Após pedido de prisão preventiva, Dilma oferece e Lula recusa ministério

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Tão logo foi divulgada a notícia do pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por promotores de São Paulo, petistas do governo se apressaram a por em prática uma articulação da véspera: levar o ex-presidente a ocupar um ministério e, assim, evitar a possibilidade de ser preso. Em pouco tempo, o próprio Lula descartou a ideia.

A presidente Dilma estava no Rio, em viagem oficial, e foi imediatamente acionada, enquanto no Palácio do Planalto, quatro ministros discutiam o assunto – Jacques Wagner, Ricardo Berzoini, José Eduardo Cardoso e Wellington Cesar Lima e Silva.

Eles trocavam telefonemas com o ex-presidente e auxiliares e, em determinado momento, tudo indicava que Lula iria ocupar um ministério com gabinete no Palácio do Planalto – Casa Civil ou Secretaria de Governo.

A presidente chegou a concordar com a proposta de ter Lula na equipe, mas a possibilidade foi descartada pelo próprio ex-presidente. Ele recomendou que recolhessem a proposta pois a presidente poderia ser acusada de tentativa de obstruir a Justiça. Por telefone, avisou a Jacques Wagner que não toparia o projeto.

Na noite de terça-feira em Brasília, Lula chegou a discutir este assunto com Dilma e ministros, mas descartou a ideia porque, se ele iria conquistar a prerrogativa de foro e ser julgado pelo STF, sua família iria continuar sob a alçada do juiz Sérgio Moro. Ou seja, ele não resolveria seu problema – que é o risco de ter a prisão temporária determinada por um juiz.

Nesta quinta, ao descartar a possibilidade de se tornar ministro, Lula ouviu uma avaliação de que o pedido dos promotores de São Paulo continha fragilidades.

Até mesmo a oposição não embarcou no pedido dos promotores e pedia cautela. Segundo auxiliares, Lula não aceitará ocupar um ministério ainda que a juiza não determine a prisão dele.

Até porque, dizem esses auxiliares, há informações de que outro pedido semelhante pode ser feito pelos procuradores responsáveis pela investigação da Operação Lava Jato.

Fonte: G1 / Cristiana Lôbo

Cientistas japoneses descobrem bactéria que “come” garrafa PET

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Cientistas japoneses anunciaram nesta quinta-feira (10) a descoberta de uma bactéria capaz de decompor completamente o polietileno tereftalato — o plástico do qual são feitas as garrafas PET, um dos problemas mais graves de poluição no planeta.

O microrganismo, que oferece uma perspectiva mais viável para tratar o acúmulo desse material no ambiente, foi encontrado em uma usina de reciclagem de lixo. A bactéria, batizada de Ideonella sakaiensis, se alimenta quase que exclusivamente de PET.

Segundo os cientistas, a descoberta é de certa maneira surpreendente, porque a bactéria aparenta ter adquirido a capacidade de degradar esse tipo de plástico em um processo que durou poucas décadas. Na escala da evolução biológica, é um piscar de olhos.

Em estudo na revista “Science”, o grupo liderado pelo biólogo Shosuke Yoshida, do Instituto de Tecnologia de Kioto, descreve como uma colônia microrganismo conseguiu degradar uma folha fina de PET em 6 semanas. Pode parecer muito tempo, mas é rápido para um tipo de plástico que leva centenas de anos para se decompor espontaneamente.

Para decompor o PET, a bactéria produz duas enzimas — moléculas biológicas que promovem reações químicas — cuja função específica é degradar esse plástico. O PET é composto por uma estrutura molecular de carbono altamente estável, que quando atacada pela bactéria se rompe em componentes menores, que podem ser incorporados ao ambiente sem problemas.

O trabalho dos cientistas japoneses envolveu a análise de 250 amostras de bactéria encontradas na usina de reciclagem. A descoberta é importante, afirmam, mas é preciso descobrir ainda meios práticos de produzir essas enzimas e usá-las em larga escala para tratar resíduos plásticos que poluem ambiente, sobretudo nos oceanos.

