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PMDB é a última esperança de Lula e Dilma

Antes mesmo de ter oficializado seu gabinete de articulação política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está com a nomeação para a Casa Civil em suspenso, já atua para tentar salvar o governo. O primeiro alvo do ex-presidente é o PMDB.

O petista aposta na reaproximação com o partido para tentar angariar votos contra o impeachment na Câmara dos Deputados.

Um dos primeiros passos do ex-presidente é tentar convencer o partido a adiar a reunião do diretório nacional, prevista para o próximo dia 29. Neste encontro, os peemedebistas vão bater o martelo se realmente vão deixar a base do governo da presidente Dilma Rousseff.

Na tarde de terça-feira (22), Lula esteve com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente José Sarney. No fim do encontro, Renan adotava uma postura mais flexível com relação ao impeachment e chegou a criticar o interesse do PMDB em deixar o governo.

“Se o PMDB sair do governo, e eu digo isso com a autoridade de quem não participa do governo, se sair do governo e isso significar o agravamento da crise, é uma responsabilidade indevida que o PMDB deverá assumir”, disse Renan ao chegar no Senado, após o encontro com o petista.

Orientada por Lula, Dilma atua em outra frente para conter os peemedebistas. A presidente fez uma reunião com os ministros e cobrou mobilização da base. O PMDB tem sete ministérios e, principalmente, os indicados da Câmara foram cobrados a trazer fidelidade.

Reflexo do puxão de orelha foi a presença do ministro da Saúde, Marcelo Castro, nos corredores da Câmara dos Deputados na terça-feira. O governo também conta com a influência de Jader Barbalho (PMDB-PA), pai do ministro da Secretaria de Portos, Helder Barbalho.

No Planalto, a avaliação é que sem o PMDB fica impossível conter o impedimento de Dilma. Ministros palacianos contabilizam que a presidente não tem nem 32 votos na comissão que analisa se cabe ou não dar prosseguimento ao impeachment. A ideia é vencer a batalha na comissão para que o parecer chegue enfraquecido ao plenário. Como o voto é aberto, o governo aposta na possibilidade de cobrar a fidelidade de cada um.

Mesmo com todos os esforços, peemedebistas reafirmam a manutenção da data da reunião do diretório e sustentam que a legenda vai romper com o governo.

Gabinete

Embora já esteja atuando informalmente, os senadores petistas cobram um espaço para Lula. A sugestão do senador Lindberg Farias (PMDB-RJ), encampada pelos demais senadores da bancada, é que o ex-presidente seja nomeado assessor especial. O entendimento é que deste jeito ele teria um lugar para despachar e poder institucional.

Como assessor, porém, o ex-presidente não tem a prerrogativa do foro privilegiado e pode ser preso preventivamente, caso o juiz Sérgio Moro, que coordena a força-tarefa da Lava Jato, acate o pedido do Ministério Público de São Paulo.

A ideia é que o ex-presidente fique como assessor especial até o Supremo Tribunal Federal concluir o julgamento sobre a ação que suspendeu a posse de Lula. Na noite de terça-feira, o ministro Teori Zavascki determinou que a denúncia contra Lula retorne ao STF, mas manteve a suspensão da posse.

Os senadores têm reclamado de abusos do juiz. Na tarde de ontem, petistas e demais apoiadores de Lula no Senado protocolaram uma representação contra Moro no Conselho Nacional de Justiça.

Fonte: BrasdilPost

Prefeitura inaugura Centro de Referência de Saúde da Criança nesta quarta-feira

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Centro_Criança_800px4ambulatório pediátrico 01-1_001A partir desta quarta-feira, dia 23, Porto Velho contará com um novo serviço de saúde específico para a população infantil. Trata-se do Centro de Referência de Saúde da Criança (CRSC), que será inaugurado pela Prefeitura de Porto Velho às 10h, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), para atender bebês prematuros e demais crianças com idade até 12 anos. O serviço funcionará em um espaço construído anexo à Policlínica Rafael Vaz e Silva, no bairro Nossa Senhora das Graças, e contará com uma equipe multidisciplinar para atender em média 30 pacientes ao dia.

