Morreu na madrugada deste sábado (5), no Rio de Janeiro, aos 72 anos, a atriz Marília Pêra. Segundo informações, nos últimos meses ela lutava contra um câncer no pulmão e respirava com ajuda de um balão de oxigênio. A atriz estava afastada do seriado “Pé na Cova” no qual fazia parte do elenco desde 2013.
Ela era um luxo’, diz Ney Latorraca de Marília Pêra
“Chegava na hora, sabia o texto, brilhava e fazia as pessoas ao lado dela brilharem. Ela era um luxo. Em 20 dias tava pronto o espetáculo. Jamais teve a mediocridade, nunca soube o que era isso. Pelo contrário. Amava a profissão dela, uma coisa de tirar o chapéu. É como se morresse uma estrela de rock, uma estrelona mesmo. Da vida, do palco”, lamentou Latorraca.
Além da admiração pelo ícone que a atriz representava, ele sofreu uma perda pessoal: Marília era sua madrinha de teatro. “Ela me entregou o diploma quando me formei. Me dirigiu na ‘Irma Vapp’, com [Marco] Nanini. Morreu uma das mulheres mais importantes do país”.
O ator e roteirista Flávio de Souza, que escreveu com Marília a autobiografia “Vissi D’Arte, 50 Anos Vividos para a Arte”, também lamentou a partida da atriz.
“Ser dirigido por ela, em ‘Palmas para o Senhor Diretor’, foi a maior aula de interpretação que eu tive na vida. Foi difícil, porque ela fez eu fazer coisas que eu nunca tinha feito. Mas, como ator, eu nunca fiquei tão feliz com o que eu tinha feito, graças a ela”, contou Flávio.
“Ao entrevistá-la para a biografia, ela mesma me falou coisas que se comentava sobre ela: que ela era chata, exigente. Trabalhando com ela, entendi que ela era sim exigente, mas também com ela mesma. Ela não dava aula, não tinha parte teórica. Era uma pessoa muito intuitiva. Parecia que ela já tinha nascido sabendo”, analisa.
Pelo Twitter, outros artistas também publicaram suas manifestações de carinho e tristeza.