Raquel Dodge diz em posse na PGR que harmonia entre Poderes é requisito para estabilidade do país

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 A nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta segunda-feira, ao tomar posse no cargo, que o devido processo legal é um direito de todos os cidadãos e que a harmonia entre os Poderes é requisito para a estabilidade do Brasil.

“O país passa por um momento de depuração. Os órgãos do sistema de administração de Justiça têm no respeito e harmonia entre as instituições a pedra angular que equilibra a relação necessária para se fazer justiça em cada caso concreto”, disse.

Dodge afirmou ainda, em cerimônia que contou com a presença do presidente Michel Temer, que é dever do Ministério Público defender a Justiça e garantir que ninguém esteja acima da lei, mas que também ninguém esteja abaixo da lei.

A procuradora fez um cumprimento protocolar ao antecessor, Rodrigo Janot, adversário dela dentro da instituição e que não participou da cerimônia, pelos seus “serviços à nação”.

Antes de deixar o cargo, Janot apresentou na semana passada uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, que esteve na posse de Dodge.

Em um breve discurso, o presidente afirmou que a autoridade suprema não está nas autoridades constituídas, mas na lei, e que toda vez que se ultrapassa os limites da Constituição há um abuso de autoridade. [nE5N1JI00M]

A nova chefe do Ministério Público Federal não falou da operação Lava Jato e citou duas vezes a palavra corrupção em seu discurso. Em uma delas, disse que o povo brasileiro “não tolera corrupção”.

“O povo mantém a esperança em um país melhor, interessa-se pelo destino da nação, acompanha investigações e julgamentos, não tolera a corrupção e não só espera, mas também cobra resultados”, afirmou.

Fonte: Reuters

Tudo Aqui disponibiliza ferramenta de agendamento online para diminuir tempo de espera em Porto Velho

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A partir de agora quem precisa dos serviços oferecidos no Tudo Aqui em Porto Velho terá mais comodidade. Está disponível em sua página o ícone para agendamento do atendimento. Ao acessar, o usuário descreverá o serviço necessário, dia e horário que deseja ser atendido, mediante a um cadastro com informações básicas. O objetivo é reduzir o tempo de espera.

“Com horário marcado o usuário chega, confirma seu agendamento no balcão e tem a sua senha liberada. Após isso ele é encaminhado diretamente ao serviço que deseja”, explica o gerente regional do Tudo Aqui na capital, Cleber Souza Filho.

Mesmo com o ícone, o gerente ainda explica que o atendimento presencial continuará sendo feito, mas que a melhor opção será sempre o agendamento, que são feitos com 30 minutos de um horário para o outro.

“Dessa forma nós colaboramos principalmente com quem mora longe e precisa, muitas vezes, se sacrificar para resolver algo que pode ser simplificado, mas quem preferir vir direto até o prédio também será atendido. Na demanda para emissão de carteira de identidade, por exemplo, das 200 senhas disponibilizadas por dia, 50 serão voltadas ao atendimento presencial”, explica.

Cancelamentos e reagendamentos

Caso o usuário faça o agendamento e decida não comparecer, é necessário entrar novamente no ícone para desmarcar e assim deixar o horário vago à outra pessoa. O reagendamento só poderá ser feito em um prazo de 48h. “O Tudo Aqui existe em seu novo formato há apenas dois anos. Então, durante esse tempo, pensamos em alternativas que melhorem o atendimento, e essa é uma delas”, finaliza Cleber.

Óculos poderá detectar glaucoma antes de surgirem os sintomas

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Pesquisadores da Universidade Duke e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e da National Chiao Tung, na China, desenvolveram uma tecnologia inédita de realidade virtual capaz de realizar o diagnóstico do glaucoma acessando as respostas diretamente de ondas cerebrais, o que torna o exame mais prático e confiável do que os testes convencionais.

nGoggle assemelha-se a um óculos de simulação 3D e capta as respostas do indivíduo ao estímulo visual apresentado no visor por meio de eletrodos no lobo occipital, região do cérebro que processa as imagens. Dessa forma, o indivíduo não precisa apertar botões quando elas aparecem, como é feito atualmente. As respostas, geradas pela tecnologia de análise de dados, chamada mfSSVEP, são enviadas diretamente para o computador do médico.]

“A ideia é ter um dispositivo portátil para facilitar o diagnóstico e o segmento do glaucoma, principalmente em regiões menos favorecidas. Hoje em dia, é muito difícil você ter um aparelho que teste a função visual de forma simples e confortável”, disse o brasileiro Felipe Medeiros, chefe de oftalmologia da Universidade Duke, na Carolina do Norte.

Glaucoma e exames

A pressão intraocular elevada é um dos fatores que levam à suspeita do glaucoma, uma doença do nervo óptico. De acordo com Francisco Max Damico, oftalmologista e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da USP, que não teve envolvimento no estudo, depois do exame da pressão do nervo, o campo visual computadorizado e a tomografia de coerência óptica são os principais exames da doença.

No primeiro, a máquina realiza testes que detectam os danos funcionais iniciais da doença – a perda da visão periférica – quando já existe uma grande perda celular, já em nível avançado. Segundo Damico, esse exame é indicado para acompanhar um tratamento, pois não auxilia tanto no diagnóstico e tem resultados muito subjetivos.

“No exame de campo visual, teste padrão para a avaliação funcional do glaucoma, o paciente encosta o queixo em um lugar fixo da máquina, precisa fixar o olhar em uma luz central e apertar um botão quando visualizar o estímulo periférico”, explicou Fábio Daga, um dos pesquisadores envolvidos no projeto. “O problema é que esse exame é desconfortável, além de não ser muito produtivo, porque, caso o paciente mova o olhar do ponto central, ele pode dar resultados equivocados.”