De acordo com a diretora do Departamento de Média e Alta Complexidade da Semusa (DMAC), Francisca Nery, trata-se de um serviço especializado voltado para acompanhar os bebês prematuros nascidos na Maternidade Municipal Mãe Esperança até dois anos de idade e outras crianças de até doze anos com perfil estabelecido e referenciado, ou seja, encaminhado por unidades de saúde da família. “O novo Centro de Referência de Saúde da Criança deverá prestar atendimento de qualidade e conta com uma excelente equipe de profissionais que atuam de forma integrada no tratamento. Neste serviço, além de bebês prematuros para acompanhamento, atenderá crianças com agravos como diabetes, hipertensão, obesidade, desnutrição e ainda com deficit de crescimento”, concluiu Francisca. A atenção a recém-nascidos com microcefalia também será realizada no CRSC.

Centro_Criança_800px4DomingosSavio_003O secretário municipal de saúde, Domingos Fernandes, destaca que a entrega desta obra representa o cumprimento de um dos compromissos assumidos pelo Prefeito Mauro Nazif, que prima pela melhoria da qualidade dos serviços destinados a bebês e crianças na capital. Ele afirma ainda que o atendimento pediátrico em Porto Velho tem sido reforçado. Atualmente o município dispõe de um pediatra com agendamento prévio no Centro de Especialidades Médicas (CEM); dois pediatras para urgência e emergência 24h no Pronto Atendimento Ana Adelaide, zona norte; e um pediatra para urgência e emergência 24h no Pronto Atendimento José Adelino, na zona leste.

O novo Centro de Referência de Saúde da Criança não atenderá demanda espontânea, por isso o acesso ao atendimento deverá ser previamente encaminhado pelas Unidades de Saúde da Família. A estrutura do local encontra-se pronta e equipada, composta de quatro consultórios, sala de triagem e recepção. No quadro de profissionais estão três pediatras, um pediatra endocrinologista, um nutricionista e um psicólogo. Os serviços serão oferecidos de 7h às 19h de segunda a sexta-feira.

Fonte: Semusa – Collien Rodrigo

Fotos: Assessoria

‘Em meio à crise, estamos construindo no País uma consciência ética’

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Carlos Velloso, ex-presidente do STF e do STJ, defende Sérgio Moro, condena o foro privilegiado e avisa: “Só um mau caráter’ seria capaz de pedir favores a alguém que nomeou.

Carlos Velloso foi ministro e presidente do STF e do STJ, ensinou direito constitucional na PUC de Minas e na UnB em Brasília, publicou mais de 20 livros e, olhando o redemoinho político, econômico, moral, social e ético à sua volta, tira duas conclusões. A primeira é que, na conturbação geral, “resta incólume o Judiciário”. A segunda: “Estamos, a partir da Constituição de 1988, construindo uma consciência ética no País” – conclusão que ele tira do desempenho recente de instituições como Polícia Federal e Ministério Público e da adoção de várias leis voltadas para a transparência e o combate à corrupção.

Nesta entrevista a Gabriel Manzano, ele ataca o foro privilegiado – “uma excrescência…” – e ironiza a versão de que há, no Supremo Tribunal Federal, os “ministros de FHC”, ou “de Lula”, etc. “Quem chega ao Supremo com uma biografia não vai emporcalhá-la”. E vai além: “Só um presidente mau caráter seria capaz de pedir, ao ministro que indicou, algo capaz de emporcalhar sua biografia”.

Filósofo, advogado, escritor e jurista, Velloso admite que “o momento é conturbado”. Mas aplaude o juiz Sergio Moro, acusado pela presidente da República pelo desplante de revelar à nação uma conversa sua. “O juiz tem atuado com severidade, o que é bom, mas com critério e respeito ao processo legal”, pondera o jurista. Ele apoia também a defesa do STF, do STJ e dos MPs feita por várias autoridades – entre elas João Otavio Noronha, do STJ, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, do STF. A seguir, os principais trechos da entrevista.

O Judiciário brasileiro está no meio de um redemoinho – empenhado em cumprir a lei, mas atento à chamada “voz das ruas”. Até que ponto esta deve valer em suas decisões? Pode-se falar em um “Judiciário em tempos de crise?”

