EUA aprovam ‘droga viva’, 1ª terapia contra câncer que reestrutura sistema imunológico do paciente

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Kymriah é droga que usa tecnologia da imunoterapia para tratar o câncer

Os Estados Unidos aprovaram o primeiro tratamento que reestrutura o sistema imunológico do paciente para atacar o câncer.

A agência reguladora de medicamentos do país – a FDA – diz que a decisão foi um momento “histórico” e que a medicina agora “entra em uma nova fronteira”.

A companhia Novartis cobra US$ 475 mil (R$ 1,5 milhão) pela terapia da “droga viva”, que deixa 83% das pessoas livres de um tipo de câncer no sangue.

A droga é fabricada sob medida para cada paciente, ao contrário de terapias convencionais contra o câncer, como a cirurgia e a quimioterapia.

Chama-se CAR-T e é feita a partir da extração de leucócitos – glóbulos brancos – do sangue do próprio paciente.

Os leucócitos são então geneticamente reprogramados para serem capazes de buscar e matar o tumor.

As células modificadas são, então, reinseridas no paciente e, quando encontram o alvo, se multiplicam.

‘Extremamente emocionante’

Scott Gottlieb, do FDA, afirmou: “Estamos entrando numa nova fronteira na inovação médica com a habilidade de reprogramar as células do próprio paciente para atacar um câncer mortal”.

“Novas tecnologias tais como as terapias genéticas e celulares têm o potencial de transformar a medicina e criar um ponto de inflexão em nossa capacidade de tratar e até curar muitas doenças intratáveis”.

A terapia, que será comercializada pelo nome Kymriah, será usada contra a leucemia linfoblástica aguda.

A maioria dos pacientes responde à terapia tradicional, e o Kymriah foi aprovado para o caso de doentes que não respondem ao tratamento.

Stephan Grupp, que tratou da primeira criança com o CAR-T no Hospital das Crianças na Filadélfia, diz que a nova terapia respondeu de forma “extremamente emocionante”.

“Nunca tínhamos visto algo assim antes”, acrescentou.

O primeiro paciente a se beneficiar do tratamento chegou perto de morrer, mas está livre do câncer há mais de cinco anos.

Dos 63 pacientes tratados com a terapia CAR-T, 83% entraram em remissão em um prazo de três meses, e informações de longo prazo ainda estão sendo coletadas.

No entanto, a terapia tem riscos. Ela pode causar a síndrome da liberação de citocinas, uma condição grave causada pela rápida proliferação das células CAR-T no corpo. Ela pode ser controlada com o uso de drogas.

Nova era

Mas o potencial tecnológico do CAR-T vai além de apenas um tipo de câncer.

David Maloney, diretor médico de imunoterapia celular do Centro de Pesquisa de Câncer Fred Hutchinson, afirmou que a decisão da FDA foi um “marco”.

“Acreditamos que este é apenas o primeiro de vários novos tratamentos com base em imunoterapia para uma variedade de tipos de câncer”.

A tecnologia CAR-T se mostrou promissora contra diferentes tipos de câncer sanguíneo.

No entanto, ela não tem apresentado resultados tão promissores contra “tumores sólidos” como o câncer de pulmão ou de pele.

“Os resultados não foram tão incríveis quando você o compara com o da leucemia linfoblástica aguda, mas tenho certeza que a tecnologia irá melhorar num futuro próximo”, afirmou Prakash Satwani, um oncologista pediátrico da Universidade Médica de Columbia, nos Estados Unidos.

Estimular o sistema imunológico já é uma das estratégias básicas dos tratamentos modernos de câncer.

Uma variedade de drogas que “retira o freio” do sistema imunológico para fazê-lo atacar o tumor já vem sendo adotada ao redor do mundo.

A tecnologia CAR-T, que dá um passo adiante e reestrutura o sistema imunológico, está num estágio mais inicial.

Peter Johnson, o diretor médico da ONG Cancer Research UK, afirmou: “A primeira terapia celular geneticamente modificada a ser aprovada pelo FDA é um importante avanço”.

“Ainda temos muito a aprender sobre como usá-la com segurança e sobre quem pode tirar proveito dela, então é importante reconhecer que este é apenas o primeiro passo.”

Fonte: BBC

SIGILO QUESTIONADO

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SIGILO QUESTIONADO

A jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna deste sábado  (02/09), informa que o Sindicato dos Advogados de São Paulo aciona na justiça os produtores do filme “Polícia Federal – A Lei é para todos”, com data marcada para lançamento na rede de cinemas no próximo dia sete de setembro, no sentido de que seja quebrado o sigilo dos apoios financeiros para sua realização.

Duvidam dos patrocinadores que poderiam ser empresas que prestam serviços às instituições públicas. O filme, segundo seus produtores, teria custado em torno de 17 milhões de reais. Mas dizem seus questionadores que enfrentam resistência dos produtores em fornecer a origem do financiamentos.

A argumentação seria também com base em que a produção apresenta pre-julgamentos, antes destes serem sentenciados, ou de possível caráter político.

