Olimpíada à Brasileira

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Passadas as alegrias pelas vitórias ou tristezas pelas derrotas, o importante é que entre mortos e feridos escaparam todos.

A Olimpíada, como sempre, é um dos mais eficientes e eficazes convívios entre os povos das mais diferentes nações, só desrespeitados, de forma grave, nas realizadas em Munique.

O Brasil chegou a pensar nos lobos solitários, nos homens-bombas, nos atentados em grupos. Preocupação natural, em razão dos tempos de violência, insensatez e intolerância que vemos num mundo agitado. Do mesmo modo, o ímpeto do tráfico no Rio de Janeiro, cidade cada vez mais tomada pelo crime organizado, também gerou inquietações.

É muito belo e desperta a felicidade que todos desejamos quando vemos irmãos de 206 nações de mãos dadas em equipe ou num carnaval patrocinado no encerramento pelos seus organizadores.

A pobre alegoria, no encerramento, num país em crise, foi superada pela riqueza dos corações dos participantes, que “caíram” na dança que mais representa nossa cultura, o carnaval, e, principalmente, da cidade sede, que continua maravilhosa.

Desafios apenas nas competições, solicitadas aos árbitros, durante os jogos.

Alguns imprevistos, algumas improvisações, mas Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, bem que acertou quando disse que seria uma “Olimpíada à Brasileira”.

E foi mesmo. Houve licitação de última hora; falta de recursos para concluir obras (não fiscalizadas nas construções, como deveriam), ausência de planejamento ou de execução do planejado, com a alegação de falta de recursos financeiros, etc.

E até um “Estado de Emergência” foi declarado para sensibilizar autoridades (O Estado não tinha recursos para pagar servidores estaduais). Foi um Take-off para nova transferência de recursos. E, note-se, a data de escolha da cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Verão de 2016, foi escolhida em 2 de outubro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca, em votação durante a 121ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional.

Desabaram câmeras, delegações recusaram hospedagem por falta de acomodações compatíveis, e até quiseram usar politicamente o eventos para fins ideológicos.

Teve de tudo, dois apresentadores da maior rede de televisão brasileira se expuseram ao ridículo, com ironias desnecessárias, numa briga para mostrar quem era o melhor.

Mas enfim, tivemos uma belíssima Olimpíada à Brasileira, com elogios merecidos pelos participantes e pela própria mídia internacional. Esse é o nosso Brasil. O Brasil de todos, e não o de nós e eles.

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