De um jeito ou de outro, estudos sobre a Ideonella sakaiensis devem acelerar esse processo, já que tudo o que se conhecia antes era alguns fungos capazes de decompor PET parcialmente. Usar bactérias que aniquilam totalmente o plástico para desenvolver um tratamento biológico para esse tipo de lixo deve ser bem mais fácil, dizem os cientistas.

O planeta produz hoje cerca de 50 milhões de toneladas de PET por ano, e menos de 15% do material é reciclado. O que não é contido em aterros sanitários nem incinerado acaba indo parar em rios e mares — fragmentado em pequenos pedaços — e é extremamente nocivo para criaturas aquáticas.

Fonte: G1

Pronatec terá 2 milhões de vagas em 2016 e governo vai criar ‘MECFlix’

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O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou esta semana que  o governo vai ofertar neste ano 2 milhões de vagas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O número é maior do que oferecido no ano passado, quando foram disponibilizadas 1,3 milhão de matrículas.

Mercadante anunciou ainda que, neste ano, haverá uma versão do Pronatec destinada à educação de jovens e adultos (EJA), onde os alunos poderão concluir o ensino médio e fundamental junto com a qualificação profissional.

Além disso, neste ano, segundo o ministro, os estudantes poderão fazer cursos do Pronatec à distância. O MEC vai criar uma plataforma chamada de MECFlix, em parceria com mais de 30 TVs públicas pelo país, para transmitir aulas, permitir orientação dos professores e diálogo entre os alunos.

 Vagas do Pronatec regular

Segundo o MEC, do total de vagas regulares para este ano, aproximadamente 1,6 milhão serão em cursos de qualificação profissional de curta duração (até dois meses), enquanto as outras cerca de 400 mil serão disponibilizadas em cursos técnicos, de duração maior (dois a três anos).

Mercadante disse que o número mostra um “saldo extraordinário” para o programa. “Mostrando que é possível fazer mais e melhor do que estávamos fazendo. São 2 milhões de matrículas para este ano, o que mostra um grande êxito do programa e medidas inovadoras”, declarou.

No ano passado, os cursos mais procurados foram de técnico em informática, técnico em segurança do trabalho e técnico em logística. Já nos casos de qualificação profissional, os cursos mais procurados foram operador de computador, assistente administrativo e horticultor orgânico.

No ano passado, o programa, uma das principais bandeiras da presidente Dilma Rousseff na eleição de 2014, teve dificuldades financeiras e alguns professores tiveram seus salários atrasados. Além disso, no ano passado o Ministério da Fazenda divulgou estudo, rebatido pelo MEC, que aponta que as beneficiados por cursos não tiveram vantagem para se inserir no mercado de trabalho perante aqueles que não participaram do programa.

  Objetivos do Pronatec

O Pronatec é um programa voltado para a capacitação profissional técnica de jovens e adultos. Foi criado em 2011, no primeiro mandato da presidente Dilma, com o objetivo de ampliar a oferta de cursos, com a meta de criar 8 milhões de vagas até o fim de 2014.

Em junho de 2014, o governo anunciou uma nova fase do programa, com a meta de gerar mais 12 milhões de matrículas até 2018. No evento, também foi divulgado o balanço do Pronatec até aqui, segundo o qual foram geradas 9,4 milhões de matrículas entre 2011 e 2015, em 4,3 mil municípios.

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Após a cerimônia no Planalto, Mercadante concedeu entrevista à imprensa. Perguntado sobre se o governo mantém a previsão de ofertar 12 milhões de vagas no Pronatec até 2018, como foi anunciado em 2014, Mercadante disse que não pode dizer o que acontecerá até lá “diante do atual cenário em que estamos”.

“O que eu posso garantir é que em 2016 nós teremos 2 milhões de matrículas. […] Vamos ter 2 milhões neste ano e vamos aguardar a economia. E eu acredito que a economia vai se recuperar, a receita vai melhorar e nós poderemos acelerar o programa”, declarou.

“Mesmo em quadro de crise, temos de eleger prioridades e o Pronatec é prioridade. Se não formarmos com mais qualificação profissional, com mais formação técnica, nós não aumentamos a produtividade e a competitividade da economia”, acrescentou.

