Hospital de Base precisa de 60 rins a cada ano e apela a famílias para diminuir recusa a doações

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Se houvesse autorização de famílias para doações, o Hospital de Base Ary Pinheiro teria feito 38 transplantes renais até o início do segundo semestre de 2016, a partir do diagnóstico de morte encefálica em 19 pacientes.

No Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado nesta terça-feira (27), a recusa alcança 70% dos casos, superando a própria média nacional, que está em torno de 40%.

“Este é o nosso drama. Estamos dependentes de maior conscientização da sociedade”, comentou o coordenador de transplantes renais do HB, médico Alessandro Prudente.

Segundo ele, estão inscritas e aguardam na fila de espera para transplante renal mais de 80 pessoas. Outras 164 fazem exames.

O coordenador informou que nessa área existe dependência de um conjunto de fatores. “Por mais que a população se disponha a doar, não há garantia de que isso se traduza em número de doações, assim a fila só diminui se houver mesmo redução da recusa”, considerou.

Prudente, que também é professor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Rondônia (Unir), disse que em 2016 o HB já fez 14 transplantes renais, dos quais, seis tiveram doadores vivos e aparentados, e os oito restantes, de doadores falecidos.

Estudo da Unir estima demanda entre 50 e 60 transplantes renais por ano. Conforme o médico coordenador, se esse número fosse alcançado, a fila diminuiria. “A situação se equilibraria”, assinalou.

Órgãos de saúde, faculdades, profissionais e acadêmicos da área participam em Porto Velho da campanha que teve neste mês uma série de iniciativas de sensibilização das pessoas, no âmbito da campanha Setembro Verde.

A diferença entre essa e outras doações de órgãos é visível: até maio deste ano, o HB recebeu 28 doadores de córneas retiradas de pacientes com morte cerebral. Já o transplante renal se beneficia até agora de doadores com óbito por parada cardíaca. “A lei espanhola é diferente da nossa. Lá, a família pode autorizar a doação de órgãos de pessoas que morrem de parada cardíaca reconhecida depois de todas as tentativas de reabilitação”, explicou Prudente.

Coordenador de transplantes renais, Alessandro Prudente

Coordenador de transplantes renais, Alessandro Prudente

Em 2016, o HB fez 48 transplantes de córneas, um resultado de alento para essa área. Atualmente, o hospital faz transplante de córneas e rins, enquanto a equipe do ambulatório da Policlínica Oswaldo Cruz (POC) se responsabiliza por avaliações pré e pós-transplante hepático.

O transplante renal de pacientes de Rondônia em São Paulo é feito no Hospital Bandeirantes. No retorno, a pessoa transplantada passa a ser permanentemente paciente da POC.

Há dois anos, 123 pessoas transplantadas têm acompanhamento garantido nessa unidade, e desse número, 87 se submeteram à cirurgia em outros serviços e locais acompanhados pela equipe de Rondônia.

Fonte: Secom – Governo de Rondônia

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