Jato em tramitação na corte.

Na terça (14), Zavascki negou o pedido de prisão feito pela Procuradoria contra os peemedebistas.

De acordo com um investigador ouvido pela Folha, a eventual insistência em não ser ouvido presencialmente poderia dar mais força ao pedido de prisão feito pelo Ministério Público Federal.

INQUÉRITOS

As suspeitas relativas ao acordo firmado entre a Petrobras e os práticos foram levantadas a partir de informações prestadas pelo delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal.

Segundo Costa, Aníbal “falava em nome” de Renan e lhe prometeu, em 2007, R$ 800 mil “em caso de resolução favorável” em uma ação judicial pela qual duas empresas de serviços de praticagem da Baixada Santista cobravam R$ 60 milhões de indenização da Petrobras.

Na Lava Jato, Renan ainda é investigado em mais oito inquéritos. O senador foi citado por seis delatores como destinatário de propina desviada da Transpetro – Sérgio Machado, Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef, Fernando Baiano, Ricardo Pessoa e Nestor Cerveró.

OUTRO LADO

Sempre que procurados, Renan Calheiros e Aníbal Gomes negam participação em qualquer esquema ilegal.

Sobre a ida à PF, a assessoria de imprensa do senador informou que, “como maior interessado nos esclarecimentos”, Renan antecipou o depoimento e o fez na semana passada.

Fonte: FOLHA

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