PF de Curitiba pede verba a Moro para luz, gasolina e manutenção de carros

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A Superintendência da Polícia Federal em Curitiba pediu judicialmente verbas recuperadas pela Justiça Federal para pagar conta de energia elétrica, gastos com gasolina e manutenção de carros.

O juiz federal Sergio Moro concordou com a liberação de R$ 172 mil para que as investigações da Operação Lava Jato não fossem interrompidas “por falta de dinheiro para despesas básicas”.

“Tenho presente que a autoridade policial [PF] não solicitaria esse remanejamento da verba caso isso não fosse absolutamente necessário”, disse Moro, em seu despacho, de novembro do ano passado.

A constatação de Moro, dois meses atrás, acaba por refletir a atual preocupação de entidades de policiais federais com o corte orçamentário da PF, previsto em R$ 133 milhões. Delegados divulgaram um manifesto no qual chamam o enxugamento de “Operação Desmonte da Polícia Federal”.

A informação sobre a liberação de recursos por Moro foi publicada pelo jornal “O Globo” e pela revista “Veja”. O juiz federal, que conduz os processos relativos à Lava Jato, aceitou o pedido da superintendência, “embora não seja muito apropriada a destinação dessas verbas para custeio”.

Foi a segunda vez que o juiz federal autorizou a liberação de verba recuperada pela Justiça para o órgão. Em agosto de 2014, ele autorizou o repasse de R$ 1 milhão, a pedido da PF de Curitiba, para aquisição de um sistema de câmeras de vigilância e alarme para unidades da Polícia Federal no Estado.

Como o total da verba não foi utilizado, a PF fez um novo pedido do valor remanescente para gastos com gasolina e conserto de carros.

O montante de R$ 1 milhão usado pela PF tanto para o sistema de câmeras quanto para custeio vieram de uma conta judicial de outro caso no Paraná relativo a lavagem de dinheiro, o Banestado, do processo do doleiro Helio Laniado. O valor foi devolvido pelo doleiro, que fez acordo de delação premiada no qual aceitou entregar os empresários para os quais fazia remessas ilegais, além de pagar multa.

A reportagem procurou a Superintendência da PF no Paraná, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

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