Lula repudia tentativa de envolvê-lo na Operação Lava Jato

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‘Não recebeu favores, não fez nada ilegal’, afirma comunicado

 Rio – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota, em sua conta na rede social Facebook, repudiando a tentativa de envolvê-lo em atos ilícitos investigados pela Operação Lava Jato. No comunicado, Lula diz que, nos últimos anos, “nenhum líder brasileiro teve a vida particular e partidária tão vasculhada quanto ele”, contra quem jamais foram encontradas acusações válidas.

Notícias veiculadas pela imprensa apontam que a nova fase da Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal, estaria se aproximando do ex-presidente. Essa nova fase investiga suposta lavagem de dinheiro com a compra de empreendimentos imobiliários no Guarujá, litoral paulista.

“O ex-presidente Lula não foi sequer citado na decisão do juiz Sérgio Moro e repudia qualquer tentativa de envolver seu nome em atos ilícitos investigados na chamada Operação Lava Jato. (…) Lula foi preso, sim, mas pela ditadura, porque lutava pela democracia no Brasil e pelos direitos dos trabalhadores. Não será investigando um apartamento – que nem mesmo lhe pertence – que vão encontrar uma nódoa em sua vida”, diz a nota.

O comunicado ainda afirma que “Lula nunca escondeu que sua família comprou, a prestações, uma cota da Bancoop, para ter um apartamento onde hoje é o edifício Solaris. Isso foi declarado ao Fisco e é público desde 2006. Ou seja: pagou, não recebeu dinheiro pelo imóvel. (…) Portanto, Lula não ocultou patrimônio, não recebeu favores, não fez nada ilegal. E continuará lutando em defesa do Brasil, do Estado de Direito e da democracia.”

Fonte: AGÊNCIA BRASIL

Humorista de ‘A Praça é Nossa’ sofre sequestro-relâmpago na Baixada

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Maurício Manfrini, que interpreta ‘Paulinho Gogó’, foi rendido em São João de Meriti e libertado na Via Dutra

Rio – O humorista Maurício Manfrini, conhecido pelo personagem “Paulinho Gogó”, do progama A Praça é Nossa, do SBT, e da Rádio Tupi sofreu um sequestro-relâmpago em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na noite desta segunda-feira. Maurício deixava a casa da mãe acompanhado pela mulher quando foi rendido por cinco criminosos e levado em seu carro, um Mitsubishi L200.

Segundo a PM, Maurício foi agredido com um coronhada. Dois criminosos ficaram com o humorista no Mitsubishi e enquanto outros três deram cobertura em outro veículo. A polícia montou um cerco na Via Dutra, na pista sentido São Paulo. O humorista foi liberado em seguida.

Os ladrões roubaram o carro, dinheiro, documentos, telefone celular e até os tênis de Maurício. Ele foi levado para a 64ª DP (São João de Meriti), onde prestou depoimento e foi liberado.

Programa de rádio adiado

Segundo a Rádio Tupi, Manfrini cancelou a viagem que faria a São Paulo nesta terça-feira para gravação do quadro de humor que mantém na emissora. Seu personagem “Paulinho Gogó” é conhecido pelos bordões “Quem não tem dinheiro conta história” e “fato venéreo”.

Em seu perfil no Facebook, Manfrini tranquilizou os fãs e disse estar bem. “Graças a Deus nenhum de meus três filhos estava presente. Estou ótimo e é isso que importa”, disse.

Policiais 64ª DP (São João de Meriti) diligências na comunidade Coelho da Rocha prenderam três suspeitos e apreenderam armas, drogas e carros roubados. O carro de Maurício Manfrini não estava entre os veículos apreendidos.

A delegacia não informou se os suspeitos detidos têm estão envolvidos no sequestro relâmpago.

Barragem tem novo vazamento e mineradora aciona plano de emergência em Mariana

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Um novo vazamento na barragem de Fundão, em Mariana, na região central de Minas Gerais, assustou funcionários da Samarco nesta quarta-feira (27). A estrutura é a mesma que se rompeu no dia 5 de novembro do ano passado, matando 17 pessoas. Duas ainda estão desaparecidas.

