Mosquito transgênico contra Aedes ganha aprovação preliminar nos EUA

Mosquito.jpg

A FDA (agência de vigilância sanitária dos EUA) emitiu hoje uma aprovação preliminar para que mosquitos transgênicos sejam liberados na Flórida em um teste de combate contra o Aedes aegypti.

O texto da decisão fica disponível ao público por 30 dias, durante os quais autoridades deverão receber comentários. Se a agência não mudar de ideia, o primeiro teste da tecnologia contra o inseto transmissor da dengue e da zika pode ser autorizado.

A empresa que solicita a autorização é a britânica Oxitec, que pretende fazer um teste na região de Key Haven, na Flórida, onde o clima quente e úmido permitiu a disseminação do Aedes aegypti. A mesma empresa já realizou quatro testes com o animal geneticamente modificado no Brasil.

A estratégia adotada pela Oxitec é produzir em laboratório centenas de milhares de mosquitos machos — que não picam — que depois são soltos para fecundar as fêmeas selvagens em áreas infestadas. Como o mosquito é estéril, os ovos produzidos pelas fêmeas resultam em indivíduos inviáveis, que não chegam à idade adulta, reduzindo a população local do inseto.

A decisão da FDA ocorreu após cinco anos de discussões com moradores da região de Key Haven destinada a abrigar o teste. Uma parcela dos moradores, contrária à liberação dos mosquitos transgênicos, chegou a articular um abaixo-assinado contra o projeto.

Testes no Brasil
No Brasil, o inseto da Oxitec já recebeu aval da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), que considerou a tecnologia inofensiva, apesar de não avaliar sua eficácia.

Testes em bairros de Juazeiro (BA), Jacobina (BA) e Piracicaba (SP), porém, resultaram todos em redução das populações locais de Aedes aegypti em mais de 80%, segundo a empresa.

A Oxitec aguarda há mais de dois anos uma autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar negócios no Brasil. Apesar de o mosquito já ser considerado seguro pela CTNBio, a empresa precisa do aval da agência federal para torná-lo um produto comercial.

Fonte: G1

Manifestante protesta contra a Rede Globo ao vivo durante jornal

GLOBO-110316.jpeg

Manifestante com cartaz de protesto durante o “Jornal da Globo”

Um manifestante exibiu um cartaz contrário à Rede Globo durante a exibição do “Jornal da Globo” na noite desta quinta-feira (10).

O homem se posicionou atrás da repórter ao vivo e mostrou os dizeres “Globo golpista” e “quer incendiar o país”.

A emissora foi alvo de diversos protestos nos últimos dias. Na terça (8), integrantes do MST (Movimento sem Terra) invadiram o prédio da afiliada da Rede Globo em Goiânia (GO).

No domingo (6), houve manifestação em frente à sede da Rede Globo no Rio. Na sexta (4), dia em que o ex-presidente Lula foi levado coercivamente para prestar depoimento no âmbito da Operação Lava Jato, jornalistas da emissoraforam agredidos.

PROVIDÊNCIAS

As entidades que representam os veículos de comunicação do país entregaramnesta quinta ao ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, um ofício no qual cobram providências do governo para enfrentar o aumento da violência e garantir a segurança de profissionais e empresas do setor.

Segundo o presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Daniel Slaviero, tem havido uma interpretação equivocada de que os veículos de comunicação são protagonistas do processo político. “Eles não são, eles simplesmente informam e reportam os fatos que acontecem para a sociedade brasileira”, disse.

Fonte: FOLHA

A Jararaca

LULA-110316.jpg
Se o Instituto Lula recebeu R$ 20 milhões das empreiteiras da Lava Jato e se o ex-presidente Lula ganhou R$ 10 milhões dessas mesmas empreiteiras por palestras, por que raios ele não comprou o sítio de Atibaia por R$ 1,5 milhão e reformou as áreas internas e a piscina por R$ 700 mil para desfrutar dele 111 vezes, guardar as 200 caixas do Alvorada, levar o barquinho da família e os pedalinhos dos netos?
E por que Lula não deu para Marisa Letícia o tríplex do Guarujá, instalou aquele elevador chique, mobiliou a cozinha e os quartos, tudo de primeira? Dinheiro ele tinha, de sobra. Como diria o jornalista Carlos Marchi, ainda sobrariam uns bons trocados. Aliás, o que Lula fez com os R$ 10 milhões, mais o salário de oito anos de Presidência, com cama, comida, roupa lavada e uísque de graça? Gastar com os filhos não foi, porque os meninos estão muito bem, obrigada.
De duas, uma: ou Lula é patologicamente pão-duro, desses que escondem o dinheiro debaixo do colchão para os amigos pagarem até o cafezinho, ou… a questão é de outra natureza: política. Apesar de milionário, ele precisava do mito do menino pobre de Garanhuns, que não tinha o que comer, perdeu um dedo nas fábricas e virou o eterno pobre dos pobres, que veio ao mundo salvar os desvalidos como ele próprio.
Só assim, mantendo a mítica do grande líder, do pastor de almas, do salvador da Pátria, Lula teria, mesmo acuado e ferido, poder para jogar milhares de ovelhas (ou feras) para confrontos de rua contra adversários, imprensa e o algoz Sérgio Moro, um juiz a serviço dos ricos e poderosos – ah, e do PSDB!
É assim que, aos 70 anos, Lula encarna até hoje o líder juvenil que incendiou os metalúrgicos paulistas, depois os sindicalistas de outros setores e por fim os intelectuais do País inteiro. Não pode se dar ao luxo de comprar com o próprio dinheiro um sítio, um tríplex. Senão, como vai olhar a massa olho no olho, falar de igual para igual, jogar os pobres contra os ricos?
Com escritura lavrada de sítios e tríplex na praia, Lula temia perder a aura de vítima dos ricos inconformados porque milhões saíram da miséria e se aboletam nas cadeiras dos aviões. Como iria acusar “a elite branca de olhos azuis” por todas as mazelas? (Marisa é uma “galega” (como ele a chama) loura de olho verde, mas verde pode, azul é que não pode.)
Tudo, portanto, poderia se resumir ao marketing, ao ilusionismo, que produzem um preconceito às avessas: se Lula é pobre, não se formou, duela com o vernáculo, toma umas e fala palavrões, ele se beneficia nas duas pontas: é um “igual” para as massas e um “inimputável” para as elites (como definiu o mestre Clóvis Rossi).
Logo, pode fazer o que bem entende, está não só acima das leis, mas do bem e do mal. Mas há mais do que marketing: ambição. Aí entram Petrobrás e empreiteiras.
Foi pelo preconceito às avessas que, em 1989, o adversário de Collor poderia ter sido Ulysses Guimarães, triplo presidente, Leonel Brizola, ícone da resistência em 1964, Mário Covas, três em um, ou, pela direita, Aureliano Chaves, honesto e cabeçudo. Mas não. Nenhuma dessas biografias e credenciais bateu o mito Lula, embalado pelo carisma, pelas massas, pelas elites intelectuais. Anos depois, o próprio Lula admitiu: “Ainda bem que não fui eleito!”.
Aos que me xingam até de “vagabunda” por definir o 4 de março de 2016 como um dia profundamente triste, repito que foi, sim. Porque Lula foi a utopia e a esperança de uma geração, criou o partido da ética, da justiça, da igualdade e, no seu governo (as condições são outros 500), o Brasil brilhou no mundo e as pessoas eram felizes, esbaldavam-se com fogões, geladeiras, carrinhos e aviões. Mas, ao final, ele e o PT de linda história comprovam, melancolicamente, o quanto o poder deforma e corrompe.
Eliane Cantanhêde – O Estado de São Paulo