Realmente, o Brasil vive fase conturbada. Temos crise política, governo praticamente parado, a economia derretendo, desemprego crescendo, indústria encolhendo, lojas fechando, inflação avançando. E temos, sobretudo, crise ética. A corrupção na Petrobrás e em outros órgãos, com o desvio de bilhões de reais, é talvez a maior do mundo. O partido da presidente da República está envolvido até o pescoço na corrupção. O presidente da Câmara está denunciado no Supremo, com a denúncia recebida. O presidente do Senado investigado pela Polícia Federal a mando do Supremo. Resta incólume, felizmente, o Judiciário. Não se tem notícia do envolvimento de nenhum juiz. O STF tem se comportado bem, sabendo conviver com as circunstâncias vigentes – em que a sociedade reclama ética, moralidade e punição aos corruptos. Concluo: não, não existe algo do tipo “Judiciário em tempos de crise”, mas um Supremo atento à sua missão de guardião da lei. E juízes de 1º grau e membros do Ministério Público que se cansaram de ser responsabilizados pela impunidade. Acontece aqui o que aconteceu na França, nos anos 90, a revolução dos juízes. O bravo juiz (Sérgio) Moro é bem o exemplo.

Há um forte debate sobre o direito – ou não – do juiz Sérgio Moro de divulgar o grampo em que aparece a presidente Dilma Rousseff conversando com Lula. Ele cometeu um abuso?

Penso que não. A Constituição consagra o princípio da publicidade dos atos processuais, ao estabelecer, no art. 5º, LX, que “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.” Ora, as gravações estão nos autos, constituem atos processuais e o processo é público. O telefone que estava grampeado era o do investigado. A presidente telefonou para o investigado e veio para os autos o diálogo maldito, que deve ser avaliado pelo Ministério Público. E este, se entender que houve a prática de crime por parte da presidente da República e de novo crime por parte do investigado, pedirá a remessa das peças ao Supremo. O juiz Moro está conduzindo as ações penais com severidade, o que é bom, mas com critério e com respeito ao devido processo legal.

Os grampos da PF trouxeram a público seguidas ofensas do ex-presidente Lula ao STF, ao STJ e ao Judiciário de modo geral. Para onde isso caminha?

Na última sexta-feira o ministro João Otávio Noronha, do STJ rebateu – aplaudido pelos colegas – as aleivosias dirigidas àquele tribunal. Horas depois, o decano do Supremo,Celso de Mello, falando em nome da sua corte, reduziu a pó as ofensas feitas à casa e aos juízes brasileiros. Seu discurso lembra a fala do presidente Ribeiro da Costa que, no governo militar, proclamou que, se alguma medida de força atingisse qualquer dos juízes, ele fecharia o tribunal e entregaria as chaves no Palácio do Planalto. O Supremo – e, de resto, o Judiciário – têm tradições centenárias que precisam ser respeitadas e defendidas.

Acha que tem havido mau uso do foro privilegiado?

O foro privilegiado é algo não condizente com a república. Considero-o ofensivo aos princípios republicanos e aplaudo decisões do Supremo que não o admitem e que mandam para o juízo de 1º grau quem, pela Constituição, não detém o privilégio. Quando estava no Supremo eu já o classificava como uma excrescência. Temos esse foro por termos tido monarquia, que se caracteriza pelas distinções, pelos privilégios. Os Estados Unidos, que sempre foram república, não o conhecem.

Muita gente entendeu que, ao interferir no rito do impeachment na Congresso, o STF invadiu funções do Legislativo. Foi um caso de judicialização da política?

Não há, propriamente, uma judicialização da política. O que há é uma classe política fraca, um Legislativo que se omite e parlamentares levando questões políticas à apreciação do Supremo – que não pode omitir-se na prestação jurisdicional. E este tem decidido, de regra, bem, com o aplauso da sociedade. Menciono, por exemplo, a proibição, no âmbito dos Três Poderes, do nepotismo. Também a perda do mandato por mudança de partido, assim em favor da fidelidade partidária. E ainda a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Muitos podem discordar desta última, mas cumpre reconhecer que é uma decisão do seu tempo. E os homens e as instituições devem ser do seu tempo, sabendo conciliar o novo com o tradicional.

Rodrigo Janot, procurador-geral, reagiu com dureza a “cobranças” de Lula por sua indicação (em 2013, por Dilma Rousseff). Ricardo Lewandowski, indicado na era Lula para o STF, respondeu igualmente ao ex-presidente por ter chamado essa corte de “acovardada”. Isso acaba com a história de que temos “ministros de FHC”, “de Lula” ou “de Dilma”?

