Debochando das instituições

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Debochando das instituições

Sr. Emílio Odebrecht expôs um perfil que não se esperava.
Debochou das instituições e da cultura brasileira que ele integrou e se aproveitou.
No seu depoimento, sempre com um sorriso irônico, quis mostrar que todos no Brasil são iguais na corrupção. Não é bem assim.

Desclassificou empresários com sua fala.

Seu filho, Marcelo Odebrecht, talvez por conhecer as agruras da prisão, gaguejou em respostas, mas o fez com a serenidade e respeito.

O MPF enquadrou o pai no ato, mostrando que tudo o que ele compartilhou é crime, apesar de ser o pai dos negócios que seu filho gerenciou.

Sabendo de tudo, omitiu-se e hoje pretende salvar sua guarda. “Grande exemplo” para as gerações.

Dono de uma das mais respeitadas empresas de engenharia, por excelência, preferiu, entretanto, a coisa fácil e grandiosa, comprando autoridades no mundo todo.

No Brasil, nas horas vagas, fortalecia suas relações de amizade com os ex-presidentes. Virou lobista e esqueceu a responsabilidade social de suas empresas.

E, certamente, ensinou Lula a ser lobista.

Há uns quatro anos, antes da Lava-Jato, escrevi no espaço “bronca geral” (espaço extinto) do Diário do Poder, que as palestras de Lula eram além de “agradecimentos”, uma forma de dar legitimidade a sua fortuna.

Disse ainda que fortunas estariam em paraísos fiscais e citei, entre outros, um quase desconhecido, Andorra, um Principado situado entre a Espanha e a França, onde a segunda língua mais falada é o português. Em lugares assim que a Lava-Jato tem descoberto offshores.

“Sêo” Emilio vulgarizou-se. Uma pena. Sempre acreditei na sua empresa onde deu continuidade, gerindo as obras do seu pai, fundador da empresa.

A Odebrecht, um grande orgulho nacional, com reconhecido nível de excelente tecnologia em suas obras, não apenas atropelou sonhos brasileiros, mas também sonhos dos seus próprios empregados, qualificados, e exemplo profissional.

O Senhor Emílio, Marcelo, Lula, Dilma, Mantega, Palloci, para lembrar os mais fortes em cargos ou na política, parecem mesmo farinha do mesmo saco

Mas fica difícil saber se foi Lula que usou a Odebrecht ou a Odebrecht que usou Lula para as pilantragens. De qualquer forma, a ordem dos fatores não altera o produto.

Terrorismo Ministerial

O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, continua com suas ameaças. Substitui o parlamento nas discussões. Sua voz é sempre intimidativa e seu público alvo em todo tempo é o pobre aposentado que usou as leis do momento quando passou para a inatividade. Não critica os ex-presidentes e o parlamento ostensivamente, mas é como se fosse porque muitas leis foram sancionadas pelos poderes públicos. Sua fisionomia é de terror. E o que ele fala dos juros mais altos do mundo? Já disse que os juros dos cartões de créditos cairiam pela metade em razão dos seus planos estratégicos, mas, até agora, o que acontece são elevações constantes.

Procrastinando

O negócio é procrastinar para adiar condenação. Afinal, convocar 87 testemunhas de defesa, residentes no Brasil ou no exterior, algumas até liberadas recentemente, não sei bem se é uma piada pronta ou tática tardia de defesa para não virar ficha-suja, visando as eleições de 2018. A sociedade, impaciente cada vez mais, aguarda tudo isso.

A ideia de travar a Lava-Jato, cada vez mais se expande entre os delatados ou investigados. Correm contra o tempo, mas não alcançam o resultado das delações que se aproximam de comprovações de forma concreta seus envolvimentos. O pior é os movimentos podem mesmo estar partindo daqueles que comandam o país, detentores da faca e do queijo, mas esquecem que o cidadão vê tudo isso.

Semana quente

Não é apenas o clima que vem aumentando o calor nas capitais, notadamente, do norte e nordeste, mas de forma paralela o clima político também. As novecentas e tantas gravações preencherão a mídia eletrônica, deixando suados os investigados e seus parceiros…e favorecendo o mercado com as farmácias que venderão mais calmantes, antidepressivos, e outros para controlar pressão arterial, dor de cabeça.

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