Cara nova, mas com velho problema: transformação da Lagoa para os Jogos 2016

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Palco do remo e da canoagem de velocidade tem desassoreamento para chegar ao mínimo de profundidade; entorno ganha ares olímpicos, mas esgoto tem mau cheiro

Entre os dias 6 e 20 de agosto, a Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro, receberá as competições de remo e canoagem de velocidade nos Jogos Olímpicos de 2016. O local ainda passa por ajustes para receber as provas, mas o entorno tem mudanças no visual que dão o tom olímpico. A luta é contra o tempo para que tudo fique pronto. Grades já demarcam e isolam alguns lugares; um alojamento improvisado para os barcos do Flamengo chama atenção de quem caminha, comerciantes projetam vendas, pedalinhos passam por retoques para receber turistas. O cenário é manchado pelas tubulações de esgotos que seguem sendo despejados em alguns pontos.

Como a prova é disputada ao ar livre, tem que ter mais atenção aos locais com ponto cego onde não é possível ver, nem mesmo de longe, um barco que seja. O principal desafio é finalizar o desassoreamento nas raias, um projeto de R$ 10 milhões financiado pela Prefeitura. Para a realização das regatas é necessário que a profundidade seja ao menos de três metros. A Lagoa, principalmente perto do local de partida e chegada, só apresentava cerca de um metro. Os blocos de saída ficarão próximos à Fonte da Saudade, e a linha de chegada será no Estádio de Remo.

– Identificamos inicialmente duas áreas, na largada e na chegada, que não tinham a profundidade ideal. Acredito que tudo ficará perfeito — disse Colleen Orsmond, diretora de remo no Comitê Rio-2016, em entrevista.

Colônia de pescadores remodelada, pedalinho ativo e Fla desalojado

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Uma das principais mudanças no cenário da Lagoa foi a remodelada colônia de pescadores, agora com casas novas e padronizadas, com direito a deck para cada uma delas. Já quem aluga os pedalinhos não ficará no prejuízo durante a Olimpíada. Os responsáveis foram comunicados que os passeios não serão suspensos, mas precisam ser feitos apenas dentro de espaço demarcado por boias. Nos dias de competição, a restrição será mais ampla. Nesta terça-feira, funcionários davam retoques nos pedalinhos. O passeio para duas pessoas sai por R$ 30 por meia hora. Dez botes da Capitania dos Portos ficarão espalhados pela Lagoa para fazer a segurança.

Alguns comerciantes que ficam no entorno da Lagoa vendendo bebidas garantem que a ideia é manter os preços para, segundo eles, ganhar na quantidade de itens vendidos. O coco, até o momento, segue na casa dos R$ 5.

Quem está temporariamente desalojado é o remo do Flamengo, já que a sede náutica do Rubro-Negro, que fica perto da linha de chegada, está entregue ao Comitê Olímpico Internacional (COI) até o final de setembro. A flotilha do clube está guardada em um container próximo ao Corte de Cantagalo. Seguranças do clube se revezam dia e noite para guardar os barcos.

O cinema que funciona perto da sede rubro-negra também está fechado para o público, pois virou parte da estrutura para os Jogos. Agentes da Força Nacional já fazem o patrulhamento nos locais reservados para a Olimpíada.

A Lagoa foi o lugar escolhido para a construção do “Baixo Suíça”, uma área de hospitalidade de 4100 m² que terá três casas e um parque ao ar livre a partir do dia 1 de agosto. Será o local para os suíços e convidados comemorarem suas medalhas e acompanharem as competições em um telão. Para a montagem da estrutura, o campo de beisebol foi desativado momentaneamente, mas, para deixar um legado após o Rio 2016, o governo suíço vai ajudar na revitalização do local.

Fonte: GE

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