Por conta dos recentes casos de microcefalia associados à infecção pelo Zika vírus no nordeste do país, a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho (Semusa) reuniu centenas de agentes comunitários de saúde e agentes comunitários de endemias para fortalecer medidas de prevenção das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, febre chikungunya e zika vírus.
A medida merece atenção especial por conta do risco de que casos de febre Zika possam acontecer em Porto Velho. Um único caso importado foi registrado na capital em junho deste ano, quando uma mulher de João Pessoa veio a Porto Velho infectada pelo Zika vírus, mas retornou dois dias depois à sua terra natal. Nesta semana, o Ministério da Saúde confirmou a relação de casos de gestantes com histórico de infecção pela febre Zika que geraram bebês portadores de microcefalia (má formação no cérebro).
Segundo o secretário municipal de saúde, Domingos Sávio Fernandes, cada agente comunitário de saúde ou de endemias poderá repassar pessoalmente à população as dicas de prevenção e alerta a possíveis sintomas. “Apesar de termos a dengue controlada em Porto Velho, a situação de infestação pelo mosquito Aedes aegypti é alta em alguns bairros como Marcos Freire, Três Maria e Cidade do Lobo. Estamos agora em período de chuvas, por isso a precupação em evitar o quanto antes que estes mosquitos permaneçam e possam transmitir outras doenças, especialmente o Zika vírus e a Chikungunya. Pretendemos evitar que o Zíka vírus e consequentemente sua relação com microcelafia chegue em Porto Velho, então as abordagens corpo a corpo feitas pelos agentes comunitários são fundamentais para mobilizar a população”, destacou o secretário.
Em sua fala, o secretário adjunto José Carlos Coutinho afirmou que a ligação entre o Zika vírus e a microcefalia congênita é um fator preocupante, especialmente para gestantes no início da gravidez. Ele ressaltou ainda que em alguns casos de dengue os pacientes são assintomáticos, por isso há o receio de que o mesmo possa acontecer com a febre Zika. Nesse caso, o risco de disseminação seria ainda maior, então as medidas preventivas para evitar ocorrências da doença em Porto Velho são essenciais. Não permitir acúmulo de água parada, manter quintais limpos e tampar caixas d’água continuam sendo os principais métodos para prevenir a proliferação do Aedes aegypti.
Além de fazer recomendações à população pessoalmente, os agentes foram orientados a garantir o registro correto de casos suspeitos e a notificação imediata de suspeitas de Zika vírus ou chikungunya. A triagem de possíveis casos deverá ser centralizada no Cemetron, Policlínica Ana Adelaide e Unidade de Pronto Atendimento 24h da zona sul. A mobilização em caso de suspeita também incluirá a realização de tratamento e eliminação de focos nos respectivos bairros de incidência por equipes do Departamento de Controle de Zoonoses (DCZ).
De acordo com Deuzeli Pereira, técnica do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Semusa (DVEA), todos os diretores de unidades de saúde e UPAs foram orientados, sendo agora a vez dos agentes comunitários de saúde e endemias. Na próxima semana as palestras serão direcionadas aos profissionais de enfermagem e futuramente será a vez dos médicos.
Fonte: PMPV – Semusa – Collien Rodrigo