Segundo a mineradora, que é controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, ocorreu uma “movimentação de parte da massa residual devido as chuvas das últimas semanas”. Ninguém ficou ferido.

A empresa informou que seguiu o plano de emergência e orientou os funcionários que trabalhavam próximo à área afetada a deixar o local. Não houve a necessidade de acionamento de sirene. As Defesas Civis de Mariana e Barra Longa foram informadas.

Ainda conforme a Samarco, o volume deslocado permanece entre as barragens de Fundão e Santarém. Em nota, a mineradora reafirmou que “as estruturas das barragens de Germano e Santarém permanecem estáveis com base no continuo monitoramento”.

Em nota, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e a Secretaria de Meio Ambiente de Minas informaram que uma equipe do Núcleo de Emergências Ambientais se deslocou para a indústria a fim de avaliar os danos ao meio ambiente. Os órgãos governamentais confirmaram que às 12h houve “uma movimentação de massa no material que sobrou na barragem” e que o volume “não ultrapassou o limite da empresa”.

Tragédia

O rompimento do ano passado é considerado o maior acidente mundial com barragens dos últimos 100 anos. Se for considerado o volume de rejeitos despejados – 50 a 60 milhões de metros cúbicos (m³) – o acidente em Mariana (MG) equivale, praticamente, à soma dos outros dois maiores acontecimentos do tipo já registrados no mundo – ambos nas Filipinas, um em 1982, com 28 milhões de m³; e outro em 1992, com 32,2 milhões de m³ de lama.

Mas não é apenas nessa métrica (volume de rejeitos) que a tragédia mineira sai negativamente na frente. Em termos de distância percorrida pelos rejeitos de mineração, a lama vazada da Samarco quebra outro recorde. São 600 quilômetros (km) de trajeto seguidos pelo material, até o momento. No histórico deste tipo de acidente, em segundo lugar aparece um registro ocorrido na Bolívia, em 1996, com metade da distância do trajeto da lama, 300 quilômetros.

Problemas desde 2009 

Documentos comprovam que desde 2009, pouco depois da inauguração de Fundão, a Samarco tinha conhecimento de problemas na estrutura. Naquele ano, a mineradora chegou a interromper o lançamento de rejeitos e esvaziou o reservatório recém-construído ao diagnosticar uma infiltração de um metro de diâmetro. Meses depois, precisou recuperar o dique ao constatar entupimento de drenos. No ano seguinte, um trecho do terreno afundou após o sistema de escoamento de água ser tomado por areia. Em 2011, a Samarco aplicou concreto no local, e em 2012 construiu novo sistema de escoamento.

Segundo relatório de inspeção elaborado a pedido da mineradora pelo escritório Vogbr, também indiciado pela PF, o descarte de rejeitos da mina vizinha de Alegria, da Vale, controladora da Samarco, provocava impactos na lateral esquerda de Fundão – a Vale não tinha autorização para o procedimento.

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Fonte: R7.

Familiares de vítimas da Kiss querem indenização de US$ 100 mi na OEA

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Principal alegação é que estado brasileiro violou direito à Justiça.
Antes de ser julgada, denúncia passará por comissão nos Estados Unidos.

A denúncia por violação de direitos humanos no caso do incêndio da boate Kiss que será feita pela Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) à Comissão da Interamericana de Direitos Humanos vai pedir uma reparação material de mais de US$ 100 milhões. O processo deve ser encaminhado em fevereiro ao órgão internacional.

A principal alegação da ação é a de que o estado brasileiro violou, entre outros quesitos, o direito à Justiça. A denúncia encaminhada ao tribunal da Organização dos Estados Americanos (OEA) relata que não houve processo judicial contra nenhum agente do Estado envolvido na tragédia ocorrida na madrugada de 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, que causou 242 mortes.

Entre as reparações propostas na denúncia, está um pedido formal de desculpas dos agentes públicos que tiveram  envolvimento com a tragédia e o pagamento de mais de US$ 100 milhões pelo estado brasileiro como indenização.

