Papa Francisco e patriarca russo fazem reunião histórica em Cuba

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O Papa Francisco e o patriarca da Igreja Russa Ortodoxa Kirill fizeram uma reunião histórica nesta sexta-feira (12) no Aeroporto Internacional José Martí, em Havana, Cuba. Ao final do encontro, assinaram uma declaração conjunta, na presença de Raúl Castro.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que o encontro foi “um momento histórico e uma grande alegria para o papa”. Ele acrescentou que a reunião foi “muito cordial” e que eles chegaram a “uma meta”, que é “o ponto de partida de um caminho de unidade e compreensão, que não é fácil, mas muito valioso”.

Em pronunciamento após a reunião, Kirill afirmou que o encontro com o papa permitiu “entender e sentir” a posição do outro e que os dois estão de acordo quanto à possibilidade de católicos e ortodóxos cooperarem na defesa do cristianismo. As duas autoridades pediram uma ação imediata da comunidade internacional para proteger os cristãos do Oriente Médio.

“Em muitos países do Oriente Médio e do norte da África, famílias inteiras, vilarejos e cidades de nossos irmãos e irmãs em Cristo estão sendo completamente exterminados”, afirmaram na declaração conjunta. “Nós esperamos que nosso encontro contribua para o restabelecimento desta unidade desejada por Deus.”

O papa chegou a Havana às 17h (horário de Brasília) e foi recebido na pista do aeroporto pelo presidente de Cuba. Também o receberam o cardeal Jaime Ortega, principal autoridade na hierarquia católica da ilha, e o arcebispo de Santiago de Cuba e presidente da Conferência de Bispos, Dionisio García.

Kirill chegou em Havana na quinta-feira e também foi saudado por Raúl Castro, aliado da Rússia. Raúl havia recebido o papa Francisco em Cuba cinco meses atrás.

Planejado há anos, o encontro é um importante passo para a reaproximação após uma cisão de mil anos que dividiu o cristianismo. Segundo a agência AP, o Papa Francisco já havia afirmado que se encontraria com o patriarca Kirill “onde ele quisesse”. A reunião em Cuba foi anunciada na semana passada pelas duas igrejas.

As igrejas Católica Apostólica Romana e Católica Apostólica Ortodoxa se separaram durante o Grande Cisma do Oriente, em 1054, quando os líderes das igrejas em Roma e Constantinopla excomungaram-se mutuamente. Desde então, elas divergem em uma série de assuntos, incluindo a supremacia do papa.

De acordo com a AP, a violência que ameaça extinguir a presença de cristãos – católicos e ortodoxos – no Oriente médio e na África aproximou as igrejas. Ambas têm se manifestado contra os ataques extremistas islâmicos e a destruição de monumentos cristãos, especialmente na Síria.

Em um comunicado conjunto, as igrejas afirmam que o encontro “irá marcar um importante estágio nas relações entre as duas igrejas”.

Fonte: G1

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