Para subir no lugar mais alto do pódio é necessário disciplina, determinação e acima de tudo foco. Com essas características, o paratleta rondoniense Kesley Josué, da classe T13, treinou todos os dia do primeiro semestre de 2016 com um único objetivo: fazer parte da Seleção Brasileira nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, que acontecem de 7 a 18 de setembro, no Rio de Janeiro. O resultado de todo esse trabalho foi positivo e o paratleta está de malas prontas para embarcar nessa nova fase da sua vida.
Depois da surpresa de ter o nome selecionado para estar na equipe que vai representar o Brasil em uma das maiores competições do mundo, o paratleta de 23 anos comenta que a emoção da convocação foi tanta que ainda não sabe expressar a felicidade.
– Eu treinei esses últimos sete meses todos os dias para que esse momento chegasse. Eu não sabia como seria a sensação e até agora também não sei qual é, só sei que estou há três noites sem dormir esperando para chegar no Centro Intensivo de Treinamento – fala Kesley.
A conquista é grande, mas o paratleta sabe que a responsabilidade é maior ainda. Kesley diz ter consciência do compromisso e de que precisará treinar muito mais se quiser subir ao pódio como o melhor do mundo.
– Tinha atleta com tempo similar ao meu na disputa pela vaga, foram cinco competições para na última ter que fazer o melhor tempo da minha vida. Resumidamente está muito bom, mas eu sei que agora é preciso treinar muito mais, para tentar subir no pódio mundial. Pois vou levar o nome de Rondônia e representar o país – explica.
O paratleta diz que de todas as dificuldades enfrentadas nesses meses de preparo, a maior foi ter que treinar diariamente na pista do estádio Aluízio Ferreira, pois além de não ser adequada, não conta com a manutenção necessária.
– Na minha última competição percebi que muitas pessoas não sabem nem onde fica Rondônia e muito menos acreditavam que um cara vai sair daqui. Imagina se eu falasse que os treinos são feitos na brita e a saída de bloco é em uma situação precária. Duvidariam ainda mais que eu poderia chegar lá. As condições dos atletas de lá são totalmente opostas as nossas, muitos deles treinam em centros de desenvolvimentos, o que capacita muito mais o atleta, isso sem falar no apoio e aparato técnico. Eu consegui esse resultado com meu esforço. Nossa, eu treinei muito, muito mesmo e foi difícil chegar neste estádio dia após dia, ainda mais estando nessas condições – finaliza.
Kesley, antes de ir para o Rio de Janeiro, onde vai encarar as disputas do paratletismo mundial, deve parar em São Paulo, no Núcleo de Alto Rendimento, NAR, para passar por uma fase de treinamentos de resistência.
Fonte: Globo Esporte.com