Fonte: G1

SUS atende 100 vezes mais casos pós-aborto do que faz interrupções legais

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Os números de procedimentos pós-aborto e de abortos legais realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) expõem falhas nas políticas contraceptivas e de combate ao aborto clandestino no Brasil. É o que aponta levantamento feito por Aos Fatosno banco de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde. Nos últimos três anos, o governo atendeu quase cem vezes mais mulheres para a realização de curetagem pós-aborto do que para procedimentos dentro dos parâmetros da lei.

A falta de dados que revelem, com detalhes, quantas pacientes são atendidas pelo SUS em decorrência de abortos clandestinos coloca pouco mais de 181 mil mulheres num grupo que passou por curetagem, seja ela pós-aborto espontâneo, ilegal ou por complicações pós-parto. O número é de 2015. Outras 10.623 mil passaram por um procedimento conhecido como AMIU, que é o esvaziamento do útero por aspiração manual intrauterina. De todas essas, 59 morreram. O custo, somando ambos os procedimentos, foi de R$ 40,4 milhões.

O número de curetagens pós-aborto ou puerpério se manteve nos últimos anos (190 mil em 2013, 187 mil em 2014 e 181 mil em 2015) enquanto o número de AMIUs aumentou (5.704 em 2013, 8.168 em 2014 e 10.623 em 2015).

A Pesquisa Nacional do Aborto, realizada em 2010, apontou que uma a cada cinco brasileiras de até 40 anos de idade já realizou pelo menos um aborto. Mantida a proporção até 2014, cerca de 9,8 milhões de mulheres podem ter passado pelo procedimento. Segundo o levantamento, a maioria das mulheres que recorrem ao aborto clandestino usa medicamento e procura atendimento hospitalar logo depois. A curetagem é o procedimento mais comum, já que apenas o medicamento não é capaz de expulsar o feto do interior do útero. O dado também explica, em parte, o alto número de procedimentos registrados pelo SUS.

Mulheres atendidas no SUS pós-aborto
2015 – 181 mil
2014 – 187 mil
2013 – 190 mil
Procedimentos por AMIU (esvaziamento do útero por aspiração manual intrauterina)
2015 – 10.623
2014 – 8.168
2013 – 5.704
Abortos legais realizados pelo SUS
2014* – 1.600
2013 – 1.523
2012 – 1.613
2011 – 1.495
2010 – 1.666
* dados preliminares

Aborto legal

Segundo dados preliminares do Ministério da Saúde, o SUS realizou, em 2014, pouco mais de 1.600 abortos legais. Em 2010, eram 1.666 abortos legais em todo Brasil. Em 2011, foram 1.495. Em 2012, o número subiu para 1.613 e 2013 registrou 1.523. Se compararmos aos números dos procedimentos relacionados, em sua maior parte, às complicações pós-aborto — isto é, cerca de 190 mil por ano –, trata-se de uma diferença considerável.

Um caminho para entender a diferença desses números é a dificuldade para realizar um aborto legal hoje no país. Mais de 90% dos abortos legais ocorreram em decorrência de gestação resultante de estupro, seguido por anencefalia do feto (5%) e risco de vida para a mulher (1%). Os dados são da pesquisa Serviço de Aborto Legal no Brasil, que estudou casos pelo país entre 2013 e 2015.

O estudo aponta ainda que entre 20% e 30% das vítimas de violência sexual procuram atendimento médico. Porém, dessas, de 10% a 30% seguem com o tratamento. Os pesquisadores Debora Diniz e Alberto Madeiro apontam na pesquisa que a exigência de boletim de ocorrência ou decisão judicial para realizar interrupção da gravidez em casos de violência sexual também é uma grande barreira para a garantia dos direitos previstos em lei, que prevê que o único documento que deve ser apresentado pela mulher nessa situação é uma declaração por escrito.

A falta de estrutura e equipes dispostas a atender a mulher que se encontra nessa situação, além da ausência de serviços médicos especializados, afunilam mais ainda os caminhos para a garantia desses direitos. “Elas percorrem obstáculos geográficos, institucionais ou de objeção de consciência dos profissionais”, dizem os pesquisadores.

“Para que as mulheres tenham acesso ao aborto previsto em lei, deve haver disponibilidade de serviços de saúde com qualidade, que respeitem e atendam suas escolhas reprodutivas”, completam.

Fonte: oul

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