Os brasileiros ficaram perplexos com a notícia de que terão que trabalhar 49 anos para se aposentar com o benefício integral. A principal justificativa é que já não se vive mais como antigamente, hoje se vive muito mais. E isto, pasme, se deve em grande parte as vacinas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro aumentou mais de 40 anos nas últimas 11 décadas. Um dos principais motores para este crescimento foi a eliminação de doenças infecto-contagiosas. Médico-chefe de vacinas da GSK – uma das maiores empresas do ramo, Thomas Brewer explica que só o consumo de água potável compete com a imunização em termos de salvar vidas.
Do momento em que se inicia o processo de produção até chegar ao paciente, uma vacina leva em média dois anos. Ela consiste basicamente imunizar por meio de própria bactéria ou vírus que causa a doença.
“O antígeno diz ao corpo qual o seu alvo e como ele deve reagir, a partir daí o próprio corpo desenvolve a vacina”, esclarece.
Segundo ele, quanto mais as pessoas estão vacinadas maior a chance de erradicar uma doença. Isto porque não basta apenas uma pessoa se vacinar, quanto mais as pessoas são imunizadas, elas formam uma rede de combate à doença e isolam o vírus ou bactéria. Isto faz com que, consequentemente, o número de pessoas protegidas aumente.
É como se em um lugar com 90% de pessoas vacinadas, os 10% também ficariam protegidos.
Campanha contra vacinas
“A vacina, no entanto, nos fez vítima do seu próprio sucesso. Quando uma doença desaparece, vem o risco de ela surgir de novo porque as pessoas não querem mais tomar vacina contra algo que desconhecem”, explica Ivo Vojtek, médico de assuntos globais da GSK. A poliomielite é um exemplo. Errada há 25 anos no Brasil, a doença pode ressurgir, como ocorreu na Nigéria
Há também quem critique as vacinas por achar que elas sobrecarregam o sistema imunológico, aumentos riscos de distúrbios ou acabam causando doenças. É mito, por exemplo, que a vacina pode infectar uma pessoa com a doença que ela se pretende prevenir, como a gripe.
“Isto é tecnicamente impossível. O vírus não é injetado nas pessoas. São diferentes tipos de gripe que costumam estar na estação e a vacina acaba sendo responsabilizada por um resfriado ou sinusite”, acrescenta.
Campo em expansão
Embora seja usada basicamente para prevenção, o mercado de vacinas está em expansão. Ainda há espaço para novas demandas da sociedade, que inclui grávidas, idosos e até mesmo os adultos. Entre as expectativas estão vacinas para vício em drogas, câncer, alergias e infecções crônicas, como HIV e HPV.
Fonte: BrasilPost