Refalando a Refazenda

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[blocktext align=”center”]No julgamento da Presidente afastada, no Senado Federal, acontece de tudo. Do equilíbrio ao desequilíbrio emocional. Cada um é o que é, mas alguns mudam de uma hora para outra. Não, essa frase não é atribuída a Presidente autora das péssimas mas hilárias frases de efeitos. Que ninguém entende. Mas parece. E dá vontade de rir.[/blocktext]

A musa da criatividade da defesa da Presidente, Senadora Vanessa, mostra serviço todo tempo. Ela e os membros do quarteto que inclui as Senadoras Gleisi Hoffmann e Fátima Bezerra, e o sempre nervoso Lindberg. Gritam, agridem e criticam quando são agredidos. Repetitivos, nada acrescentam. Mostram desconhecimentos jurídicos e leem o que escrevem seus assessores. Aqui e acolá, acertam em alguns questionamentos, mas nota-se a ausência de conhecimentos,  ao menos acadêmicos, para legitimar a opinião. Por isso, a argumentação é sempre política. Muito blablabla. Aliás, quem tem cultura jurídica e política, reconhecidas, pelo menos até há algum tempo atrás, parece ter esquecido algumas coisas. Quando fala, ninguém entende. Uma metralhadora verbal que expõe uma vontade de terminar sua participação no mais rápido tempo possível. Esse é o advogado da Presidente afastada.

Para surpresa de todos, a sempre elegante nos seus pronunciamentos (até mesmo nas agressões) Gleisi Hoffmann, no primeiro tempo do julgamento, apelou para a ignorância, externando um julgamento pessoal de que o Senado e os Senadores não tem moral para julgar a Presidente. Ela simplesmente surtou, nas palavras e nos gestos.

Convivendo diariamente com senadores, ela deve saber muito bem da vida de todos, inclusive dela mesma, que pelo que se noticia diariamente, ela também não tem lá essa moral para criticar os senadores. Talvez depois das investigações que  a envolvem  e o seu marido, sim, se comprovada sua inocência. Agora, se ela não respeita a instituição que a alimenta, deve pelo menos vir a público e declarar por que questionou essa moralidade da casa e de seus membros.

A verdade é que a defesa demonstra trazer de casa a “cola” para as manifestações em plenário.

Esse julgamento está mesmo muito chato, por falta de riqueza cultural, e perde para os acusadores que são mais preparados, embora com exceções, mas exceções que dominam o assunto, senão juridicamente, mas em alguns casos também ou politicamente. Sabem usar as argumentações.

O eufemismo tem passado longe, pela defesa.

No entanto, a busca por palavras novas, algumas não encontradas nos dicionários contemporâneos, não agrega nada de novo, a não ser o vocábulo.

O quarteto, com toda a pabulagem, não dá uma Senadora Ana Amélia, que num constante equilíbrio emocional, contesta com argumentos consistentes.

O resto é ativismo.

Enquanto isso, o refalar dito pela inocenta Senadora Vanessa, nada mais é do que, literalmente, repetir as argumentações usadas anteriormente. E até o Ministro Ricardo Lewandowski, em determinado momento, também refez o que está sendo usual, com um “vou fazer um recomeço” e temos “uma repergunta”. Um ironia que ninguém desconfiou ainda.

Deve ser o espírito de Gilberto Gil que inspirou a Senadora Vanessa, quando afirmou que iria refalar. Lembrou Refazenda, no termo, e não na poesia filosófica de Gil. Um trecho da criatividade daquele talentoso músico e compositor:

 

“…O significado da palavra temporão

Enquanto o tempo não trouxer teu abacate

Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão

Abacateiro sabes ao que estou me referindo

Porque todo tamarindo tem o seu agosto azedo…”

´

Aproveitando então, eu recrio alguma coisa:

“Refalando sobre o impeachment,

Com nem tantas controvérsias,

Refalando a Acusação, que se repete

Mostrando o quanto a Defesa refala,

Tudo a mesma coisa, “refica” claro,

O Brasil precisa de um recomeço.

E o cidadão todos os dias repergunta:

Será?

Repensar, repensar e repensar, repensando

Um novo sonho dos brasileiros.

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