Imunização pode estar disponível até 2018
O Estado de São Paulo iniciou, nesta segunda-feira (22), a terceira e última fase de testes clínicos da primeira vacina de dengue brasileira. Por meio do Instituto Butantan e da Secretaria da Saúde, os testes vão envolver 1,2 mil voluntários.
A vacina, que foi desenvolvida em parceria com o National Institutes of Health (EUA), tem capacidade de proteger contra os quatro vírus da dengue com uma única dose e é produzida com os vírus vivos, mas geneticamente enfraquecidos. Com os vírus vivos, a resposta imunológica tende a ser mais forte, mas, como estão mais fracos, eles não têm capacidade para provocar a doença. Os resultados da pesquisa dependem de como será a circulação do vírus, mas a previsão é de que a vacina esteja disponível para registro até 2018.
Para comprovar a eficácia da imunização, do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Nem equipe médica, nem o participante saberão se foi aplicada a vacina ou placebo. O objetivo é descobrir, mais para frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e se quem tomou o placebo contraiu a doença.
Os voluntários, que foram selecionados pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP para os testes, entraram em contato diretamente com o hospital ou deixaram seus dados no Serviço de Atendimento ao Cidadão do Butantan. Eles têm entre 2 e 59 anos e são saudáveis, podendo ou não ter tido dengue em algum momento da vida. Os testes vão envolver 17 mil participantes em todo o Brasil.
“Todos os estudos até aqui apontam que a vacina é segura e que ela estimula o organismo a produzir anticorpos de maneira equilibrada contra os quatro vírus da dengue. Os brasileiros estão sensibilizados quanto ao tema e acreditamos que isso fará com que os ensaios clínicos tenham boa adesão”, explica o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil.