Trânsito: Entregar veículo a motorista não habilitado é crime mesmo se não ocorrer acidente

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Na causa, o Ministério Público recorreu ao STJ depois que o Juizado Especial Criminal absolveu uma acusada que permitiu a condução de seu veículo por motorista sem carteira.

Permitir que um motorista sem carteira de habilitação, com habilitação cassada ou com direito de dirigir suspenso, conduza um veículo é crime previsto no Código Brasileiro de Trânsito (CBT), mesmo se não houver um acidente durante a condução irregular. A decisão liminar, em caráter provisório, foi do ministro Nefi Cordeiro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao julgar uma causa do Rio Grande do Sul.

Na causa, o Ministério Público recorreu ao STJ depois que o Juizado Especial Criminal gaúcho absolveu uma acusada que permitiu a condução de seu veículo por motorista sem carteira. No recurso especial, o Ministério Público salientou que a decisão descumpria um entendimento já firmado pelo STJ ao julgar, em março de 2015, uma causa semelhante de Minas Gerais e que passou a valer para todo o Brasil (recurso repetitivo).

Na época, o STJ entendeu que praticar o crime previsto no artigo 310 do CTB “não é exigível, para o aperfeiçoamento do crime, a ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na conduta de quem permite, confia ou entrega a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com direito de dirigir suspenso, ou ainda a quem, por seu estado de saúde física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança”.

Na decisão provisória, que ainda poderá ser analisada pelos demais ministros que formam a Sexta Turma do STJ, o ministro Nefi Cordeiro salientou, ao recordar o entendimento já manifestado pelo STJ, que não se pode esperar que aconteçam danos para punir uma conduta que traz risco a pedestres e a outros motoristas. “Neste caso, estabelece-se um dever de não permitir, confiar ou entregar a direção de um automóvel a determinadas pessoas, indicadas no tipo penal”, afirmou.

Fonte: STJ

Senador recomenda aprovação com ressalvas das contas de Dilma

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Para Acir Gurgacz, condenar ‘pedaladas’ engessaria governos estaduais.
Plenário do Congresso deve votar contas depois de fevereiro de 2016.

 O relator das contas, Acir Gurgacz (PDT-RO), e a presidente da Comissão Mista de Orçamento, Rose de Freitas (PMDB-ES) (Foto: Nathalia Passarinho/G1)

O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) apresentou nesta terça-feira (22) à Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso relatório que diverge do parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) e recomenda a aprovação, com ressalvas, das contas de 2014 do governo Dilma Rousseff.

Gurgacz argumentou que a rejeição com base numa condenação das chamadas “pedaladas fiscais” poderia “engessar” não somente a gestão do governo atual, mas de futuros presidentes da República e governos estaduais.

Temos 14 estados que nesse mesmo ano não cumpriram a meta fiscal […] Os governos já têm engessamento atual de suas administrações”
Acir Gurgacz (PDT-PR),
relator das contas do governo federal de 2014

“Fizemos trabalho analisando não somente as contas de 2014, mas também avaliando o impacto disso para governos anteriores e governos estaduais e prefeituras. Temos 14 estados que nesse mesmo ano não cumpriram a meta fiscal. Por isso a importância de fazermos um relatório pautado na legalidade. Baseado na Constituição e não somente preocupado com o presidente atual, mas também preocupado com a gestão dos governos. Os governos que já têm engessamento atual de suas administrações”, disse o senador, que integra partido da base aliada do governo.

As ressalvas se referem, segundo Gurgacz, à falta de equivalência entre os cenários fiscais apresentados a cada bimestre pela equipe econômica do governo Dilma em comparação com o resultado real. Também constam da ressalva as “pedaladas fiscais”.

“As ressalvas decorrem da pouca aderência do cenário econômico fiscal projetado bimestralmente em 2014 com o comportamento efetivo da econômia, o que fragilizou a transparência do exercício orçamentário. Decorrem ainda da existência de compromissos financeiros vencidos e não pagos ou pagos com atrasos à Caixa Econômica, Banco do Brasil e FGTS”, disse.

