Em todo o Brasil e no mundo, novembro é o mês dedicado à promoção da saúde do homem. Eles carregam a ‘‘fama’’ de pouco procurarem atendimento nesta área e consequentemente receberem o diagnóstico tardio de doenças, o que agrava os casos e até pode ser fatal. Em Rondônia, a campanha Novembro Azul, além de incentivar o diagnóstico precoce do câncer de próstata, o mais comum entre homens, também inclui a realização de testes rápidos.
Os testes têm como proposta identificar Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). De acordo com o chefe do Núcleo DST/AIDS e Hepatites Virais da Agência de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa/RO), Natanael da Costa Arruda, todos os municípios do Estado vão realizar testes rápidos de HIV, sífilis, hepatite B e C. Além da distribuição de preservativo masculino e feminino e gel lubrificante. ‘‘Cada município tem uma estratégia, nós damos condições para que todas sejam executadas’’, afirma.
‘‘É uma metodologia que nós treinamos, capacitamos e damos os testes para os municípios. Enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, treinamos toda equipe de saúde estratégica de família ou Unidade Básica de Saúde (UBS)’’, afirma Natanael. Ele destaca que o procedimento é simples. ‘‘É um teste seguro e sigiloso e fica pronto em menos de 30 minutos’’, garante.
RONDÔNIA
Em Rondônia, casos de aids estão concentrados em apenas dez municípios. Conforme levantamento da Agevisa, de 1987 até março deste ano, Porto Velho (2.650), Vilhena (309) e Ariquemes (261) são as cidades com maior número da doença.
Outro levantamento realizado de 1999 até o primeiro semestre de 2016 aponta que os casos de hepatite C estão concentrados em 15 dos 52 municípios do Estado. Eles são responsáveis por 2.076 casos nesse período. Em Porto Velho, cidade rondoniense mais populosa, a doença é encontrada em maior número, 981 casos (1999-2016), cinco apenas este ano.
‘‘O que nós estamos extremamente preocupados é com os homens acima de 40 anos que além do exame de próstata, também devem fazer o exame de hepatite C; ela é uma doença silenciosa, a pessoa pode viver anos e não ter manifestação clínica nenhuma e hoje nós temos um medicamento que cura 95%’’, destaca.
O avanço da ciência é comemorado por Natanael, que há pouco tempo a chance de cura era de apenas 40%. ‘‘Entre 2013 e 2014 foram inseridos dois novos medicamentos com uma chance de cura de 60% e hoje nós estamos em um novo caminho. Há cerca de oito meses estamos utilizando três novos medicamentos que curam 95% dos pacientes. Já estão aprovados, 15 mil pacientes fizeram uso desses medicamentos e tiveram esse resultado’’, disse.
PREOCUPAÇÃO
O problema é que muitos desconhecem que possui a hepatite C. Para se ter ideia, conforme estudos clínicos realizados em Rondônia, é para ter cerca de 2 mil pacientes sendo diagnóstico com a doença anualmente, mas apenas cerca 150 pacientes comparecem ao Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem) neste período.
Situação que compromete a meta universal de erradicação da hepatite C. ‘‘É um compromisso que o Estado faz de habilitar os municípios para que executem as ações necessárias para o enfrentamento da doença’’, afirma. Daí, a importância de sensibilizar os homens a procurarem o diagnóstico precoce.
Para o chefe do Núcleo DST/AIDS e Hepatites Virais da Agência de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa/RO), os homens vem gradativamente sendo mobilizados a darem mais atenção a saúde. Para ele, essa sensibilização aumentou com a inserção do Programa Saúde do Homem que traz entre outras novidades o Pré-Natal para eles.
SÍFILIS
Em Rondônia, a iniciativa começa a ser executada e a expectativa é que casos de sífilis possam ser identificados precocemente também nos homens. ‘‘Casos de sífilis vêm crescendo entre gestantes e quando o homem é inserido neste contexto, ele é sensibilizado para diagnosticar e tratar a doença em tempo oportuno’’, conta Natanael.
Ele convidada todos os homens a procurarem cuidar melhor da saúde. ‘‘Façam os testes de HIV, sífilis e hepatites. São doenças silenciosas, a pessoa pode ser portadora e não saber e se deixar para descobrir mais na frente pode já está com um câncer hepático e outras doenças mais graves. O exame não precisa de pedido médico, basta comparecer a uma unidade de saúde’’, disse.