Não faz sentido falar em ministros do FHC, do Lula, do Collor…Nenhum ministro chega ao Supremo de graça. Geralmente chega com uma biografia construída ao longo de anos. Ele pode ser grato a quem o nomeou, mas gratidão não se confunde com servilismo ou sacrifício da consciência. Quem chega à corte com uma biografia não vai querer emporcalhá-la. Só se for um idiota. E um idiota não deveria estar lá. Somente um presidente mau caráter seria capaz de pedir ao ministro que indicou algo capaz de emporcalhar sua consciência e sua biografia.

Teremos em breve a votação do impeachment de Dilma no Congresso, e o STF manteve o voto aberto. Está correto?

O voto aberto, no Parlamento, deve ser a regra, para que os representados possam fiscalizar os seus representantes. Mas, a meu ver, há uma exceção: tratando-se de eleição, quando o voto deve ser secreto.

Outra decisão mantida no STF foi que o Senado pode reavaliar do zero o processo da Câmara.

Essa matéria exige considerações. A Câmara, representante do povo, detém a competência constitucional para admitir a acusação contra o presidente pelo voto de dois terços dos seus membros (art. 86 da Constituição). E cabe ao Senado, representante dos Estados, o processo e o julgamento do presidente. A Lei 1.079, de 1950, acolhida nas Constituições de 1967 e 1988, estabelece o processo em conjugação com os regimentos internos do parlamento. No impeachment do ex-presidente Collor, em 1992, que o Supremo arbitrou, o procedimento adotado foi este, no Senado, segundo, aliás, resolução dessa Casa com a colaboração do presidente do Supremo, publicada no Diário do Congresso (em 8/10/92): recebida a resolução da Câmara, que autoriza a abertura do processo de impeachment, a denúncia é lida em plenário e encaminhada a uma comissão especial. Esta tem dez dias para dar seu parecer – se o processo deve ser levado adiante ou não. Este é lido no plenário e publicado no Diário do Congresso. Na sessão seguinte haverá discussão e votação nominal. Rejeitado o processo, arquivam-se os autos. Aprovado, por maioria simples, a denúncia popular vai adiante. O presidente do STF assume a presidência do Senado. A presidente tem 20 dias para a defesa e é afastada do cargo. Segue, então, o processo.

Tem havido críticas duras, principalmente entre advogados, à recente decisão do Supremo de determinar a prisão de réus já na segunda instância. Por outro lado, condena-se também a estrutura atual em que, na prática, há quatro instâncias e a sentença final demora demais. Como vê o problema?

A decisão do Supremo, de dar interpretação correta e racional à presunção de não culpabilidade, afastando a jabuticaba brasileira da prisão somente após o trânsito em julgado da sentença, contribuirá, sobremaneira, para fechar uma janela da impunidade e para colocar seriedade no processo penal. Mas, sem dúvida, o Judiciário continua precisando de reforma. Mesmo porque a sua reforma, para valer, ainda não foi feita. Sim, há excesso de recursos e é irracional a existência de quatro instâncias. Veja-se o caso do Supremo. Ele é a Corte Constitucional. Entendo que, como tal, deveria estar julgando apenas as ações do controle concentrado e os recursos extraordinários. Não devia ter competência criminal, a não ser para o julgamento dos chefes de poderes.

Fala-se muito no combate à corrupção mas o desprezo pela lei é marca registrada na vida brasileira. Muitos cidadãos ignoram normas de impessoalidade ou moralidade. Como vê a questão?

Só a partir da Constituição de 1988 é que os princípios da impessoalidade e moralidade ganharam as galas de princípios constitucionais. A Constituição de 1988 trouxe belas inovações, além disso. Eu me lembro de, quando juiz em Minas, a maioria dos delegados de polícia eram oficiais reformados da PM ou leigos que ficavam sob o guante dos chefes políticos locais. A partir de 1988, todos os delegados, sem exceção, devem ser bacharéis em Direito – e admitidos por concurso público. Ganharam autonomia – se não total, ao menos suficiente para atuar com dignidade e independência.

Em tempos recentes, o fenômeno se fortaleceu.

