Representantes da Marinha do Brasil, Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Sociedade dos Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (Soph), Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) se reuniram nesta quinta-feira (19) para definir planos para conter e minimizar os riscos que os troncos causam à navegação no rio Madeira.
A exploração do rio como via navegável já é realizada há mais 100 anos, quando eram transportadas as drogas do sertão, e posteriormente os materiais que chegaram para construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Atualmente é utilizada para escoar graneis, madeira, carnes e importar produtos, como fertilizantes e derivados de petróleo.
Segundo estudos da Fenavega, são transportados cerca de 12 milhões de toneladas de produtos pelo rio Madeira, com valor inestimável de cargas, equipamentos e tripulantes. “A federação tem chamado a atenção para este tema há algum tempo, pois o risco de acidentes é iminente, uma vez que já aconteceram, inclusive com vítimas fatais, o que é ainda mais grave. São balsas construídas com aço naval que são perfuradas por troncos com tamanha facilidade, causando danos e perdendo eficiência”, declarou Jeannie Cavalcante, representante da Fenavega.
O diretor presidente da Soph, Leudo Buriti, defendeu a retirada da madeira para ser utilizada de forma comercial ou social. “Penso que não devemos mais jogar o problema para quem está a jusante do primeiro. A Usina Hidrelétrica de Jirau recebe esses troncos e repassa para Usina Santo Antônio, que retém e depois libera em grande quantidade, provocando o fenômeno “boiada” de galhos e troncos, que primeiramente engatam no porto de passageiros do Cai N’água e, posteriormente, no Porto Público. O investimento é da ordem de R$ 500 mil/ano só para retirar e deixá-los seguir o curso novamente. É completamente inviável”, disse Leudo.
Paulo Cunha, chefe da unidade da Antaq em Rondônia, propôs ao grupo a revisão das licenças ambientais das usinas e a legislação ambiental vigente. “Não podemos fazer do risco um hábito e conviver normalmente com ele. Precisamos elaborar planos sustentáveis para resolver a situação e sensibilizar o Ibama [Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis] para esta bandeira”, reforçou Cunha.
Fonte: Secom – Governo de Rondônia