Em ‘dia tumultuado’, Dallagnol diz que reação à denúncia é ‘natural’

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O procurador da República Deltan Dallagnol durante apresentação da denúncia contra Lula nesta quarta (14)

Em uma palestra na tarde desta quinta-feira (15), um dia depois de apresentada a denúncia contra o ex-presidente Lula, o procurador Deltan Dallagnol afirmou que “é natural que, depois de uma acusação, venha uma reação”.

“Hoje é um dia um pouco tumultuado”, disse o procurador, que na quarta (14) apontou Lula como “o comandante máximo” do esquema de corrupção na Petrobras.

Desde esta quarta, a apresentação da denúncia do MPF contra Lula tem sido alvo de críticas por defensores do ex-presidente, que dizem que os procuradores não têm provas, mas apenas convicções.

Até mesmo os slides de Dallagnol, que apontam Lula como o centro de um esquema criminoso, foram satirizados nas redes sociais.

Coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Dallagnol brincou: “Eu decidi não usar nenhum slide hoje”, disse à plateia da Semana da Democracia, em Curitiba.

Num tom bem mais ameno, o procurador lembrou as reações de investigados às denúncias de fases anteriores da Lava Jato, em especial na que investigou a empreiteira Odebrecht.

“Na época, convocaram uma coletiva para falar que não tínhamos mais que indícios e presunções”, afirmou Dallagnol, que disse que essa é “uma estratégia de comunicação”.

FURACÃO

O procurador afirmou que as críticas “não surpreenderam” a força-tarefa.

“É natural que pessoas investigadas reajam, e quando elas são poderosas econômica e politicamente, a reação toma um vulto”, disse.

Dallagnol disse que a força-tarefa atua “no meio de um furacão”, que “levanta ânimos e acende paixões”, mas que é formada por “técnicos que estão fazendo seu trabalho e tentando transmiti-lo para a sociedade”.

Apesar da breve fala, em tom calmo e de desabafo, o procurador não quis falar com a imprensa, nem responder a perguntas da plateia.

Membros da força-tarefa lamentaram a repercussão negativa de alguns trechos da entrevista coletiva desta quarta (14), mas reafirmavam a confiança nas provas da investigação.

Fonte: FOLHA

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