O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou, nesta segunda-feira (10), que a reforma da Previdência não vai prejudicar os trabalhadores de menor renda. Em seminário promovido pelo jornal O Globo para debater o assunto, Meirelles explicou que as regras atuais beneficiam quem tem renda maior e consegue permanecer mais tempo no mesmo emprego.
Segundo o ministro, uma das intenções das mudanças propostas pelo governo é corrigir essas distorções. “Hoje o que está na Constituição é a interpretação de que é possível se aposentar com 65 anos de idade [para homens] ou 35 anos de contribuição. Pois bem, o que acontece é que os trabalhadores de menor renda entram e saem do mercado de trabalho e não conseguem chegar a 35 anos de contribuição antes de chegar aos 65 de idade. Quem se aposenta mais cedo no Brasil é quem tem nível de renda mais alto”, explicou.
Meirelles também afirmou que o gasto público com a Previdência no Brasil equivale a 13% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse valor é superior a média de países emergentes e similar ao de países como França e Alemanha, com população de mais idade.
“É absolutamente imprescindível fazermos a reforma da Previdência no Brasil. Não é questão de opinião, a reforma é uma necessidade. Se não for feita, será insustentável”, disse.
Outro dado apresentado mostrou o crescimento do déficit na Previdência, que pode chegar a R$ 180 bilhões neste ano, se levado em conta as despesas da seguridade social.
Por fim, Meirelles reforçou que é importante realizar a reforma “a tempo” e evitar prejuízos como os que ocorreram em Portugal e na Grécia. “Estamos discutindo a reforma a tempo, antes de quebrar. Não podemos postergar, se não, a solução lá na frente vai ser muito pior.”
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Fazenda