Pelo relatório, o governo não será punido. Terá apenas que adotar medidas para ‘aperfeiçoar métodos’ para que os itens que constam da ressalva não se repitam

Pelo relatório, o governo não será punido. Terá apenas que adotar medidas para “aperfeiçoar métodos”, para que os itens que constam da ressalva não se repitam. “Compete ao chefe do Poder Executivo determinar aos órgãos que adotem medidas pertinentes para aperfeiçoar e corrigir os métodos, com vistas ao aprimoramento da gestão pública”, diz o parecer lido por Gurgacz.
Com a apresentação do parecer, os parlamentares terão 15 dias para apresentarem emendas. Como o recesso parlamentar terá início nesta quarta (23), esse prazo terminará em 13 de fevereiro, conforme a assessoria da CMO.
Depois de receber as emendas, o relator irá elaborar um parecer sobre as propostas e o plenário da comissão votará o texto. Depois de passar pela comissão, o texto vai para votação no plenário do Congresso. É nessa votação que os deputados e senadores vão decidir pela aprovação ou não das contas.

O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) criticou a posição do relator. Para ele, o Congresso não pode legitimar o “desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal” com o argumento de que governos estaduais também não cumpriram metas fiscais e poderão ter, em consequência, contas rejeitadas também.

Domingos Sávio (PSDB-MG), deputado federal

Domingos Sávio (PSDB-MG), deputado federal

Não podemos dizer aos governos estaduais que não é necessário respeitar a lei”
“Não podemos dizer aos governos estaduais que não é necessário respeitar a lei. E ali não se trata meramente de cumprimento de meta. A razão que levou à rejeição por unanimidade das contas da presidente Dilma Rousseff foi a apropriação de bilhões de reais de instituições financeiras, o que é proibida pela Constituição da República. Tivemos a edição de decretos sem autorização do Congresso, o que é proibido pela Constituição da República”, afirmou.

Ao justificar o fato de não seguir o parecer do TCU, Acir Gurgacz ressaltou que não é obrigado a concordar, porque o tribunal é órgão que dá “assessoria” ao Legislativo. Ele disse ainda que baseou seu relatório em pareceres da consultoria técnica do Senado, da Câmara, de bancos públicos e na Advocacia-Geral da União.

“Por que tem que prevalecer o parecer do TCU, se ele é um órgão acessório?”, questionou o senador.
Gurgacz disse ainda que as medidas adotadas pelo governo Dilma — as pedaladas e a edição de créditos suplementares — foram necessárias por causa de “questões econômicas” ocorridas ao longo do ano de 2014. Para ele, o governo ficou “inadimplente” ao não cumprir metas fiscais, mas não cometeu crime de responsabilidade.

“Houve necessidade de mudança devido às questões econômicas que aconteceram no meio do ano que provocou uma mudança de readequação do orçamento. Esses decretos que aconteceram, estando assinados pela presidente ou vice, estão autorizados pela LOA, para fazer adequações. Não tem ilegalidade”, disse.

Petistas dizem que Barbosa tem até janeiro para mostrar a que veio na Fazenda

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Prazo de validade – Embora seja visto como “um dos nossos” pelo PT, Nelson Barbosa terá pouco tempo de lua de mel com o partido do governo. Petistas afirmam que, em janeiro, cobrarão do novo ministro da Fazenda “alguma novidade” para reanimar a economia. Caso Barbosa não entregue a encomenda, a pressão será pública. Integrantes da legenda e do Instituto Lula se queixam de que o Palácio do Planalto ainda não deixou claro o que Dilma Rousseff pretende fazer em 2016 para ressuscitar o PIB.

Errou rude – Petistas reprovaram a fala de Barbosa sobre a reforma da Previdência na sua estreia como ministro. “Tem de sinalizar para o nosso povo, não contra nós. É um erro achar que ele vai agradar ao mercado”, diz um veterano da sigla.

