Na última quarta-feira (27) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) lançou em seu portal o “Nomes do Brasil”, uma ferramenta online que apresenta algumas estatísticas envolvendo os primeiros nomes de cada brasileiro. Com dados do Censo 2010, a página informa que os nomes mais comuns entre os brasileiros são Maria, com frequência de 11,7 milhões de pessoas, e José, com 5,7 milhões de pessoas.
Para usar a ferramenta, basta acessar a página, digitar seu nome na busca e ver os resultados. Há ainda as opções de filtros por sexo e por Estado brasileiro. Mas após matar a curiosidade sobre seu nome, ou mesmo de seus familiares e amigos, vale a pena brincar um pouco com a ferramenta e experimentar alguns nomes mais inusitados e absurdos. Os resultados atestam a invencionice do brasileiro para batizar suas crianças.
Por exemplo, se colocarmos na busca o deus da mitologia nórdica Thor –mais conhecido como um super-herói dos quadrinhos e também nome de um dos filhos do ex-bilionário Eike Batista– aparecem 405 homônimos. O Estado com mais Thors é São Paulo, com 100, seguindo do Rio de Janeiro, com 84. Na área “nomes similares”, ficamos sabendo que existem no Brasil os “quase xarás” To e Tor (?).
Aliás, o próprio nome Eike é mais popular do que pode-se imaginar: existem atualmente 703 no país inteiro, sendo que o auge da popularidade do nome foi no Censo 2000, quando foram registrados 558 Eikes. Na época, o magnata Eike Batista ainda era casado com a modelo Luma de Oliveira e estava longe dos problemas que fizeram sua fortuna despencar nos últimos anos.
Uma busca por “Jonlenon” apresenta 61 pessoas. Sim, é uma corruptela de John Lennon, o ex-Beatle morto em 1980. Nos nomes familiares há “Jhonlennon”, “Jhonlenon” e “Johnlennon”; este último estaria quase fiel ao “original” se não estivéssemos falando de um nome e sobrenome que foram unidos em uma coisa só. Na mesma lógica temos no país 349 pessoas chamadas “Valdisnei”, que pode ser lido como um abrasileiramento de Walt Disney, o fundador do lendário estúdio de animação.
O IBGE também mostra o apreço do brasileiro por seus ídolos do esporte. De acordo com o último censo, temos 112 Pelés e 36 Sennas. Pouco importa se o primeiro era só o apelido do ex-craque Edson Arantes do Nascimento, e o segundo fosse o sobrenome, e não o primeiro nome, do falecido piloto Ayrton Senna.
Falando em sobrenomes-que-viraram-nome, assusta o fato de haver no Brasil 188 Hitlers e 100 Stálins, dois dos maiores tiranos do século 20. Do outro lado da moeda, da homenagem aos grandes pacifistas, há apenas 64 Gandhis e 21 Budas. Mas como esperado no maior país católico do mundo, o nome Jesus é bem popular, com 35.774 pessoas. O curioso é que desse total, 2.018 são mulheres.
É importante lembrar, porém, duas informações sobre a ferramenta. A primeira é que as formas variantes dos nomes foram contabilizadas via entrevista do recenseador ou pelo próprio dono do nome via internet; ou seja, pode ter muito nome que foi escrito errado por um ou pelo outro.
A segunda coisa é que a busca só apresenta resultados para nomes cuja frequência é maior ou igual a 20 para o total no Brasil. Para o Estado selecionado, se exige uma frequência de pelo menos 15 nomes iguais; para os municípios; ao menos 10 nomes. Ou seja, deve haver muito mais nomes incomuns pelo país afora que a ferramenta do IBGE não mostra por, digamos, “falta de quórum”.
Fonte: UOL