Filhos de Bolsonaro brigam para ver quem concorrerá ao Senado

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O deputado federal Jair Bolsonaro

Os irmãos Flávio Bolsonaro (deputado estadual) e Carlos Bolsonaro (vereador) disputam a preferência do pai. Pré-candidato à Presidência, ele terá que optar por uma das crias

Rio – A eleição de 2018 faz a temperatura subir na casa da família Bolsonaro. Filhos do patriarca Jair (PSC), o deputado estadual Flávio (PSC) e o vereador Carlos (PSC), que carregam o sobrenome do pai, brigam para ser o nome do clã na disputa ao Senado. Ambos avaliam que, com a candidatura de Jair à Presidência, teriam boas chances de sair vitoriosos. Mas apenas um dos irmãos será feliz nessa história.

De saída do PSC e a caminho do PEN (futuro Patriota), Jair, que levará consigo os filhos, terá que se decidir entre Carlos ou Flávio para o Senado. E já tem até provocação das crias nas redes sociais. Carlos usou o Twitter para criticar Flávio, autor de livro sobre Jair: “(Ser) Bolsonaro é muito mais que vender livros, canecas e exposição. Se um dia tiver que ser mais do mesmo, eu já escolhi meu lado!”. O irmão não rebateu.

Chance dobrada

Ano que vem serão eleitos dois candidatos ao Senado. Esse fator acirra os ânimos dos irmãos Bolsonaro para ser o nome do ‘novo’ Patriota.

Fatores

A favor de Flávio, o fato de ter mais seguidores nas redes sociais. Pesa para o lado de Carlos a garantia de que, se não for eleito, não ficará sem mandato, já que poderá retornar à Câmara Municipal.

TRF aumenta pena e Dirceu é condenado a 30 anos de cadeia

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O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu: novas acusações de corrupção e lavagem de dinheiro (Vagner Rosário/VEJA.com)

Tribunal acaba de divulgar nova sentença

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região acaba de decidir pelo aumento em 10 anos da pena de José Dirceu. Com a revisão da condenação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a pena passará de 20 anos e 10 meses para 30 anos, 9 meses e 10 dias.

Já o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores João Vaccari Neto, que havia sido condenado a 9 anos de cadeia por corrupção passiva, foi absolvido por insuficiência de prova.

Odebrecht diz que valores a Lula superam os marcados em planilha

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Marcelo Odebrecht e o Ex-presidente Lula (Bruno Poletti/Pedro Ladeira/Folhapress)

Segundo empresário, propinas vão além das lançadas sobre o codinome “Amigo”; conta, administrada por Palocci, chegou a ter R$ 300 milhões disponíveis

O empresário Marcelo Odebrecht destacou em novos depoimentos prestados à Polícia Federal (PF), em Curitiba, em 8 e 21 de agosto, que os pagamentos a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acertados com seu pai e patriarca do grupo, Emílio Odebrecht, não se limitaram aos registrados no codinome “Amigo” da planilha de propinas “Italiano”, que era gerenciada pelo ex-ministro Antonio Palocci.  Segundo o empresário, a conta chegou a ter 300 milhões de reais à disposição do ex-presidente e do PT.

“Reitera que houve outros pagamentos a Lula, acertados por Emílio, que não transitaram pela conta ‘Italiano’ e nem tiveram o envolvimento do colaborador”, registra a PF, no termo de depoimento de Marcelo, do dia 8. Delator desde janeiro e preso desde junho de 2015, o empresário foi novamente ouvido pela PF, desta vez, no inquérito que apura propinas em doações ao Instituto Lula e pagamentos de palestras via Lils Palestras e Eventos.

Marcelo pontuou que na conta “Italiano” houve “dois créditos decorrentes de pedidos de contrapartida específica: valores ‘LM’ e ‘BK’ que totalizaram 114 milhões de reais”. E que além destes, “houve outros créditos que somados a estes totalizaram cerca de 300 milhões de reais”. “Mas que fazia parte de uma agenda mais ampla, sem vinculação específica, ou seja, sem contrapartida específica”.

Para investigadores da força-tarefa, a distinção feita pelo empresário, entre créditos condicionados a contratos específicos e os que entraram em espécie de “conta geral” em troca de benefícios no governo, é retórica, tratando-se tudo de corrupção.

Amigo

Nos termos de sua delação premiada e nos dois novos depoimentos à PF, Marcelo explicou a planilha de 2013 apreendida pela Lava Jato e os valores registrados nela. Segundo o empresário, havia nesse acerto em que ele participou diretamente um crédito de  15 milhões de reais para o ‘Amigo’.

“Nessa planilha constam retiradas que foram abatidas da subconta ‘Amigo’”, afirmou. “Seguramente, pode afirmar que as do ‘Programa’ B4, B5, B6 e também a do registro ‘Doação Instituto 2014’ foram abatidas da subconta.”

O empresário diz que as “retiradas foram solicitadas por Palocci que solicitou que fossem abatidas da referida subconta ‘Amigo’”. Para ele, a destinação de 12,4 milhões de reias destinados à compra de um terreno para o Instituto Lula debitada dessa subconta também confirma que Lula era o “Amigo”.