Não vi esse filme antes do lançamento, esperado com ansiedade por muitos brasileiros, mas no trailler não identifiquei condenações, porém investigações em que seus atores originais aparecem em alguns momentos.

O filme, diga-se, mostra excelente qualidade técnica e aborda assuntos amplamente divulgados por toda a imprensa brasileira e internacional. Claro, como todo filme, tem seu aspecto comercial, para levar cinéfilos às cadeiras dos cinemas. Seja novela, seriado ou filme, o toque comercial retira o tédio da originalidade.

Exemplo recente está na novela Força de Querer, cujo personagem protagonizado pela excelente atriz Juliana Paes, não tem muito a ver com o que o telespectador acompanha diariamente. Declarações já divulgadas em entrevista com a personagem que motiva a novela, explicitam que não teve, por exemplo, os problemas de relacionamento na forma como aparece. Mas a novela está sendo muito bem recebida.

Até mesmo em filmes com base em obras literárias, o desvio de algumas páginas da históra para acrescentar o “plus” que alimenta o cinéfilo, existe claramente, desde os primórdios da história da cinematografia.

A discussão é a mesma. Abre-se ou não o sigilo. Para uns sim, para outros não. No caso da JBS, o sigilo da denuncia que justificou a colaboração premiada foi quebrado com extrema celeridade, antes mesmo de investigações aprofundadas sobre as gravações apresentadas, que deveriam ter perícias consistentes.

Até hoje é contestada por grandes juristas. É lógico que sua excelência, o Ministro Fachim, deve ter sido assessorado por juizes que o acompanham. Mas sendo quem lê e consolida o relatório sob seu conhecimento jurídico que embasa a decisão, fica sozinho na história, que gerou mal estar entre alguns dos seus pares, como foi divulgado.

O ministro já atendeu pleito em que decretou sigilo absoluto em ação promovida pela JBS sobre áudios que registram conversas de Joesley Batista com seus advogados, de forma a não serem divulgados em qualquer hipótese.

Por outro lado, já vem sendo difundido por outras fontes que os áudios no gravador de Joesley e que fora usado para registrar sua conversa com o Presidente Temer, teve apagado pelo delator os diálogos com os seus advogados, e, quem sabe, com algum membro do MPF, agora recuperados pela Polícia Federal. E até se acredita que a gravação teria sido involuntária, por trapalhada de Wesley que não sabia utilizar direito o gravador. Uma desculpa que não o favorece.

Que dizer, tudo fruto de decisões, suponho, muito precipitadas e que podem até retirar os benefícios desse colaborador que não tem nada de inocente nessa história toda, porém, beneficiado por um instrumento legal, usado sem os critérios mais cautelosos de segurança que poderiam ter sido usados.

Então, continuam em pauta os sigilos. Delatores querem sigilos para suas declarações, conforme o caso, mas não querem a sua quebra para o conhecimento da sociedade. Fica o brasileiro a mercê de decisões judiciais, embora dentro da legalidade, com reflexos na celeridade das investigações.

O que é certo, o que é errado?

– Creio que a sociedade sabe melhor do que todos. Ela faz parte de um contrato social cuja elaboração teve como base sua participação na criação das regras legais de proteção da convivência nas relações do cidadão com e dentro do Estado. Mas aí já é assunto para outra conversa

Rosseau, Locke, e Hobbes com seu Liviatã ajudarão muito nesse assunto. Quanto ao nosso Contrato Social, ainda está muito longe de sua consolidação. Mas Jean Jacques Rousseau (1712-1778), afirmava “que a liberdade natural do homem, seu bem-estar e sua segurança seriam preservados através do contrato social. Para Rousseau, o homem nasceria bom, mas a sociedade o corromperia. É o que vemos.

Com dificuldades para se regularizar boa parte dos ônibus escolares estão parados

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Cerca de 20% dos ônibus que fazem o transporte escolar em diversos pontos da capital estão com as atividades paralisadas. Das três empresas responsáveis pelo serviço, duas enfrentam dificuldades para a regularizar a documentação exigida e com isso não estão conseguindo atender algumas exigências como as certidões, para receber o pagamento pelo serviço.

De acordo com o secretário municipal da Educação, Marcos Aurélio Marques, a administração pública não tem culpa pela paralisação parcial. Ele afirma que a Secretaria Municipal de Educação (Semed) vem cumprindo com suas obrigações com relação ao andamento dos processos e está efetuando os pagamentos dos que estão com a documentação em dia.

Diante da situação, a Semed se viu obrigada a adotar providências administrativas e judiciais, a fim de solucionar a situação dos ônibus paralisados com a maior brevidade possível. “Precisamos retorno do serviço de transporte escolar em sua totalidade”, diz Marcos Marques.

Além das providências com relação às empresas, a Semed orientou as direções das escolas à realizar adequações no calendário escolar, de acordo com as necessidades específicas e de forma a repor os dias paralisados.

“As informações quanto ao restabelecimento do transporte serão imediatamente encaminhadas às escolas, para conhecimento e demais providências”, informa a Semed.