Você certamente já viu alguém com o nariz meio inchado, com a pele vermelha e com aspecto poroso. Muita gente acha que é excesso de cravo, mas o nome da doença é rinofima, uma inflamação que começa com vermelhidão e pode até virar câncer. O otorrino Francini Pádua explica como é o tratamento e o cirurgião plástico Luis Henrique Ishida diz quando é preciso operar.
Falando em operação, muita gente acha que precisa de uma cirurgia no nariz. De fato, 8 em cada 10 brasileiros têm desvio de septo, ou seja, a parede interna do nariz é torta, mas nem todos os casos exigem operação.
Nariz grande não é sinônimo de respirar bem. O septo nasal é uma “parede” que divide as 2 fossas nasais. Possui uma parte óssea e outra cartilaginosa, recobertas por uma mucosa. É uma estrutura com a qual já nascemos e que vai aumentando a medida que crescemos. Em geral, é durante a puberdade que os desvios começam a ocorrer, causando obstrução em uma ou ambas fossas nasais, interrompendo o fluxo de ar e dando a sensação de nariz entupido constantemente.
Segundo a Dra. Francini, o desvio de septo pode ser visto em até 85% da população em diferentes graus. A condição pode levar a outros distúrbios como respiração oral, ronco, sono ruim e apneia, mais chance de sinusite, dificuldade no olfato e, inclusive, dores de cabeça.
Indicação de cirurgia – Apesar do desvio, não são todos os casos que são levados pra mesa de cirurgia. O grau de desconforto depende do local do desvio, em geral, o desconforto é maior quanto mais perto da ponta do nariz, sendo mais leve quanto mais perto do crânio. A principal indicação de cirurgia é para pessoas que possuem dificuldades de respiração, mas desvios estéticos e pacientes com dores de cabeça também podem ser analisados.
Rinofima
O rinofima pode ser descrita como a hipertrofia das glândulas sebáceas do nariz que causam alterações na espessura, aspecto, cor e vascularização da pele. Os quadros iniciais se apresentam como uma rosácea, que evolui para um quadro de inflamação crônica com pústulas até chegar ao rinofima.
As causas da condição não são totalmente conhecidas, mas observa-se uma maior prevalência em homens e tem como fatores de predisposição a hereditariedade somado ao hábito de beber. Acomete a região do nariz pela grande quantidade de glândulas sebáceas do local, segundo o Dr. Ishida.
O diagnóstico precoce torna o controle mais efetivo. A grande preocupação é que a inflamação crônica estimula a multiplicação de células, aumentando a probabilidade de desenvolvimento de tumores cancerígenos.
O tratamento não acaba com a doença, apenas faz a regulação da área atingida. Além do uso de antibióticos pra conter a inflamação em estágios mais brandos, podem ser usados métodos cirúrgicos com laser, bisturi e/ou escova rotativa, visando o remodelamento do nariz. Dr. Ishida lembra que o procedimento é bem característico, pois não há necessidade de fazer enxerto. O pós-operatório pode ser difícil, pois é necessário esperar a cicatrização da área atingida, limpando o ferimento e fazendo várias trocas de curativos.