Já a tomografia de coerência óptica mostra as fibras nervosas da retina e acusa possíveis danos estruturais. Segundo Damico, esse exame quantifica as alterações do nervo óptico de forma mais objetiva.

Maior precisão

Em um estudo publicado em abril deste ano no periódico científico JAMA Ophthamology, o nGoggle mostrou entre 25% e 30% mais chances de identificar a doença do que o atual teste de campo visual. Os pesquisadores testaram o dispositivo em 33 pessoas com glaucoma (leve a moderado) e outras 17 com olhos saudáveis e compararam com os resultados obtidos pelo exame convencional.

Ao contrário do exame, a nova tecnologia mostrou-se mais precisa e confiável. Devido ao seu sistema de filtragem de dados, eletro-oculograma, o dispositivo é capaz de gerar um resultado menos propenso a erros. “Nos óculos, temos uma forma de avaliar a movimentação ocular. Ainda temos que evolui-la, mas através dela já conseguimos resultados melhores que os exames disponíveis atualmente”, disse Daga.

Progressão da doença

Durante o 61º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que aconteceu na última semana em Fortaleza, foi apresentada uma nova fase do estudo, que comparou a efetividade do dispositivo à tomografia de coerência óptica. Apesar de o nGoggle não ser capaz de identificar lesões como a tomografia, segundo os pesquisadores, no que diz respeito ao diagnóstico, seus resultados foram semelhantes e levemente superiores ao do exame padrão.

Pelo fato de acessar apenas os danos iniciais, a tomografia apresenta uma certa limitação em medir a progressão da doença. Esse é outro problema que os cientistas pretendem resolver. Nos próximos estudos, eles irão testar a capacidade e a precisão do dispositivo ao longo dos anos, através da tecnologia de deep learning.

Aprovação no mercado

“Hoje em dia, se houver alguma lesão suspeita que mostrem se parte das células da retina já morreram, realizamos os exames disponíveis, um capaz de identificar danos iniciais e outro mais profundos. O nGoggle teve resultados melhores comparado aos dois, mesmo com pacientes em estados iniciais da doença”, disse Daga.

Para o ano que vem, Medeiros, que também é professor orientador de universidades brasileiras, tem planos de trazer o dispositivo para ser testado no Brasil e em diferentes estudos multicêntricos. Em breve, o dispositivo estará disponível nos Estados Unidos para uso clínico. “No momento atual, estamos desenvolvendo novos protótipos para aprovação do FDA [agência americana que regula medicamentos].”

Glaucoma

Estima-se que 60 milhões de pessoas no mundo tenham glaucoma, sendo 1,5 milhão no Brasil, e que 8 milhões de indivíduos não enxerguem devido a complicações do problema. A doença é caracterizada por uma lesão no nervo óptico provocada principalmente pelo aumento da pressão intraocular. O nervo óptico é o responsável por levar as imagens captadas pela retina ao cérebro. Por isso, a condição compromete a visão de forma progressiva e irreversível – e pode, em alguns casos, causar cegueira.

O grande desafio do diagnóstico precoce é que a fase inicial do glaucoma não tem sintomas. Quando o paciente começa a se queixar de problemas relacionados à perda da visão periférica – como esbarrar nas paredes ou tropeçar em degraus -, a doença já avançou.  “É como se fosse a pressão alta, o paciente tem pressão alta e não sente nada, só sente quando tem um infarto ou um AVC. No glaucoma, o paciente só vai sentir quando tem uma perda importante da visão.”, explica Medeiros.

Joesley sobre Janot: ‘Foi covardia depois de tudo o que fizemos’

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O empresário Joesley Batista criticou ontem (15) o que chamou de “covardia” do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “depois de tudo o que fizemos”. Um dia antes, quando apresentou a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), o procurador também notificou o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, que estava rescindindo o contrato de delação premiada com os executivos da JBS.

“Foi covardia [de Janot] depois de tudo o que fizemos”, disse Joesley, em depoimento à Justiça Federal, em São Paulo, nesta sexta. O executivo foi depor no âmbito da Operação Acerto de Contas, 2ª fase da Tendão de Aquiles, que investiga se a JBS fez uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro. O executivo negou as acusações. “Estou pagando por ter delatado o poder”, afirmou o empresário à juíza Tais Ferracini, da 6ª Vara Criminal de São Paulo.

Desde domingo, o empresário e Ricardo Saud, diretor de relações institucionais da JBS e também colaborador, estão presos em Brasília. Ao comunicar a rescisão das colaborações, Janot também pediu a conversão da prisão temporária, cujo prazo terminava na quinta-feira para prisão preventiva, que não tem período máximo – o pedido foi aceito por Fachin.

A Procuradoria-Geral conseguiu resgatar áudios deletados de Saud e Joesley que indicam jogo-duplo do ex-procurador Marcello Miller. Por entender que eles omitiram fatos, os delatores, que conseguiram imunidade total após apresentarem à Procuradoria-Geral da República gravações incriminando Temer e outros políticos do alto escalão, perderam os benefícios do acordo.

Necessidade de caixa

Sobre o processo no qual prestou depoimento nesta sexta-feira (15), Josley disse que não houve irregularidade na venda de ações antes de vir a público a delação.  “As vendas das ações foram por um único e exclusivo motivo: necessidade de caixa”, disse Joesley. “As ações são nossos ativos líquidos. Os bancos restringiram crédito para nós, não renovaram suas linhas de crédito. As vendas da ação não têm nada a ver com insider trading [uso de informação privilegiada para obter lucro no mercado financeiro]”, completou.

Fonte: Estadão Conteúdo

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