Uma jovem médica negra descreveu uma cena lamentável de discriminação e racismo durante um voo pela companhia aérea Delta Airlines.
Tamika Cross, residente de obstetrícia e ginecologia na Universidade de Houston, no Texas, diz ter sofrido discriminação ao ter sua ajuda recusada durante uma emergência em um voo nos Estados Unidos.
Um homem, sentado próximo a Cross no avião, começou a se sentir mal e sua mulher gritou pedindo ajuda. A aeromoça, então, perguntou se havia algum médico a bordo.
Segundo a médica, ela se apresentou para socorrer o passageiro, mas a aeromoça continuadamente recusou sua ajuda por não acreditar que ela fosse médica.
“Tenho certeza de que muitas de minhas companheiras de trabalho jovens e negras norte-americanas poderão entender minha frustração quando digo que estou enojada de ser desrespeitada”, disse Cross em seu relato.
A obstetra e ginecologista alega que teve sua ajuda recusada por motivos de “raça, idade e discriminação de gênero”
“Levantei minha mão para mostrar à aeromoça que podia ajudar. Mas ela me disse ‘Ah não, querida, pode abaixar a mão, estamos procurando médicos ou enfermeiros de verdade, ou algum tipo de profissional da área médica. Não temos tempo para falar com você’. Tentei dizer a ela que eu era uma médica, mas ela continuou me cortando com comentários condescendentes.”
Logo depois os alto-falantes veicularam um novo pedido de ajuda. Cross voltou a se oferecer. A aeromoça perguntou: “É médica de verdade? Deixa eu ver suas credenciais. Que tipo de médica você é, onde trabalha e por que estava em Detroit? ”
Cross diz que se identificou e explicou que trabalhava em Houston e havia ido a um casamento em Detroit. Neste momento, um homem branco se aproximou e afirmou que era médico. A aeromoça então disse à jovem médica: “Obrigada pela ajuda, mas ele pode nos ajudar e possui identificação.”
“Ele não mostrou nada para ela. Simplesmente se apresentou e se encaixou na ‘descrição de médico’. Fiquei sentada na minha poltrona, sem acreditar e com o sangue fervendo.”
Cerca de 10 minutos depois, a aeromoça foi perguntar a Cross o que deveria ser feito para socorrer o passageiro. A jovem médica diz ter ficado bastante irritada com a assistente de voo, mas deu as dicas porque o homem não tinha nada a ver com a história e precisava de ajuda.
Depois a aeromoça pediu desculpas várias vezes e ofereceu milhas à médica. Ela diz ter recusado gentilmente.
“Não quero milhas em troca dessa flagrante discriminação. Isso vai além dela. Se foi por causa de raça, idade, discriminação de gênero, não é certo. Ela não vai se safar com o que aconteceu. E eu ainda vou ter minhas milhas aéreas”.