Fazenda Futuro colhe abacaxis até outubro e amplia parcerias para tanques ecológicos

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O trator com lâmina levanta poeira no campo todas as manhãs. Agosto foi o mês da correção do solo com calcário.

A Fazenda Futuro, um caso amazônico de sucesso agrícola, amplia áreas de fruticultura e olericultura com apoio e aval da Embrapa Rondônia, Embrapa Amazônia Oriental (Pará) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater).

Distribuídos em frentes de trabalho, 70 reeducandos amparados pelo fundo penitenciário preparam-se para as próximas safras. Parte da equipe revitaliza três tanques que terão lâmina d’água e berçário de peixe tambaqui, onde serão colocados 500 alevinos.

A colheita de pelo menos 70 mil abacaxis da variedade pérola começará entre os meses de setembro e outubro, conforme anunciou o coordenador do projeto da Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), Lourival Milhomen.

“Da Embrapa do Pará recebemos mudas de cupuaçu sem caroço e a cultivar de açaí de touceira BRS Pará, que pode ser irrigado e produz o ano inteiro; da Emater-CE recebemos mudas de cajueiro”, informou o coordenador.

Segundo o técnico da Emater-RO, Josciney Viana de Farias, ambas serão plantadas em período juvenil, consorciadas. A exemplo das mudas de castanha, a germinação ocorre na própria fazenda.

Castigada pela estiagem, a área de meio hectare com maracujá será substituída. Em um ano e meio, ela carregou duas vezes, contou Viana. Canteiros de pepino e maxixe também serão renovados.

Duzentas mudas de tomate plantadas estão em fase de germinação a custo zero na estufa artesanal de plástico comum, bambu e sombrite. Uma das áreas com bananeiras [variedades prata e da terra] servirá agora para o aumento das lavouras de mandioca.

O consumo das frutas é interno nas unidades prisionais de Porto Velho, atendendo apenados e servidores. “Nos fins de semana, cada um deles [do regime semiaberto] chega em casa com hortaliças [sem agrotóxicos] e frutas da estação por eles cultivadas, e isso os valoriza muito”, comentou Milhomen.

A administração também faz doações ao Lar do Bebê, Casa do Ancião e a igrejas que mantêm compromisso com o social.

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Apenados colhem cebolinha

“MENINA DOS OLHOS”

O reconhecimento da área de 309 hectares da fazenda ocorreu em 2012; a infraestrutura e o primeiro plantio de abacaxi e mandioca vieram em 2013; a manutenção em 2014; cursos de capacitação, aumento do plantio e manutenção em 2015; e em 2016 as terras são preparadas para outras culturas.

“Menina dos olhos” do governador Confúcio Moura, a castanha alcançou sete mil mudas ensacoladas, de um total de 65 mil em estado de germinação no chão do viveiro.

O plano prossegue inalterado. Com a germinação em massa a fazenda irá abastecer prefeituras, cooperativas e associações.

A Sejus consulta atualmente o Tribunal de Contas para buscar a legalidade na futura comercialização do excedente de produtos a serem distribuídos em creches, hospitais e escolas. “O dinheiro obtido com a venda de frutas e hortaliças se reverterá na compra de insumos”, anunciou Milhomen.

Juntas, horticultura, fruticultura, avicultura de corte, bovinocultura de leite e piscicultura garantirão até 2017 o café da manhã, refeições, sobremesa e lanches dos apenados.

Nas fases iniciais do projeto, desde 2013, a fazenda estabeleceu parcerias com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que cedeu máquinas, enquanto a Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri) doou transporte e calcário.

Antigas posses em litígio estão sendo analisadas pela Justiça Federal. A área inteira da fazenda já tem laudo de avaliação e foi georreferenciada.

TANQUES ECOLÓGICOS

Dois tanques com capacidade para 100 mil litros receberão alevinos de pirarucu durante seis meses. Um está pronto, já recebeu alevinos, outro ainda não tem lona interna.

Água de poço artesiano já está ligada ao tanque de pirarucu. Com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a fazenda pleiteia novos cursos de capacitação.

Segundo Milhomen, o ritmo de trabalho “inspirou o governador a determinar a construção do terceiro tanque ecológico”. Nova coleta de pneus será feita no início do mês.

O tanque para criação de pirarucu reaproveita pneus velhos recolhidos na cidade. Em apenas dois dias, o coordenador totalizou quinhentos. A construção demorou uma semana.

À esquerda desse tanque, outro grande serve para a decantação. Segundo o técnico Viana, ali serão depositadas águas dos tanques ecológicos. Dejetos nelas contidos serão naturalmente maturados, transformando-se em adubos orgânicos que irrigarão hortaliças cultivadas.

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Tanque ecológico usa pneus velhos; governador determinou a construção do terceiro

O técnico aponta a sequência de níveis diferentes do solo entre os tanques, explicando que os canteiros de hortaliças serão irrigados por gravidade.

Atualmente fazenda produz biofertilizantes usados canteiros de hortaliças, usando fezes de galinha, folhagens.

A correção de solo está sob responsabilidade da Seagri, e análises do solo é feita pela Embrapa-RO. A Seagri enviou à fazenda uma carreta de cama de galinha.

A área demonstrativa da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac) reservou 60 mudas (matrizes) de cacau que servirão para enxertos. O cacau vem sendo revitalizado em municípios tradicionalmente produtores no estado.

Durante a abertura da 2ª edição da Feira de Negócios e Tecnologias Rurais Sustentáveis de Porto Velho (Portoagro), dirigentes da Sejus, da Fazenda Futuro e do grupo Rovema firmaram parceria para apoiar o projeto.

A Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd) cedeu registros d’água, canos, canaletas e outros equipamentos de hidráulica.

No momento, a Coordenadoria de Assuntos Urbanísticos da Prefeitura de Porto Velho contribui com as obras, cedendo uma máquina escavadeira Pc. “Vencemos algumas etapas e já estamos precisando dela outra vez”, apelou Milhomen.

QUANTO O GOVERNO INVESTE

Na parceria com a Emater, o Projeto Agropecuário Fazenda Futuro investe R$ 1,2 milhão. No item alimentos, destacam-se os seguintes investimentos:

► R$ 114,5 mil em horticultura
► R$ 99,4 mil em fruticultura
► R$ 475 mil em avicultura de corte
► R$ 428,3 mil em bovinocultura leiteira
► R$ 99,6 mil em piscicultura

Fonte: Secom – Governo de Rondônia

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