Nós trabalhadores da Eletrobras Distribuição defendemos a permanência dessas empresas como EMPRESAS PÚBLICAS DE QUALIDADE, através das quais a União, não só possa desenvolver políticas públicas voltadas para os Estados de suas concessões, principalmente na Região Norte e Nordeste historicamente tratados em segundo plano pelas políticas públicas nacionais, como também, para que haja uma mudança radical no modelo de gestão adotado nos últimos anos, direcionada apenas para a obtenção de lucro a qualquer custo, sem levar em consideração o que cada uma dessas empresas representam localmente para o desenvolvimento de seus Estados.
Temos consciência, do grau de insatisfação da maioria da população com a qualidade dos serviços e os preços exorbitantes da tarifa de energia elétrica hoje cobrados, aos quais, como consumidores também, estamos submetidos. No entanto, afirmamos que os trabalhadores e trabalhadoras dessas empresas não são responsáveis pela política equivocada de reajuste da tarifa de energia elétrica adotada no país, de fácil manipulação pelo Poder Executivo com a conivência da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que a exemplo do ocorrido em 2013, reduziu, por decreto, as tarifas de energia elétrica, sem escutar os técnicos dessas empresas, cujos reflexos todos nós estamos sentido atualmente, com o surgimento de medidas paliativas para a solução do problema mas de elevado sacrifício para os consumidores dos serviços, como é o caso das bandeiras tarifárias.
Os trabalhadores dessas empresas entendem, que a solução para atingirmos a qualidade dos serviços que a população usuária deseja e merece e o fim do desequilíbrio financeiro de algumas dessas empresas, não está na venda dos seus controles acionários como pretende a direção atual da Eletrobras HOLDING, ação, que conforme já dito, não garante nenhuma melhoria na qualidade dos serviços ou diminuição do preço da energia para o consumidor final, mas tão somente atende os interesses dos acionistas minoritários que aplicam na Bolsa de Valores de Nova Iorque.
A melhoria na qualidade dos serviços e o equilíbrio financeiro dessas empresas estão, no entendimento dos trabalhadores e trabalhadoras, entre outras ações práticas, numa mudança na política de gestão adotada pela União através da Eletrobras HOLDING, com o fim das indicações políticas, especialmente das mais de 160 contratações de cargos de livre nomeação; está na mudança da política de governo para o setor elétrico, que muda a todo o momento as regras, afetando no preço final da energia elétrica e, em nome da busca incessante de superávit em suas contas, determina o corte de investimentos imprescindíveis para o atendimento e melhoria da qualidade dos serviços.
Por fim, apelamos às populações dos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Goiás, Piauí, Rondônia e Roraima cobrem de seus representantes políticos, especialmente os que compõem o Congresso Nacional, um debate maior sobre o futuro dessas empresas para que os interesses desses Estados e de nosso país não sejam preteridos em detrimento dos interesses de alguns acionistas minoritários que compraram ações da Eletrobras na Bolsa de Nova Iorque, ou de grupos econômicos que não estão nem ficarão nenhum pouco preocupados, por exemplo, se o preço da energia está suportável ou não para o consumidor desses Estados, ou se, por exemplo, o consumidor do Município de Chupinguaia, no interior do Estado Rondônia terá energia de qualidade.
Sindicato dos Urbanitários de Rondônia,