Da piscicultura em municípios da Zona da Mata de Rondônia à venda de roupas e cosméticos às margens do rio Madeira, as mulheres rondonienses modificam totalmente o comando administrativo e monetário em família.
“Mulher é mais empreendedora que o homem. Hoje ela está à frente da administração de aviários, chácaras, sítios e outros negócios”, atesta o diretor Administrativo e Financeiro do Banco do Povo, Aníbal Martins.
Percentuais: em 2013, elas obtiveram 49% dos microcréditos; em 2014, 54%; em 2015, 55%; e em 2016, o mesmo percentual.
No ano passado, o banco distribuiu R$ 3,4 milhões para candidatos a pequenos financiamentos. Para este dispõe de R$ 7 milhões, e pelo visto metade ficará nas mãos delas.
No eixo da rodovia BR-364, por exemplo, o ateliê de costura das mulheres de Pimenta Bueno renovou 60 créditos para aviamentos e ampliação de vendas.
Depois dos três primeiros empréstimos feitos no banco, Maria Marilene do Nascimento tornou-se uma das clientes de fichas mais positivas no banco. Ela paga as prestações às vezes antes do vencimento.
Mãe de dois filhos, desde que iniciou a venda de confecções na rua Santa Luzia, no bairro Industrial, ela construiu e alugou duas casas. A terceira, onde mora, transformou-se num sobrado.
“Hoje, vendo mais para funcionários públicos, à vista, no cartão ou com nota promissória”, comenta.
Bicicleta e moto ficaram no passado. Hoje, Maria Marilene transporta confecções num automóvel Prisma e dá conta do comércio porta a porta “sem esperar os benefícios caírem do céu”. No entanto, reconhece que a vida de empreendedora melhorou consideravelmente e lhe permite ampliar negócios, tanto que pretende construir uma mercearia no bairro Engenho Velho, próximo ao rio Madeira.
“Sou abençoada por Deus e a Ele peço todos os dias saúde para mim e para o povo do banco, por tantas oportunidades”.
Duas vezes por ano, Maria Marilene visita Fortaleza (CE), Goiânia (GO) e São Paulo (SP), onde compra lançamentos das modas infantil e adulta, masculina e feminina. Ultimamente, trouxe muitos artigos acima do nº 50 e aumentou a quantidade de bolsas de couro café e jeans.
Próximo ao vidro da porta de sua futura loja no térreo do sobrado, ela empilhou puffs fabricados por presidiários em Porto Velho.
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