Imagine estar passeando tranquilamente pela rua e de repente sentir alguém injetando uma seringa em você sem qualquer motivo. A cena parece improvável e causa angústia, mas infelizmente não é ficção.
Uma mulher que caminhava pela rua Pamplona, próximo ao cruzamento com a avenida Paulista, na região central de São Paulo, afirmou que na última quarta-feira (22) um homem injetou uma seringa em suas costas sem dar qualquer satisfação. Em entrevista à reportagem do UOL, a vítima (que preferiu não se identificar) afirmou estar abalada e ainda incrédula com a ação.
O instinto da peruana, que já mora no Brasil há um tempo, foi correr para socorrer a segunda mulher que havia sido machucada. “Sou médica e não pensei em seguir o homem, fui ver se a senhora estava bem. Ao conversar com ela, pedi para que olhasse minhas costas e ela disse que havia um pontinho vermelho, o que comprovou que ele tinha injetado a seringa em mim também.”
Assustada com o ocorrido, a vítima foi até o Instituto de Infectologia do Emilio Ribas para ser examinada. Ela fez exames de sangue e foi encaminhada para uma unidade de atendimento especializado em DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), onde recebeu a primeira dose do coquetel de profilaxia pós-exposição para prevenir a infecção pelo HIV.
Ainda não há resultados que confirmem ou descartem qualquer infecção.
Estou muito preocupada com as chances de contágio, me sinto impotente e abalada. Não é só uma agressão física, também é emocional. Um transtorno enorme.”
Em nota, o Instituto de Infectologia do Emilio Ribas confirma o atendimento a um paciente que relatou “ter sido vítima de uma agulhada próximo à avenida Paulista”. A entidade reforça que casos como esses são raros em seus serviços e que os riscos de transmissão de doenças infecciosas são considerados mínimos, não havendo necessidade de pânico para a população.
Para quem passar por situações semelhantes, o instituto aconselha manter a calma, lavar o ferimento com água e sabão, sem usar álcool em gel ou soluções que machuquem a pele, e procurar um serviço de saúde.
A peruana terá que passar por 28 dias de tratamento e exames contínuos para checar se os resultados apontam contágio para diversas doenças.
“Não sei nem se havia algo na seringa ou se estava vazia. Como médica, sei que, como a agulha atravessou minha roupa, as chances de contágio são baixas, mas tenho que pensar no pior e me prevenir”, afirmou. “É difícil acreditar que existam pessoas com intenções tão maldosas e que possam nos afetar diretamente enquanto caminhamos pela cidade.”
A médica peruana registrou queixa por lesão corporal. A Polícia Civil apura o caso. O agressor, que, segundo a vítima, tinha aparência de morador de rua, ainda não foi identificado.