Dilma levou presidencialismo de coalizão ao ‘fundo do poço’, diz Marina

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A ex-senadora Marina Silva (Rede) afirmou neste domingo (17) que a presidente Dilma Rousseff levou o presidencialismo de coalizão “ao fundo do poço”.

Segundo Marina, que foi adversária de Dilma na disputa pelo Palácio do Planalto em 2014, a presidente “não tem liderança” e se utiliza de “movimentos erráticos” para tentar vencer a crise política e econômica que assola o país.

“O presidencialismo de coalizão está no fundo do poço. Começou com duas figuras fortes, que conseguiram implementar suas agendas, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente em seus primeiros mandatos. Mas com uma pessoa que não tem liderança própria no processo político, esse presidencialismo não consegue bases para se recompor. É um presidencialismo de confusão e desmoralização”, disse Marina, sem citar Dilma nominalmente.

A ex-senadora participou neste fim de semana em Brasília de uma reunião da cúpula de seu partido, a Rede Sustentabilidade, para discutir a conjuntura política e econômica do país e algumas questões internas da legenda, que conseguiu se viabilizar somente no fim do ano passado.

Com a chancela de Marina, a Rede vai emitir um documento com as posições do partido que, entre outras medidas, apoia a cassação da chapa de Dilma e do vice-presidente Michel Temer via TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Para Marina, o impeachment de Dilma, que levaria Temer à Presidência da República, poderia “enfraquecer a Operação Lava Jato”, pois passaria a impressão de que “o problema foi resolvido”. “Mas Dilma e Temer são faces de uma mesma moeda”, disse a ex-senadora.

Com a ressalva de que o impeachment “não é golpe”, apesar de não se ter “elementos suficientes” para afastar a presidente, Marina disse que é preciso “dar todo o apoio” às investigações da Operação Lava Jato, porque “é daí que saem as questões mais relevantes para passar o Brasil a limpo”.

ECONOMIA

Na avaliação de Marina e de dirigentes da Rede, a crise econômica e política no Brasil “não tem precedentes” e é preciso criar uma agenda “buscando novos caminhos”.

Apesar de não citar medidas concretas para tirar o país da crise, Marina criticou a atual política econômica e disse que “não dá para ficar sugerindo mais imposto sem ter o debate de como sairemos do poço sem fundo em que nos metemos”.

O governo Dilma tem defendido a recriação da CPMF como uma das formas de retomar a estabilidade econômica do país.

Bazileu Margarido, porta-voz da Rede, afirmou que o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, emite “sinais contraditórios”, ora acenando ao mercado com o ajuste fiscal, ora acenando às bases sociais do PT com benefícios para alguns setores da economia.

Fonte: FOLHA

Cunha recebeu propina de obras da Olimpíada

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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha – PMDB-RJ, está envolvido em um novo escândalo. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele teria ajudado a editar uma medida provisória para favorecer empreiteiras que realizaram obras para a Olimpíada 2016, no Rio de Janeiro. Pela manobra, o deputado recebeu R$ 1,9 milhão.

Mas Cunha não agiu sozinho. A ação contou com a ajuda do então senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que hoje é vice-governador do Rio de Janeiro. As informações constam do pedido de afastamento de Cunha feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A petição foi protocolada no Supremo Tribunal de Federal (STF) em 16 de dezembro, mas só deve ser julgada em fevereiro.

De acordo com o documento, Dornelles teria feito 15 emendas à Medida Provisória (MP) nº 584, todas elas favoráveis aos interesses de empreiteiras. A MP concede benefícios fiscais a projetos ligados à Olimpíada. Uma das alterações feitas na emenda de número 52 ampliou a isenção fiscal dos projetos de infraestrutura de transportes.

Segundo a PGR, Cunha vem utilizando de seu cargo para interesse próprio e fins ilícitos. Nesse sentido, o afastamento de Cunha de seu mandato parlamentar e da presidência da Câmara seria necessário para garantir a ordem pública, a regularidade de procedimentos criminais em curso perante o STF e a normalidade das apurações submetidas ao Conselho de Ética da Câmara sobre ações cometidas pelo deputado.

