O Ministério Público de Rondônia tem sido um dos parceiros de projeto executado pela Fundação Oswaldo Cruz em Rondônia (Fiocruz-RO), que busca detectar a prevalência das hepatites virais B, C e Delta, sífilis e HIV na população privada de liberdade em sistema prisional fechado em Rondônia. A estimativa é de que a iniciativa alcance 6.500 reeducandos em todo o Estado.
A iniciativa da Fiocruz em aferir o índice das doenças junto a esse público decorre do fato de que tais infecções são consideradas um grande problema de saúde pública mundial e local, sendo as pesquisas na população privada de liberdade, relacionadas ao tema, ainda muito escassas.
O Ministério Público de Rondônia foi a primeira instituição formalizar a parceria com a Fiocruz para viabilizar a iniciativa, atuando como mediador junto ao Governo do Estado de Rondônia, visando articular a execução dos estudos. O apoio da instituição também possibilitou que a Fiocruz obtivesse acesso aos dados referentes à população carcerária do Estado e às unidades prisionais. O projeto também conta com o apoio do CEPEM, Agevisa, Sesau, Sejus e FARO.
Segundo os pesquisadores da Fundação que idealizaram o trabalho, o médico infectologista Juan Miguel Villalobos Salcedo e a virologista Deusilene Souza Vieira, as adesões do MP e demais órgãos à iniciativa foram fundamentais. Os organizadores ressaltam que o trabalho realizado é de extrema importância e tem um caráter estratégico, já que o sistema penal pode funcionar como um ‘concentrador’ dessas doenças e, portanto, como um foco de dispersão para a população em geral, considerando a alta prevalência de sífilis, hepatites virais e HIV/AIDS, que constituem um problema de saúde pública em potencial.
Ainda de acordo com os pesquisadores, o projeto é realizado pela Fiocruz em etapas, as quais incluem a fase de palestras de conscientização sobre a importância do diagnóstico; a triagem para identificação do estado de saúde atual, bem como história pregressa do atendido, com consulta de enfermagem e preenchimento de ficha de investigação epidemiológica e, finalmente, os exames. “Pacientes com positividade terão acompanhamento clinico e laboratorial”, afirma a virologista Deusilene Vieira.
De acordo com os idealizadores do estudo, os resultados obtidos na pesquisa poderão colaborar para um melhor entendimento sobre a situação das doenças na população privada de liberdade em Rondônia. Os dados servirão de base para analisar a eficácia de ações preventivas na sociedade em geral e dentro do sistema prisional, de modo a propor mudanças com relação à prevenção.
Conforme os idealizadores do trabalho, apenados com diagnóstico positivo serão direcionados a um especialista para acompanhamento clínico e laboratorial, podendo ser solicitada a realização de novos exames específicos e/ou iniciarem tratamento. Neste caso, o estudo prevê, através de suas colaborações o acompanhamento clínico visando direcionar este paciente a um médico especialista para melhor elucidação do diagnóstico.
Estimativa
O projeto que busca verificar a prevalência das hepatites virais B, C e Delta, sífilis e HIV na população privada de liberdade em sistema prisional fechado em Rondônia prevê atender 6.500 reeducandos pertencentes as unidade prisionais, localizadas no Estado. A iniciativa teve início em agosto deste ano e até o dia 22 de setembro, 200 pessoas foram atendidas.
Fonte: Assessoria