OMS declara Zika emergência internacional

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O avanço do zika vírus nas Américas foi considerado uma emergência internacional pela OMS (Organização Mundial da Saúde), após reunião em Genebra nesta segunda-feira.

Para chegar à conclusão, os especialistas discutiram vários aspectos relacionados ao risco da proliferação da doença e as respostas possíveis. Ao decretar situação de “emergência global” para o zika, a organização espera facilitar a mobilização de dinheiro, recursos e conhecimento científico para o combate à doença.

Isso facilitaria a custear pesquisas para desvendar mais detalhadamente a relação entre o vírus e os casos de bebês nascidos com microcefalia.

A reunião ocorreu em meio ao anúncio de que agentes de vigilância sanitária brasileiros terão permissão para entrar em imóveis abandonados que apresentem possíveis focos de água parada, local de reprodução do mosquito vetor da doença, o Aedes aegypti.

Dentro do grupo de 20 representantes na OMS estava o brasileiro Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, do Instituto Evandro Chagas no Pará.

A reunião desta segunda-feira foi decorrência de um painel realizado na semana passada durante o encontro executivo dos representantes nacionais. Na ocasião, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, classificou como “alarmante” a velocidade com que o vírus está se espalhando no mundo.

De acordo com números apresentados na ocasião, a doença seguirá se alastrando rapidamente pelo continente e poderá afetar até 4 milhões de pessoas somente neste ano, com até 1,5 milhão de vítimas no Brasil.

Fonte: R7

‘Existo porque minha mãe não optou pelo aborto’, diz jornalista com microcefalia

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Ana se formou em jornalismo para ser ‘porta-voz da microcefalia’

Ana Carolina Cáceres, moradora de Campo Grande (MS), desafiou todos os limites da microcefalia previstos por médicos. Eles esperavam que ela não sobrevivesse. Hoje, Ana tem 24 anos. Neste depoimento, ela defende uma discussão informada sobre o aborto.

Ana Carolina Cáceres, moradora de Campo Grande (MS)

Ana Carolina Cáceres, moradora de Campo Grande (MS)

“Quando li a reportagem sobre a ação que pede a liberação do aborto em caso de microcefalia no Supremo Tribunal Federal (STF), levei para o lado pessoal. Me senti ofendida. Me senti atacada.

No dia em que nasci, o médico falou que eu não teria nenhuma chance de sobreviver. Tenho microcefalia, meu crânio é menor que a média. O doutor falou: ‘ela não vai andar, não vai falar e, com o tempo, entrará em um estado vegetativo até morrer’.

Ele –como muita gente hoje– estava errado. Meu pai conta que comecei a andar de repente. Com um aninho, vi um cachorro passando e levantei para ir atrás dele. Cresci, fui à escola, me formei e entrei na universidade. Hoje eu sou jornalista e escrevo em um blog.

Escolhi este curso para dar voz a pessoas que, como eu, não se sentem representadas. Queria ser uma porta-voz da microcefalia e, como projeto final de curso, escrevi um livro sobre minha vida e a de outras 5 pessoas com esta síndrome (microcefalia não é doença, tá? É síndrome!).

Com a explosão de casos no Brasil, a necessidade de informação é ainda mais importante e tem muita gente precisando superar preconceitos e se informar mais. O ministro da Saúde, por exemplo. Ele disse que o Brasil terá uma ‘geração de sequelados’ por causa da microcefalia.

Se estivesse na frente dele, eu diria: ‘Meu filho, mais sequelada que a sua frase não dá para ser, não’.

Porque a microcefalia é uma caixinha de surpresas. Pode haver problemas mais sérios, ou não. Acho que quem opta pelo aborto não dá nem chance de a criança vingar e sobreviver, como aconteceu comigo e com tanta gente que trabalha, estuda, faz coisas normais – e tem microcefalia.

Ana passou por cirurgias e contou com ajuda de toda a família para superar dificuldades

Ana passou por cirurgias e contou com ajuda de toda a família para superar dificuldades

As mães dessas pessoas não optaram pelo aborto. É por isso que nós existimos. Não é fácil, claro. Tudo na nossa casa foi uma batalha. Somos uma família humilde, meu pai é técnico de laboratório e estava desempregado quando nasci. Minha mãe, assistente de enfermagem, trabalhava num hospital, e graças a isso nós tínhamos plano de saúde.

A gente corta custos, economiza, não gasta com bobeira. Nossa casa teve que esperar para ser terminada: uma parte foi levantada com terra da rua para economizar e até hoje tem lugares onde não dá para pregar um quadro, porque a parede desmancha.

O plano cobriu algumas coisas, como o parto, mas outros exames não eram cobertos e eram muito caros. A família inteira se reuniu – tio, tia, gente de um lado e do outro, e cada um deu o que podia para conseguir o dinheiro e custear testes e cirurgias.

No total, foram cinco operações. A primeira com nove dias de vida, para correção da face, porque eu tinha um afundamento e por causa dele não respirava.

Durante toda a infância também tive convulsões. É algo que todo portador de microcefalia vai ter – mas, calma, tem remédios que controlam. Eu tomava Gardenal e Tegretol até os 12 anos –depois nunca mais precisei (e hoje sei até tocar violino!).

Depois da raiva, lendo a reportagem com mais calma, vi que o projeto que vai ao Supremo não se resume ao aborto. Eles querem que o governo erradique o mosquito, dê mais condições para as mães que têm filhos como eu e que tenha uma política sexual mais ampla – desde distribuição de camisinhas até o aborto.

Ana afirma levar uma vida normal: 'hoje sei até tocar violino!

