O Ministro da Saúde, Engenheiro Civil, Ricardo Barros, soltou o “barro” sobre o povo brasileiro, ao dizer que “pedir exame é cultura do povo, em termos de saúde.
Primeiro quem pede exame é o médico e não o paciente. E pede porque, conforme o caso, precisa de uma orientação concreta para fazer um diagnóstico correto e aplicar o tratamento com a medicação compatível.
Esse é o Governo técnico do Presidente Michel Temer? De fato parece, mas esse Ministro deve estar no lugar errado. Político, Engenheiro Civil e Empresário. Só pode dar nisso. Diz que o brasileiro imagina doenças. Era só o que faltava. Mais um contador de piadas prontas.
Médico não é adivinho para receitar pela cara do paciente e pelo achismo do Ministro. Ele deve sim, para se aproximar de uma certeza da doença, pedir exames. Quem tem legitimidade para pitaco em comportamento médico é o seu Conselho Profissional, é outra classe, que não é a sua.
Tanta ignorância neste Brasil. O ministro tem mesmo é que aperfeiçoar o SUS e fiscalizar belos postos de saúde, inaugurados com pompas para a população, muitas vezes sem médicos suficientes, enfermeiros, medicamentos e material hospitalar necessário para atender a demanda da população.
É claro que alguns médicos de inúmeros contratos e ainda assistência particular, pulam mais do que macacos de galho em galho, em busca de alimentos, sem substitutos em seus locais de trabalho, salvo em alguns momentos por estagiários, mas esse é um assunto que cabe mais aos Estados resolver. Sem dinheiro para atender melhor, nada se faz, e o jeito é aceitar o que tem, na forma que tem. Mas o número de faculdades de medicina aumenta periodicamente pelo Brasil afora. E não é só de Medicina, ocorre também com Direito, Engenharia, Informática, etc. Hoje no Brasil, o que mais se tem é curso superior.
Agora, se o Senhor Ministro tem ideías eficientes e eficazes, mas não vai aguentar o tranco, oriundo de vários problemas pelos quais passam o sistema de saúde brasileiro, peça para sair. Não engambele a sociedade com justificativas questionáveis para sua missão.
Ele esquece também que a maioria dos laboratórios brasileiros oferecem a retirada dos exames pela internet (instrumento hoje de grande acesso pela população jovem e adulta).
Ninguém pega exame (coisa rara, penso) sem correr logo para o retorno. Mas ele precisa mostrar essa pesquisa que determinaram sua avaliação sobre a cultura do brasileiro em termos de saúde. De conhecimentos e achologias vulgares estamos cheios. Pesquisa tem que ser a científica, se feita por instituição acreditada. Conta outra, Ministro.