Antes da aprovação da MP 584, Cunha teria trocado mensagens de celular com o diretor de uma empresa que participa de quatro obras para a Olimpíada e elogiado o texto aprovado. Um dos trechos do pedido feito por Janot diz que, alguns dias após a negociação das emendas à MP, “Cunha cobrou o pagamento de valores, que, pelo teor das conversas anteriores, era em duas partes: R$ 1,500.000,00 e R$ 400.000,00.” O governo do Estado do Rio de Janeiro afirmou, por meio de sua assessoria, que não vai se pronunciar sobre o suposto envolvimento do vice-governador Francisco Dornelles. A Folha Universal não obteve retorno da assessoria de Eduardo Cunha.

11 motivos

A petição protocolada no STF por Janot aponta 11 fatos que comprovam que Eduardo Cunha usa sua posição para constranger e intimidar parlamentares, réus colaboradores, advogados e agentes públicos, com o objetivo de embaraçar e retardar as investigações contra si, como destaca o site do Ministério Público Federal. Cunha é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e de manutenção de valores não declarados em contas na Suíça. As acusações podem levar à perda de seu mandato do deputado.

11 fatos contra Cunha

Na sua conta oficial no Twitter, a PGR listou os 11 motivos que levaram o órgão a pedir o afastamento de Eduardo Cunha da Câmara dos Deputados. Confira:

– Pressão para receber propina por meio de requerimentos na Comissão de Fiscalização referentes a Julio Camargo e ao Grupo Mitsui.

– Mesmos instrumentos de pressão utilizados contra o Grupo Schahin. Foram mais de 30 requerimentos na Comissão em face do grupo.

– Convocação da advogada Beatriz Catta Preta para a CPI da Petrobras. O objetivo era constrangê-la pelo fato dela ter auxiliado Julio Camargo a incriminar Cunha.

– Contratação da empresa de investigação Kroll por R$ 1 milhão. A intenção era descobrir algo para comprometer os acordos de colaboração premiada.

– Pressão sobre o Grupo Schahin na CPI da Petrobras e convocação e afastamento do sigilo de parentes de Alberto Youssef.

– Manobras para viabilizar projetos de lei que poderiam evitar sua própria incriminação – abuso de poder.

– Retaliação em face dos que contrariam seus interesses, como deputados que fizeram representação contra ele no Conselho de Ética.

– Participação em atos legislativos para favorecer bancos e empreiteiras e receber vantagens indevidas. A PGR cita 11medidas provisórias (MPs) como exemplo.

– Manobras para evitar punições no Conselho de Ética. Cunha responde a representação por quebra de decoro parlamentar.

– Ameaças ao ex-relator do processo de cassação no Conselho de Ética Fausto Pinato (PRB-SP).

– Novas ameaças e oferta de propina ao ex-relator do processo de cassação Fausto Pinato (PRB-SP).

Fonte: Agência Brasil

Menina que ajudou bombeiro a salvar surdos aprendeu Libras aos 3 anos

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A menina Emanuela Bassi, ou Manu, de 10 anos, que ajudou o Corpo de Bombeiros a salvar três surdos depois de um acidente em Tatuí (SP), aprendeu a Língua Brasileira de Sinais (Libras) aos 3 anos de idade na igreja que a família frequenta, conta a mãe dela, Carina Bassi. “A Manu começou a frequentar as aulas de Libras comigo. Pouco tempo depois o Lúcio [marido de Carina] fez parte de nossas vidas”, conta.

Emanuela Bassi tem 10 anos e sabe falar Libras desde os 3 (Foto: Reprodução/ TV TEM)Emanuela Bassi tem 10 anos e sabe falar Libras desde os 3 anos

O padrasto, Lúcio Vicente Menk, foi uma das vítimas que tiveram ajuda de Manu para serem resgatadas. Além dele, outros dois passageiros, também surdos, estavam no carro que bateu em uma motocicleta na Rodovia Senador Laurindo Dias Minhoto (SP-141) em Tatuí. A família mora em Capela do Alto (SP).

Carina conta que desmaiou depois da batida e restou à Manu fazer a tradução entre as vítimas e os socorristas. “Eu cheguei lá e viram que eu conseguia me comunicar eles pediram para pedir os dados deles, depois repassar. Pediam para perguntar a idade, se eles estavam sentindo alguma dor em qual local. Tinha que repassar para eles”, conta Manu.