A atuação da Polícia Federal e, em alguns dos Estados, da Polícia Civil, tem sido ótima. E o que dizer do Ministério Público, seja o federal, sejam os estaduais? Enfim, o que é preciso dizer é que estamos, com a Constituição de 1988, construindo uma consciência ética no País. A Lei de Improbidade Administrativa, a Lei Anticorrupção, a Lei da Ficha Limpa e Lei da Transparência dos atos da administração são exemplos do que digo. As movimentações populares contra a corrupção, em favor da ética, são edificantes. Cito aqui homens como Modesto Carvalhosa, Cláudio Abramo e Gil Castello Branco, mas há tantos outros… Eles não têm pregado em vão. Que não esmoreçam.

Fachin se declara ‘suspeito’, e pedido da defesa de Lula vai para Rosa Weber

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O ministro Edson Fachin, que havia sido sorteado para julgar pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF), se declarou “suspeito” nesta segunda-feira (21). Após novo sorteio, a ação foi redistribuída para a ministra Rosa Weber.

Impetrada neste domingo (20), ação é assinada pelos advogados de Lula e outros seis juristas e tem por objetivo suspender a decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, que barrou a nomeação de Lula para ministro da Casa Civil.

Um ministro se declara “suspeito” se, por alguma questão subjetiva, considera que pode ter a imparcialidade questionada para decidir sobre o caso. No caso do pedido da defesa de Lula, Fachin é padrinho da filha de um dos advogados que assinam a peça – ele não informou de qual.

Além dos advogados de defesa de Lula, também assinam o documento os juristas Celso Antônio Bandeira de Mello, Weida Zancaner, Fabio Konder Comparato, Pedro Serrano, Rafael Valim e Juarez Cirino dos Santos.

“Declaro-me suspeito com base no art. 145, I, segunda parte, do Código de Processo Civil [CPP], c.c. o art. 3º do Código de Processo Penal, em relação a um dos ilustres patronos subscritores da medida”, afirmou Fachin na decisão. O inciso I do artigo 145 do CPP afirma que há suspeição do juiz caso ele seja “amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados”.

De acordo com o Código de Processo Civil, um juiz se declara “suspeito” por uma razão subjetiva – se ele considera, por exemplo, que a imparcialidade como magistrado ficará prejudicada por ser amigo ou inimigo de uma das partes envolvidas no processo. Ele se declara “impedido” se houver uma situação de caráter objetivo que implique parcialidade absoluta – se o magistrado foi parte ou se atuou como advogado no processo, por exemplo.

Gilmar Mendes suspende posse
Na última sexta-feira (18), ao decidir sobre ação impetrada por PSDB e PPS, Gilmar Mendes suspendeu a posse de Lula sob o argumento de que o ex-presidente foi nomeado ministro para ter foro privilegiado garantido e, assim, tirar as investigações sobre ele das mãos do juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná. Moro é o responsável, na primeira instância da Justiça Federal, pela Operação Lava Jato, que apura desvio de recursos da Petrobras.

Leia a íntegra da decisão de Gilmar Mendes

Com a posse no ministério, Lula só poderia ser investigado com autorização do STF, prerrogativa que têm todos os ministros de Estado.

Na mesma decisão, Gilmar Mendes determinou que a investigação do ex-presidente seja mantida com a Justiça Federal do Paraná.

Argumentos
O argumento da defesa de Lula e dos juristas que subscreveram o habeas corpus é que Gilmar Mendes impôs “constrangimento” ao ex-presidente porque, ao determinar o retorno do processo para Moro, foi além do que pediram as ações judiciais, que queriam somente suspender a nomeação.

No habeas corpus, a defesa pede expressamente a anulação do trecho da decisão de Gilmar Mendes que devolveu o processo ao juiz federal paranaense.

Pedido anterior da defesa
No sábado, os advogados de defesa de Lula já haviam enviado ao ministro do Supremo Teori Zavascki pedido para que ele seja o responsável pela análise das ações que tramitam no tribunal sobre a posse do ex-presidente na Casa Civil.

A defesa entende que o fato de Teori Zavascki ser o relator da Operação Lava Jato no tribunal faz com que, “ao menos provisoriamente”, ele seja o ministro responsável para analisar o caso.

Um terceiro pedido já feito pela defesa solicitou que o Supremo proíba o juiz do Paraná Sérgio Moro de investigar Lula e questionou a divulgação de escutas telefônicas de conversas de Lula com outras pessoas, entre elas a presidente Dilma Rousseff.

A defesa também pede investigação para apurar se houve crime no grampo e na divulgação das conversas.

Fonte: G1

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