Ana afirma levar uma vida normal: ‘hoje sei até tocar violino!

Isso me acalmou. Eu acredito que o aborto sozinho resolveria só paliativamente o problema e sei que o mais importante é tratamento: acompanhamento psicológico, fisioterapia e neurologia. Tudo desde o nascimento.

Também sei que a microcefalia pode trazer consequências mais graves do que as que eu tive e sei que nem todo mundo vai ter a vida que eu tenho.

Então, o que recomendo às mães que estão vivendo esse momento é calma. Não se desespere, microcefalia é um nome feio, mas não é esse bicho de sete cabeças, não.

Façam o pré-natal direitinho e procurem sobretudo um neurologista, de preferência antes de o bebê nascer. Procurem conhecer outras mães e crianças com microcefalia. No próprio Facebook há dois grupos de mães que têm um, dois, até três filhos assim e trabalham todos os dias tranquilas, sem dificuldade.

No Facebook, Ana se manifestou sobre campanha para legalizar o aborto em casos de microcefalia

No Facebook, Ana se manifestou sobre campanha para legalizar o aborto em casos de microcefalia

Caso o projeto de aborto seja aprovado, mas houver em paralelo assistência para a mãe e garantia de direitos depois de nascer, tenho certeza que a segunda opção vai vencer.

Se ainda assim houver pais que preferirem abortar, não posso interferir. Acho que a escolha é deles. Só não dá para fazê-la sem o mais importante: informação.

Quanto mais, melhor. Sempre. É o que me levou ao jornalismo, a conseguir este espaço na BBC e a ser tudo o que eu sou hoje: uma mulher plena e feliz.

*Este depoimento é resultado de uma conversa entre o repórter da BBC Brasil Ricardo Senra e Ana Carolina Cáceres. E começou com um comentário da jovem no perfil da BBC Brasil no Facebook.

Relação entre microcefalia e zika só foi descoberta graças ao Brasil, diz órgão de saúde europeu

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Segundo dados do centro, após observar a epidemia brasileira sobre o vírus, as autoridades da Polinésia Francesa revisaram seus números.

A epidemia de zika no Brasil permitiu que fosse constatada a relação entre o vírus e a microcefalia, disse um especialista do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, órgão da UE (União Europeia) responsável pela saúde.

Surtos anteriores em outras partes do mundo não haviam afetado populações suficientemente grandes a ponto de fazer-se notável o aumento do nascimento de bebês com má-formação. “De certa forma, eu diria que a importância da população afetada no Brasil foi a de servir de revelador para a associação com a microcefalia”, avaliou o chefe da unidade de vigilância e resposta do órgão, Deni Coulombier.mosquito 310116

Comparando a epidemia brasileira às ocorridas em ilhas do Oceano Pacífico, Coulombier explicou que há duas razões para que o vínculo não tenha sido percebido anteriormente. “Não houve tantas mulheres contaminadas e houve poucos casos [de microcefalia], que mal puderam ser notados. Agora, o mesmo risco aplicado a uma grande população sem resistência ao vírus no Brasil, que é mais concentrado em questão de espaço, você acaba vendo de repente milhares de casos no mesmo hospital ao mesmo tempo.”

De acordo com dados do centro, após observar a epidemia brasileira, as autoridades da Polinésia Francesa revisaram seus números. Em 2013-2014 as ilhas sofreram com epidemia de zika e na revisão foi constatado um aumento no número de bebês nascidos com deformações no ano seguinte, passando de um caso para 17 casos na média anual.

Fonte: O SUL

Cláudia Rodrigues confessa: ‘Pensei em tirar a minha vida’

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Em entrevista ao ‘Domingo Show’, a atriz aparece careca e fala do transplante de células tronco ao qual se submeteu para tratar a esclerose múltipla

São Paulo – Cláudia Rodrigues abriu seu coração para falar do transplante de células-tronco ao qual se submeteu para tratar a esclerose múltipla que sofre há anos. A atriz confessou a Geraldo Luís que cogitou se matar.

“Pensei em tirar a minha vida. Mas repensei: ‘eu estou errada. Ninguém tem direito de tirar a vida, só Deus. Se está pensando nisso, pode esquecer'”, disse. Para passar pelo transplante, passou por um processo de preparação de quatro meses, em que ficou sem ver os amigos e a própria família.

Segundo a amiga e empresária Adriane Bonatto, houve um momento bem delicado. “Depois do transplante ela teve uma queda de pressão para 5×3 e febre de 40 graus que quase a levou a óbito. Ela olhou para mim toda branca, dizendo ‘Eu não estou bem'”, recorda.

Cláudia recebeu o apresentador no hospital. “Queria te dar um abraço, mas estou tipo um cão com raiva. Não posso beijar, abraçar, nem encostar. Estou muito feliz, de alta indo para casa. Nunca passou pela minha cabeça que eu não voltaria. Fiz um trato com Deus: faça o que quiser, mas não me deixe longe da minha casa nem da minha família”.

A atriz diz que se sente recuperada. “O médico falou que estou perfeita, é como se eu renascesse. Eu me sinto curada”, vibra, tirando a máscara. “Não dá para ficar se lamentando se tenho Deus acima de tudo e tem gente muito pior. Eu disse a Ele: se quer o meu óbito, faça logo, mas faça sem dor”.

Junto da família, ela diz que tem “dez amigos” depois que saiu da TV e contou seu desejo de agora em diante. “Quero saúde, muita saúde e trabalho. Vou fazer todo mundo rir mais do que antes. Sei que o mundo está precisando muito rir”.

Fonte: IG

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