Fonte: PAINEL-FOLHA

Na Amazônia, Papai Noel chega de barco para crianças ribeirinhas

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Nada de trenó. Foi um barco com o Papai Noel e os presentes, que enguiçou no meio de um rio da Amazônia. Até aparecer alguém para ajudá-los, a entrega atrasou em mais de seis horas. Quando finalmente chegaram na casa das crianças, elas já tinham ido dormir. Um pouco frustrados, deixaram os brinquedos na porta de cada uma.

A recompensa veio no dia seguinte, quando souberam a reação dos meninos e meninas ao acordarem. “Elas acharam o máximo. Saíram correndo para ver se encontravam os trenós do Papai Noel”, conta Denise Kassama, 44, uma das fundadoras do projeto Amigos do Papai Noel, que há 17 anos leva presentes para crianças carentes de Manaus e das comunidades ribeirinhas próximas.

Mas não é fácil ser Papai Noel na Amazônia. Com roupas vermelhas cobrindo todo o corpo, bota, luvas e a barba de algodão, ele enfrenta o calor de mais de 30º C que costuma fazer no Estado do Amazonas durante o mês de dezembro. Ele ainda precisa enfrentar a floresta e os barrancos enormes que se formam próximos aos rios, que precisam ser escalados para se chegar a algumas comunidades.

As limitações da entrega não são poucas. Dependendo de como estiverem as águas do rios, a velocidade do barco pode ser maior ou menor. Se o nível estiver baixo, é mais difícil de chegar às casas. É o que aconteceu neste ano, com a forte seca em Manaus. Por isso, passaram o último final de semana inteiro só levando os presentes.

Além da rota ribeirinha, o Papai Noel também entrega lembranças na zona rural de Manaus e na zona periférica da cidade, em quatro saídas que devem acontecer nos próximos dias.

PRIMEIRO NATAL

Em 1998, um fato em comum marcou a vida de quatro amigos de Manaus: aquele ano havia sido excepcionalmente bom na carreira de todos. Eles queriam retribuir isso de alguma maneira. Que tal montar uma cesta básica? O dinheiro não dava para isso. Arrecadar roupas? É mais difícil. Decidiram, então, que o mais viável seria arrecadar brinquedos e entregá-los para crianças carentes.

Conseguiram comprar cerca de 500 produtos com o dinheiro separado. Depois do almoço, no dia 25, saíram de carro, com a colaboração de amigos, alguns deles fantasiados de Papai Noel, entregando os presentes pela periferia de Manaus.

No decorrer do projeto, voluntários passaram a fazer entregar também de barco. “A proposta é de ir a lugares onde ninguém consegue entregar presentes. Damos o primeiro brinquedo da vida dessas crianças, e, em muitos casos, o único “, diz.

Para Denise, a entrega é um ponto importante, mas não o principal. O projeto pretende levar uma verdadeira “festa de Natal” para famílias carentes. Para isso, além do clássico Papai Noel, a trupe conta também pessoas fantasiadas de palhaços e contadores de histórias.

“Ficamos 40 minutos em cada lugar, para fazer daquele o melhor momento possível na vida da criança”.

E isso reflete também na forma como as crianças recebem a entrega das lembranças. Quando ficam sabendo que o projeto vai passar em suas casas, elas se arrumam com a “roupa de ir na missa”, define a criadora do Amigos do Papai Noel.

O projeto atualmente conta com cerca de 80 voluntários e entrega brinquedos para 10 mil crianças. Neste ano, no entanto, Denise afirma ter sentido os efeitos da crise econômica. Se, nos últimos Natais, ela conseguia arrecadar 10 mil itens, em 2015 está somente com metade da quantia. “Muita gente que sempre doa perdeu emprego. Empresas que colaboram fecharam as portas”, diz.

Fonte: FOLHA

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