Quando você se deparar, em casa, com um escorpião, deve rapidamente matá-lo, certo? Errado. Poucas pessoas sabem, mas o correto é capturar, de forma segura, e levar até um laboratório, que em Porto Velho é o Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen). A orientação é dada pela bióloga Alda Lobato, da Gerência de Biologia Animal, responsável pela identificação e captura de animais peçonhentos, unidade que integra o Lacen.
Francisco Nascimento, biólogo do Lacen, afirma que os escorpiões, como todos os insetos, têm uma tarefa importante na cadeia da vida. Eles são como pequenos “faxineiros” que eliminam, de forma sustentável, outros insetos que transmitem doenças para os seres humanos, principalmente as baratas, “prato” preferido dos escorpiões.
Francisco alerta que uma das formas de prevenção contra uma possível infestação – que pode ocorrer, também, por algum tipo de desiquilíbrio ambiental -, é a limpeza. Ele diz que os escorpiões gostam de ficar em caixas de gordura, lixo e dentro de calçados. Quanto mais limpo o local, menor a possibilidade de ter escorpião.
Além de capacitar técnicos para atuar em secretárias municipais, o setor tem papel importante no controle e identificação do inseto, por ser o único laboratório equipado para esse tipo de análise.
A equipe do Lacen concluiu nesta semana o estudo de uma infestação de escorpiões ocorrida no início do ano em Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia.
Os trabalhos de captura e identificação foram realizados em parceria com o Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (Nuvepa), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com dados do Nuvepa, 17 pessoas teriam sido picadas pelo inseto, em pouco mais de dois anos. O número parece baixo, diante da infestação registrada na cidade.
Segundo a bióloga Alda Lobato, na força-tarefa realizada recentemente, foram capturados mais de 60 escorpiões. Ela afirma que não há como estimar o número de insetos existentes em Guajará-Mirim, mas sabe-se que é muito grande, já que cada fêmea pode transportar cerca de 60 filhotes. Eles são carregados pela mãe em parte da cabeça e costas, explica a bióloga.
Apesar de parecer inofensivo, Alda faz um alerta: todo escorpião tem seu veneno e não há como saber se a pessoa picada é alérgica ou não. Ela diz que alguns são nocivos à saúde pública. Entre eles estão os das espécies stigmurus, bahiensis, obscurus e o amarelo, que podem até matar. Na varredura feita em Guajará-Mirim, foram identificados pelo Lacen o Tityus metuendus, Tityus confluebts, Ananterys balzanii e o Bothriurus sp.
CAPACITAÇÃO
O Lacen, através da Gerência de Biologia Animal, trabalha na capacitação de técnicos, em parceria com prefeituras do interior do estado. A medida visa transformar os servidores do setor em multiplicadores dos conhecimentos e técnicas adquiridos durante o treinamento.
Fonte: Secom – Governo de Rondônia