“Eram jovens que tinham uma vida, sonhos, projetos… e a corte (internacional) tem a preocupação de restituir da melhor forma possível, por isso vamos pedir a reparação”, afirma a advogada responsável pela ação, Tâmara Biolo Soares.

Além disso, a denúncia pedirá medidas que impeçam a repetição do aconteceu com a investigação dos agentes públicos que tiveram envolvimento com a tragédia, tratamento adequado de saúde, entre outras medidas, como a construção de um memorial.

“Infelizmente houve injustiça e é muito clara a responsabilidade do estado brasileiro. Não deram a resposta  a uma demanda das vítimas, dos familiares e toda a sociedade. E sem a responsabilização, fica pavimentado o caminho para que outras tragédias possam acontecer”, afirma Tâmara.

Denúncia será analisada por comissão em Washington
Entretanto, antes de chegar a Corte Interamericana de Direitos Humanos em San Jose, na Costa Rica, a denúncia é primeiro levada à uma comissão em Washington, nos Estados Unidos. Lá é verificado se todos recursos internos foram esgotados, e se o pedido se enquadra nos parâmetros exigidos nas ações que tramitam na corte internacional.

De  acordo com a equipe jurídica, as falhas do poder público ocorreram antes da tragédia pela falha na fiscalização e pelo conhecimento dos problemas, sem que nada fosse feito; pela dificuldade em atender as vítimas durante o incidente; e porque não levou todos os envolvidos à Justiça.

“É inadmissível que nós como cidadãos, tenhamos uma sociedade que acredite que essaé uma questão política, que nós estamos atrapalhando uma cidade, que temos que esquecer, que estamos atrasando essa cidade. É difícil para um pai ouvir issso”, lamenta o presidente da AVTSM, Sérgio Silva.

Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. A tragédia matou 242 pessoas, sendo a maioria por asfixia, e deixou mais de 630 feridos. O fogo teve início durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira e se espalhou rapidamente pela casa noturna, localizada na Rua dos Andradas, 1.925.

O local tinha capacidade para 691 pessoas, mas a suspeita é que mais de 800 estivessem no interior do estabelecimento. Os principais fatores que contribuíram para a tragédia, segundo a polícia, foram: o material empregado para isolamento acústico (espuma irregular), uso de sinalizador em ambiente fechado, saída única, indício de superlotação, falhas no extintor e exaustão de ar inadequada.

Ainda estão em andamento os processos criminais contra oito réus, sendo quatro por homicídio doloso (quando há intenção de matar) e tentativa de homicídio, e os outros quatro por falso testemunho e fraude processual. Os trabalhos estão sendo conduzidos pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada. Segundo ele, o julgamento deve ocorrer até o final do ano. Sete bombeiros também estão respondendo pelo incêndio na Justiça Militar. O número inicial era oito, mas um deles fez acordo e deixou de ser réu.

Entre as pessoas que respondem por homicídio doloso, na modalidade de “dolo eventual”, estão os sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr (Kiko) e Mauro Hoffmann, além de dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o funcionário Luciano Bonilha Leão. Os quatro chegaram a ser presos nos dias seguintes ao incêndio, mas a Justiça concedeu liberdade provisória a eles em maio de 2013.

Atualmente, o processo criminal ainda está em fase de instrução. Após ouvir mais de 100 pessoas arroladas como vítimas, a Justiça está em fase de recolher depoimentos das testemunhas. As testemunhas de acusação já foram ouvidas e agora são ouvidas as testemunhas de defesa. Os réus serão os últimos a falar. Quando essa fase for finalizada, Louzada deverá fazer a pronúncia, que é considerada uma etapa intermediária do processo.

No dia 5 de dezembro de 2014, o Ministério Público (MP) denunciou 43 pessoas por crimes como falsidade ideológica, fraude processual e falso testemunho. Essas denúncias tiveram como base o inquérito policial que investigou a falsificação de assinaturas e outros documentos para permitir a abertura da boate junto à prefeitura.

Fonte: G1.

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