Lula assume ministério e volta ao Executivo após 5 anos

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A presidente Dilma Rousseff acertou, nesta quarta-feira (16), a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Secretaria da Casa Civil da Presidência da República. Lula vai ocupar o lugar deixado por Jaques Wagner, que estava no comando da pasta desde outubro do ano passado.

O acordo foi selado após reunião no Palácio do Alvorada, com as presenças dos ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e do próprio Jaques Wagner, que agora vai ocupar a chefia de gabinete de Dilma.

Dois líderes do PT confirmaram a informação. O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse no Twitter que “Jaques Wagner, no dia do seu aniversário, mostra grandeza e desprendimento ao deixar a Casa Civil! Lula novo ministro da Pasta”.

O líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), também confirmou a informação. Com a nomeação, Lula está de volta ao Poder Executivo desde quando deixou a Presidência da República, em dezembro de 2010.

Havia a possibilidade de Lula ir para a Secretaria de Governo foi criada a partir da fusão entre a Secretaria-Geral da Presidência e da Secretaria de Relações Institucionais, quando Dilma cortou ministérios e juntou algumas secretarias.

Lula investigado

Alvo principal da 24ª fase da Operação Lava Jato, chamada Aletheia, Lula ficou sob holofotes desde que foi levado em condução coercitiva a prestar depoimento na Polícia Federal.

O ex-presidente passou a considerar a hipótese de se tornar ministro depois que a juíza Maria Priscilla Ernandes, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, decidiu, na última segunda-feira (14), transferir para o juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância, a decisão sobre o pedido de prisão preventiva contra ele.

Com o foro privilegiado, Lula passa a ser julgado direto em última instância. Isso significa que todo o processo tem de ser remetido para o STF (Supremo Tribunal Federal). Assim, o ex-presidente passa a ser julgado pelo Supremo, e não mais pelo juiz Sérgio Moro.

No final da manhã de ontem, com a validação da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), Dilma convocou seus ministros mais próximos — entre eles José Eduardo Cardozo, da Advocacia-Geral da União; Jaques Wagner, da Casa Civil; Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo; e o chefe de gabinete da Presidência, Giles Azevedo — para uma reunião de emergência, tentando avaliar o impacto das novas denúncias.

Dilma também cobrou explicações do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, sobre as acusações de que teria oferecido dinheiro e ajuda a Delcídio, ex-líder do governo no Senado, para que ele não fizesse a delação.

De acordo com duas fontes palacianas, a presidente ficou assustada com o espectro da delação de Delcídio e sem condições de avaliar o impacto que as novas denúncias terão em seu governo. Na delação, há uma gravação de Mercadante falando com um assessor próximo de Delcídio, José Eduardo Marzagão, e oferecendo dinheiro para que o senador não fizesse a delação.

Oposição

A oposição já prepara uma ação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após ter aceitado o ministério no governo da presidente Dilma Rousseff. A junta jurídica do DEM redigiu uma ação popular por desvio de finalidade para garantir uma liminar que suspenda a nomeação do petista. O partido ingressará com a ação na Justiça Federal.

 

Fonte: R7

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