Corpo humano precisa de 14 dias para se adaptar ao horário de verão

8997728159_7ac755d273_k.jpg

Um estudo realizado no Brasil revelou que o corpo humano precisa de pelo menos 14 dias para se adaptar completamente ao horário de verão. Nesse período, falta de atenção, de memória e sono fragmentado são problemas comuns.

A medida é comum em muitos países e ajuda a economizar cerca de 4% da energiaconsumida no país, segundo estimativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico. No Brasil, o horário de verão começou no domingo (16) deste ano e vai até o dia 19 de fevereiro de 2017. Neste período, o relógio deve ser adiantado em uma hora.

Desenvolvido pelo pesquisador Guilherme Silva Umemura no Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos, o estudo analisou como a mudança no relógio altera a temperatura do corpo humano. Segundo ele, o horário começou a ser adotado na década de 30 no país, mas as discussões acadêmicas sobre seu impacto na saúde surgiram após os anos 70.

“Com a mudança, as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera uma série de modificações fisiológicas no organismo”, afirmou em entrevista à BBC Brasil. A temperatura do corpo começa a subir mais cedo do que o normal e isso causa uma desestabilização entre os ritmos da temperatura corporal e da atividade de repouso.

“A pessoa fica mais propensa a ter déficits de atenção, pode ter maior fadiga durante o dia, problemas para dormir, fragmentação do sono e até mesmo a diminuição da duração do sono”, disse. Os grupos mais afetados, de acordo com o pesquisador, são os adolescentes e jovens adultos.

Mas na maioria dos casos, o corpo começa a se adaptar à nova rotina. Umemura monitorou um grupo de cerca de 20 pessoas no início e no fim do horário de verão e concluiu que levamos 14 dias para nos acostumar completamente. Embora seja menos comum, algumas pessoas podem continuar com os sintomas até fevereiro, quando termina o horário de verão.

Para quem tem maior flexibilidade de tempo, a recomendação é tentar minimizar os efeitos da mudança: acordar 15 minutos mais cedo diariamente, para que a transição aconteça aos poucos.

FALANDO A VERDADE 21/09/2017

Minutagem:
18’51’’ = Ex-Governador Cabral pegou 45 anos de cadeia.
38’37’’ = Coréia do Sul auxilia a Coréia do Norte, inacreditável.

Governo estuda acabar com o horário de verão

horario-de-verao.jpg

Uma proposta sobre a viabilidade de manter o horário de verão está  sendo analisada pelo governo federal. A Casa Civil analisa o assunto com base em um estudo feito pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico.

O horário de verão está previsto para começar no dia 15 de outubro deste ano. Em vigor no Brasil desde 1931, a alteração nos relógios que ocorre entre o fim e o início de cada ano visa distribuir melhor o consumo de energia, reduzindo custos operacionais. Isso ocorre em razão da maior incidência de luz natural no período. Com mais tempo de claridade, o acionamento de iluminação elétrica e também de outros aparelhos, como chuveiros, é postergado. diminuindo a demanda de carga no sistema elétrico do país.

A hora de verão atualmente abrange os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.

Pediatras terão manual para orientar sobre disforia de gênero

pediatra-criança.jpg

Devido a complexidade e a falta de orientações clínicas sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Pediatria desenvolveu um guia para orientar os especialistas a atuarem em casos de crianças com disforia de gênero, ou seja, quando existe uma desconformidade entre o sexo biológico e a identidade de gênero.

“Esse é um tema que tem aumentado nos consultórios e muitos profissionais têm dúvidas sobre como lidar com o assunto. Nossa intenção é trazer o máximo de informações. Fizemos um guia de atualização, onde vários tópicos são abordados, como o que é a transexualidade, como identificar a disforia e quais estratégias estão disponíveis.”, disse Luciana Rodrigues da Silva, presidente da SBP.

O guia

O principal assunto do guia é a supressão da puberdade, uma possibilidade indicada para crianças com a disforia ou próximas ao diagnóstico para evitar que elas sofram com as transformações do corpo e tenham tempo para refletir sobre a própria identidade de gênero.

“A puberdade pode ser extremamente sofrida para crianças com disforia”, afirmou Alexandre Saadeh, coordenador do Ambulatório de Transtorno de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, um dos consultores do manual.

Essa prática já vem sendo adotada em centros de referência em São Paulo, Campinas e no Rio Grande do Sul. No Hospital das Clínicas de São Paulo, cinco crianças realizam o bloqueio atualmente. Há ainda outras quatro que poderão iniciar o processo, assim que a fase da puberdade estiver próxima.

É importante ressaltar que o processo pode ser revertido caso, no meio do caminho, o adolescente decida que deseja permanecer com sexo biológico.

Pediatras são o primeiro contato

Tratamentos hormonais, como a supressão da puberdade, e o diagnóstico de disforia de gênero não são funções do pediatra, mas, frequentemente, o pediatra é o primeiro profissional de saúde a ser procurado em alguns casos de variação de gênero de crianças e adolescentes. Portanto, é importante que esses profissionais estejam bem informados e orientados.

“A orientação correta é fundamental”, disse Saadeh. Para ele, é essencial que pediatras não cometam erros do passado, como culpar os pais ou dizer que a criança tem de ser condizente com o sexo que nasceu. “Muitos casos vão evoluir para homossexualidade, não necessariamente para a transexualidade.”

Papéis de gênero na sociedade

Um novo estudo global, feito por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, com crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos e seus pais ou responsáveis, mostrou que os estereótipos de gênero, ou seja, comportamentos associados a “ser um menino” ou “ser uma menina” já estão arraigados nas crianças aos 10 anos de idade.

Até então, os especialistas acreditavam que as diferenças impostas pelos papéis de gêneros se estabeleciam durante a adolescência. No entanto, o novo estudo mostrou que elas são arraigadas muito antes, o que pode trazer graves consequências, como o aumento de problemas de saúde, principalmente para as meninas.

A subserviência, por exemplo, comum na criação de meninas acaba por torná-las mais vulneráveis e propensas a agressões, como violência física, abuso sexual, doenças sexual transmissíveis (DSTs), gravidez precoce e, em alguns países, o casamento infantil. Por outro lado, os meninos têm uma tendência maior a sofrer acidentes, usar drogas e cometer suicídio. Aqueles que mostram preferências ou comportamentos considerados femininos são excluídos e vistos como inferiores.

“Nós ficamos muito surpresos de ver essa universalidade no mito de que meninos são fortes, confiantes e líderes e meninas são fracas e incompetentes, que deveriam ficar quietas e simplesmente seguir [o homem]”, disse Robert Blum, líder do estudo, à revista especializada New Scientist.

Fonte: Estadão Conteúdo

scroll to top