No dia 21, a defesa de Odebrecht entregou cópia de e-mails que ele trocou com executivos do grupo Alexandrino Alencar, que era o longa manus de Emílio nos tratos com Lula, e Hilberto Silva, que era o chefe do setor de propinas do grupo. Em um deles, de 2013, citam “doação ao Instituto Lula” de 4 milhões de reais, feita por via oficial, mas com dinheiro da “conta corrente” Italiano abatido da subconta “Amigo”.

“Os valores doados ao Instituto Lula, total de 4 milhões de reais, foram lançados na planilha Italiano como ‘Doação Instituto 2014 4.000′, após o qual remanesceu o saldo de 10 milhões de reais, conforme a última atualização’, informou Marcelo. Segundo ele, mais 1 milhão de reais foi abatido dessa subconta como “Programa B”, que seria referência a Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, que retirava o dinheiro.

Padrinho

Marcelo afirmou nos novos depoimentos que todo acerto com Lula era “alinhado” com seu pai, o patriarca do grande acordo de delação da Odebrecht – que envolveu 77 executivos. É Emílio Odebrecht quem pode dar maiores detalhes sobre os pagamentos de palestras e doações ao Instituto Lula.

“Qualquer assunto diretamente ou indiretamente relacionado a Lula era alinhado com Emílio, com orientação deste, cuja interlocução com Lula no dia-a-dia era feita em geral por meio de Alexandrino de Alencar”, explicou Marcelo. “Qualquer tratativa com Lula, o padrinho era Emílio, mesmo que a tratativa fosse por algum intermediário de Lula.”

O empresário, único integrante do grupo ainda preso pela Lava Jato – pelo acordo de delação, Marcelo deve deixar a cadeia em 2018 -, afirmou que não se recorda se as palestras de Lula, feitas via empresa Lils Palestras e Eventos, também eram debitadas da planilha de propinas.

(Com Estadão Conteúdo)

Neandertais belgas praticavam canibalismo há 40.000 anos

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Os neandertais são homens pré-históricos que viveram entre 130.000 e 30.000 anos atrás na Europa e em partes da Ásia. (Nikola Solic/Reuters/VEJA)

Ossos de neandertais encontrados na caverna de Goyet, na Bélgica, trazem marcas de cortes que caracterizavam o preparo de carne como alimento para a espécie

Cientistas encontraram as primeiras “evidências inequívocas” de que os neandertais do Norte da Europa eram canibais. De acordo com um estudo publicado na revista Scientific Reportsna última quarta-feira, neandertais belgas eram adeptos da prática há 40.000 anos, segundo indica a análise de 99 ossos encontrados nas cavernas Goyet, na Bélgica. A pesquisa revela que os restos mortais dos neandertais, datados entre 40.500 e 45.500 anos, continham marcas de cortes que caracterizavam o preparo da carne como alimento para a espécie, além de indícios de que os neandertais também fabricavam ferramentas com os ossos.

De acordo com os pesquisadores, os vestígios apresentavam marcas que caracterizavam a separação dos músculos dos ossos, indícios claros de que os ossos foram manuseados pelos neandertais. “Essas indicações nos permitem assumir que os neandertais praticavam canibalismo. Vários ossos de cavalos e renas [animais que serviam de alimento aos neandertais] encontradas em Goyet foram processadas da mesma forma”, afirmou o pesquisador Hervé Bocherensos, da Universidade de Tübigen, na Alemanha, um dos autores do estudo, em comunicado.

Canibalismo – Os  neandertais são homens pré-históricos que viveram entre 130.000 e 30.000 anos atrás na Europa e em partes da Ásia. Ainda não se sabe qual a razão de seu desaparecimento, mas algumas pesquisas indicam que eles não teriam resistido à invasão em massa de homens modernos na Europa, há 40.000 anos.

Os esqueletos encontrados trouxeram novas pistas sobre como seria a estrutura social e o cotidiano da espécie. Acredita-se que um grupo de neandertais foi capturado, teve a carne esfolada, retirada dos ossos e a medula arrancada por outros de sua espécie. Não se sabe, no entanto, se o canibalismo fazia parte de algum tipo de ritual, ou se os neandertais se alimentavam uns dos outros simplesmente para garantir a comida.

Segundo os pesquisadores, a análise indica ainda que neandertais também fabricavam ferramentas com os ossos de seus semelhantes. Quatro dos ossos encontrados tinham as mesmas marcas que os fósseis de outros animais cujo esqueleto era utilizado como ferramenta, o que sugere que os vestígios dos neandertais teriam o mesmo propósito.

Surpreendente – Essa não é a primeira vez que os cientistas encontram evidências de canibalismo entre os neandertais. Em um artigo publicado em 2010 no Proceedings of National Academy of Sciencescientistas espanhóis analisaram os ossos e o DNA de restos mortais de neandertais encontrados na caverna de El Sidrón, na Espanha, relatando que as vítimas eram uma dúzia de membros da mesma família, abatidos por canibais. Na época, Todd Disotell, antropólogo da Universidade de Nova York, afirmou: “É um achado surpreendente”.

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