Para Fishlow, Brasil pode ter nova década perdida

Albert-Fishlow-110316.jpg

Albert Fishlow: PIB per capita do país será, em 2020, igual ao que era em 2010

O Brasil deverá registrar uma nova década perdida, em 2020, avaliou Albert Fishlow, professor de relações internacionais da Universidade de Colúmbia. “Falando do futuro, temos que lembrar que o PIB per capita do Brasil será, em 2020, igual ao que era em 2010. Então, independentemente do que acontecer, será uma década perdida”, disse o professor, durante debate realizado no Conselho de Relações Internacionais (CFR, na sigla em inglês), em Nova York.

Segundo Fishlow, conhecido por ser um estudioso do Brasil, mesmo que o governo inicie reformas, elas só deverão ser sentidas no longo prazo. O problema, para ele, é que não parece que o governo tenha intenções de fazer reformas no longo prazo, como em três ou quatro anos, mas apenas para o curto prazo, que ele estimou em 12 a 18 meses.

“Mesmo se adotarmos uma noção otimista de recuperação, começando a partir de 2017, com níveis correntes de investimentos e assumindo níveis mais altos de recuperação, ainda estaríamos encarando a realidade de um crescimento baixo. Será uma década perdida”, disse.

Fishlow criticou a adoção das medidas de curto prazo que foram implementadas no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff para estimular o crédito e o consumo, sem a efetivação de reformas que ajustariam as contas do país, caso da Previdência Social. “A solução não é usar os bancos públicos”, afirmou ele, referindo-se à concessão de crédito. “Por um tempo, você consegue acelerar o crescimento, mas, depois, terá inflação e outros problemas. “

Ele lembrou que reformas de pouca duração foram implementadas na década de 80, com os planos econômicos, e não tiveram sucesso. “O que precisamos é de realismo para evitar que, ano após ano, tenhamos que fazer novos planos e eles acabem se transformando naquilo que foi o Plano Cruzado e nos subsequentes.”

Por outro lado, Fishlow reconheceu as dificuldades políticas para se fazer um ajuste fiscal, lembrando que o país tem despesas vinculadas no Orçamento, como em saúde e educação. “É difícil para os políticos implementar um ajuste fiscal, pois ele também significa recessão e desemprego.”

Outro problema, segundo ele, é que, apesar de o país aumentar os gastos sociais, o governo não refletiu adequadamente sobre como seriam pagas as despesas e, por isso, passou-se a discutir aumento de impostos. “Quando dizem que vão coletar mais dinheiro por dois anos, isso vira seis, sete, oito anos e, então, torna-se necessário aprovar mais impostos”, avaliou. “Deveria ser aceito que o governo tem um limite máximo para gastos.”

Para o professor, o país necessita de liderança política capaz de lidar com esses desafios. “A recuperação do país vai depender da organização de lideranças e também da habilidade de fazer reformas políticas”, afirmou, citando como exemplo a necessidade de reduzir o número de partidos. Fishlow acha que a reforma política deveria ter sido aprovada na década passada, mas não foi seriamente discutida porque o Brasil viveu um período de crescimento.

“O que se precisa é reduzir o número de partidos políticos e não aumentá-los. É preciso voltar à discussão anterior sobre quantos partidos são necessários para se ter representatividade”, afirmou Fishlow. “Essas questões surgiram no passado e foram ignoradas. Elas foram ignoradas por causa do crescimento que aconteceu, após a desaceleração ocorrida com a crise energética no fim da era FHC (2001). Agora, é preciso fazer uma reforma política.”

scroll to top