Todos os ocupantes do carro e o motociclista é quem ficou mais gravemente ferido. Mesmo assim, dois meses depois do acidente Lúcio Menk ressalta que o pior desse tipo de situação é não conseguir comunicar-se. “Foi difícil para ele porque as pessoas que não sabem sinais não entendem. Ele tenta, mas não consegue”, traduziu Manu à equipe da TV TEM.

Manu foi a única que sabia traduzir sinais e virou 'intérprete' dos bombeiros (Foto: Reprodução/ TV TEM)Manu foi a única que sabia traduzir sinais e virou
‘intérprete’

Apesar da Libras ser algo normal no dia-a-dia da Manu, ela já consegue compreender a importância da palavra inclusão: “Se algum surdo passar apuro não tem como falar. Então era bom que as pessoas aprendam um pouquinho para poderem ajudar”, reflete.

O sargento Elias de Moraes, do Corpo de Bombeiros em Tatuí, foi o responsável pela equipe que atendeu a ocorrência e concorda com a garota. “Um simples gesto pode salvar uma vida. Eu creio que a linguagem de sinais, para mim com esses 24 anos de corporação, ficou comprovado que isso foi fundamental para gente ter o melhor atendimento para as pessoas naquele momento”, ressalta.

Língua de sinais é forma de comunicação dentro da casa da menina (Foto: Reprodução/ TV TEM)Língua de sinais é forma de comunicação dentro da casa da menina (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Fonte: G1
 

EUA confirmam caso de microcefalia por contágio do vírus zika no Brasil

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Os Estados Unidos confirmaram o caso de um bebê nascido com microcefalia por contaminação do vírus zika. A criança nasceu em um hospital de Oahu, no Havaí, divulgou em nota, na sexta-feira (15), o departamento de saúde do estado norte-americano.

 A mãe do bebê contraiu o vírus quando morava no Brasil, em maio do ano passado, e a criança contraiu a doença no ventre, conforme confirmaram testes de laboratório, diz o órgão de saúde.  No Havaí, seis pessoas haviam contraído o vírus desde 2014, mas não foram infectadas.

O primeiro caso de infecção do vírus foi reportado no estado de Porto Rico, segundo autoridades do país.

Alerta para grávidas
Em um comunicado à imprensa, seguido por entrevista coletiva na noite de sexta (15), diretores do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA (CDC), recomendaram que grávidas adiem viagens para 14 locais afetados pelo zika vírus, inclusive o Brasil.

Eles alertaram que mulheres em qualquer estágio de gravidez “devem considerar adiar suas viagens” e que, aquelas que não podem desmarcar a vinda, devem “conversar com seus médicos e seguir estritamente as medidas de prevenção para evitar serem picadas pelo mosquito” Aedes aegypti.

As recomendações também se estendem a mulheres em idade reprodutiva, especialmente aquelas que planejam engravidar em breve, de acordo com Lyle Petersen, diretor da Divisão de Doenças Infecciosas do CDC.

A conexão entre o zika vírus e a microcefalia tem “fortes evidências”, segundo os médicos, especialmente após as análises de dois fetos e dois bebês mortos logo após o nascimento. Segundo Petersen, nos quatro casos, registrados no Brasil e avaliados nos EUA, as amostras apontaram a presença do vírus nas placentas e no tecido cerebral das crianças.

Petersen afirmou que o Brasil não é especialmente mais perigoso, apesar da grande incidência de casos de microcefalia, e que as precauções devem ser igualmente observadas nos 14 locais destacados como regiões de risco: Brasil, Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela e Porto Rico.

Além disso, ele evitou fazer previsões sobre a situação durante as Olímpiadas do Rio, afirmando não ser possível antecipar se será indicado evitar viagens no período. “Não é possível especular, esta é uma situação nova e dinâmica. Não sabemos sequer como vai ser no próximo mês”, justificou.

O CDC informou ainda que o primeiro caso de um cidadão dos EUA com zika vírus foi registrado após o paciente retornar de uma viagem ao exterior, em 2007. No período entre 2007 e 2014, o país teve 14 casos, e entre 2015 e 2016 outros 12 foram confirmados. Em todos eles os pacientes foram contaminados durante viagens a outros países.

Fonte: G1

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