Mesmo diante da recessão econômica nacional, a Fundação de Amparo à Pesquisa de Rondônia (Fapero) fará mais seis chamadas, neste semestre, para apoiar projetos científicos em Porto Velho e no interior do estado.
Pró-Rondônia, mestrado docente, mestrado regular, doutorado docente, doutorado regular são as áreas contempladas.
No início deste mês, a chamada foi para o Programa Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (PPSUS), que dispõe de R$ 1 milhão concedidos pelo Ministério da Saúde. “O governador Confúcio Moura garantiu esses recursos, e isso nos anima no atendimento a diferentes setores”, comentou o presidente da Fapero, Francisco Elder, completando que a Fapero está em melhores condições que outras similares no País. “Outros estados estão fazendo pouco”.
A região Norte, à qual Rondônia pertence, tinha o menor número de cursos de pós-graduação na década de 1990, porém, aumentou em 1.200% o número de mestres entre 1996 e 2014.
No doutorado, o crescimento superou 1.400%, segundo dados fornecidos pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, organização social fomentada e supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS, SAÚDE MENTAL E ALIMENTAÇÃO
Na primeira chamada PPSUS em 2013, o governo possibilitou à Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) aplicar recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em doenças infecto-parasitárias, vigilância em saúde com base territorial local, integralidade da atenção, mortalidade e morbidade materna e infantil.
No seminário realizado pela Fapero em junho do ano passado, o plenário elegeu doenças infecto-contagiosas, saúde mental e alimentação para obter prioridade nos editais de 2016.
Relatório enviado em fevereiro deste ano ao governador Confúcio Moura alinha as carências que deverão ser amenizadas no quinquênio iniciado em 2015, até 2020: 1) número de doutores e número de patentes obtidas por residentes; 2) número de estudantes bolsistas no Programa Ciência Sem Fronteiras; 3) número de Pessoal Técnico Qualificado (PoTec); 4) número de programas de mestrado e doutorado; 5) presença de instituições federais de pesquisa; 6) nota média de programas de pós-graduação e disponibilidade de engenheiros; 7) densidade da rede de assistência tecnológica.
Com o título Doutores 2010: estudos da demografia com base técnico-científica, o levantamento anterior havia mostrado que o número de doutores titulados pelas universidades brasileiras, entre 1996 e 2008, cresceu 278%.
Intitulado Mestres e Doutores 2015, o novo levantamento revelou que, entre 1996 e 2014, o crescimento foi de 486%. Em 2014, o Brasil formou 50,2 mil mestres e 16,7 mil doutores – ante 39,5 mil mestres e 11,3 mil doutores, em 2010.
Os dados divulgados pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos durante a 68ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Porto Seguro (BA), revelam que o número de doutores aumenta no País, embora permaneça abaixo da média mundial.
Em 2013, a média brasileira foi de 7,6 doutores formados por 100 mil habitantes – ante 20,6, nos Estados Unidos; 34,4, na Alemanha; e 41, no Reino Unido. Entre os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), só o México e o Chile têm um desempenho inferior ao Brasil.
Entre 2009 e 2014, o número de mestres e doutores empregados na iniciativa privada aumentou em 9,8% e 11,7%, respectivamente.
O estudo foi feito com base em dados do CNPq, da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior (Capes), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Ministério do Trabalho e Emprego.
Fonte: Secom – Governo de Rondônia