A pouco mais de uma semana das eleições municipais de 2016, o brasileiro tem nas mãos uma grande responsabilidade: expressar em suas escolhas de nomes para ocuparem cargos em prefeituras e câmaras municipais o surgimento de uma nova consciência política, na qual valores como a ética, a justiça e o interesse coletivo sejam soberanos.
Espera-se que a Operação Lava-jato e outras realizadas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal causem repercussão no momento solitário e decisivo em que o cidadão está sozinho frente à urna eleitoral e deposita o seu voto.
Neste momento ímpar, sobre o qual se sustenta o convívio democrático, repousa o poder de cada um de nós de desenhar um futuro melhor para nosso País. Infelizmente, muitas vezes, ao tomar uma decisão deste tipo, o eleitor privilegia aqueles que afirmam defender seus interesses, os de sua família e amigos. O “eu” vem em primeiro lugar, quando, idealmente, deveria dar lugar ao “nós”.
A todos que se preparam para exercer sua cidadania, lanço um desafio. Juntos podemos mudar várias histórias: a nossa e a de milhões de outros brasileiros. Para tanto, basta esquecer essa lógica invertida e tomar uma decisão ancorada no bem comum. Faça uma reflexão profunda e coloque sua decisão prática ciente de que fez a melhor escolha.
Antes de adentrar a cabine de votação, avalie criteriosamente os candidatos que apresentaram para a disputa. Procure conhecer suas propostas, inclusive verificando sua possibilidade de serem colocadas em prática. É preciso se precaver dos políticos que vendem sonhos e ilusões.
Analise o histórico dos que estão na disputa. Torna-se relevante conhecer pontos de sua trajetória pessoal e profissional, seu engajamento com a defesa dos interesses da sociedade e seu comportamento com relação às leis. Um candidato com um passado duvidoso, será, com certeza, um político de posição nebulosa e limitada.
Evite se guiar pelos conselhos dos outros. O voto é seu, pessoal e intransferível, por isso, seja autônomo em sua decisão. Não tema votar naquele em que, após uma análise rigorosa, conquistou sua confiança. Inexiste essa história de “perder voto” ao escolher um nome que não está entre os favoritos. Em eleição, nem sempre as “unanimidades” são as melhores opções.
Em Rondônia, em cada município, há muito a ser feito. O Estado enfrenta uma série de problemas econômicos e nos transportes, na infraestrutura urbana, educação e saúde. Fazer frente a todos esses desafios exige um grupo de líderes comprometidos, preparados e conectados com a sociedade. Por isso, é preciso que nesses cargos estejam os melhores, aqueles que estarão de olhos e ouvidos abertos ao que povo aspira e quer ver feito.
Certamente, ao seguir os passos descritos, o eleitor chegará ao final desse processo convicto de que realmente contribuiu com o seu melhor para que o Estado de Rondônia e o nosso País consigam fazer a difícil transição entre o que tanto sonhamos e a realidade do dia a dia. É no democrático e soberano exercício da cidadania, que se faz com o voto, que tudo começará. Boa eleição!
Médico José Hiran da Silva Gallo,
Doutor em Bioética