Metralhadora giratória, com balas de festim.
O Advogado Eduardo Cardoso, lendo a defesa de sua cliente, a Presidente Afastada Dilma Rousseff, o fez com muita velocidade e agressão visual, numa leitura nada espontânea, muito mais parecendo uma obrigação de cumprir um papel.
O Diário do Poder (07/07) informa que o documento teria sido preparado por João Santana, em sua cela. Para os acostumados a linguagem de Cardoso, também foi notado que não havia, no texto, muita coisa que identificasse o autor e defensor. Parecia uma peça de marketing.
Enfim, acompanhei uma parte e verifiquei que o Dr. Cardoso queria mesmo era concluir no mais breve tempo possível a leitura do tal documento de defesa.
A leitura era semelhante a uma metralhadora giratória, atirando para todos os lados, mas com balas de festim. Resultado, como não poderia deixar de ser, não feriu e nem matou ninguém. Apenas um espetáculo cinematográfico, com cenas de um seriado que se repete a todo capítulo subsequente.
PF – Substituição rápida demais.
Em reunião realizada 5ª feira (7), em Manaus, os delegados da Polícia Federal, através de sua Associação (ADPF) produziram um manifesto público questionando a súbita substituição dos Delegados Duílio Mocelin e Eduardo Mauat, integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba. Entenderam como um ato estranho e mal explicado. Os delegados estão em Manaus participando do Primeiro Simpósio Nacional de Combate a Corrupção.
Realmente é muito estranho a retirada de profissionais que estão produzindo trabalhos louváveis, com dedicação exclusiva e resultados promissores numa das mais importantes investigações já realizadas no Brasil. O fundo do poço ainda não foi encontrado, e, talvez, por isso mesmo, mais uma razão para que em time que está ganhando não se deve mexer.
O clima de incerteza pode continuar
O Presidente Temer, ainda não está tão firme na Presidência. Até se justifica em função da sua interinidade, porém quando acontecem fatos que ele parece desconhecer, e geram muitas dúvidas, fica demonstrado que atos como a movimentação de Delegados da Força-Tarefa da Lava Jato sinalizam um certo descaso, ao contrário do que o próprio Presidente vive confirmando. Há boicotes de funcionários que ocupam ou não cargos relevantes no Governo, e que persistem em remar contra a maré do Governo interino, prejudicando ações importantes para o equilíbrio da administração. Parte de um grave aparelhamento com funcionários “kamikazes” tupiniquins para os quais o mais importante é a República Petista e não, o Brasil.
E até um Ministro já entrou de férias e se mandou coma família e tudo para Paris. Nem tempo para isso ele teria. Já é um abuso que só desgasta o Governo do Presidente interino e não é isso que o povo deseja no Poder. Já basta anos de administrações descontroladas, sem ações que pudessem fortalecer nossa economia e assegurar uma passagem mais tranquila pelo que o mundo hoje vive, do outro lado do atlântico.
Todos os dias, no Governo atual, fica alguma coisa dita pelo não dito. Ninguém sabe se a ABIN vem trabalhando e informando o Presidente sobre ações espúrias que diariamente vêm sendo divulgadas pela imprensa, e também se o Gabinete de Segurança Institucional (ainda existe isso?) vem cumprindo o seu papel. Omissão ou medo de adotar providências com mais rigor? Um país como o Brasil não deve ficar à mercê de pensamentos ideológicos, fanáticos e afastados da realidade, sob pena de varar o poço até o outro lado do mundo, e continuar procurando uma luz.
Ainda assim, reconhece-se que enquanto não ficar sentenciado o julgamento da Presidente afastada, vive-se a incerteza. Voltando, penso, a incerteza aumenta, e surgem os amantes da perenidade no poder. Ficaremos então perdidos no mato sem cachorro. Quer dizer, o clima de incerteza pode continuar.