Joesley, em novo áudio: “Janot quer ser presidente da República”
Rodrigo Janot: o ex-procurador-geral era visto pelos delatores como candidato a presidente da República (Jorge William/Agência o Globo)
VEJA teve acesso a novas conversas gravadas entre os delatores da JBS no período em que eles negociavam a colaboração premiada
Há três semanas, VEJA revelou em primeira mão o conteúdo da gravação que resultou no cancelamento do acordo de delação dos executivos da JBS. Nela, Joesley Batista e Ricardo Saud, diretor de relações institucionais do grupo, conversam sobre detalhes do acordo que, àquela altura, estava prestes a ser formalizado. As conversas sugeriam que a negociação contara com a orientação de um assessor do procurador Rodrigo Janot, que determinou uma investigação sobre o caso, pediu a prisão do seu antigo assessor e suspendeu os benefícios dos delatores. Nos próximos dias, o Supremo Tribunal Federal decidirá se as provas apresentadas pela JBS na vigência do acordo continuam válidas, entre elas um diálogo que compromete o presidente Michel Temer (PMDB) e outro que alveja o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Agora, novas gravações obtidas por VEJA prometem acirrar ainda mais esse debate.
O áudio que provocou a reviravolta no caso foi entregue acidentalmente à Procuradoria-Geral da República pelos executivos da JBS. Mas não foi apenas um — foram quatro. VEJA teve acesso a todos. São gravações de conversas entre os próprios executivos da empresa. Na principal delas, Joesley e Saud haviam acabado de deixar a sede da PGR, onde se reuniram para mais uma rodada de negociações. No caminho para o aeroporto, eles conversam com Francisco de Assis e Silva, o diretor jurídico do grupo, sobre as impressões captadas na reunião. Fica claro que já tinham apresentado os diálogos demolidores com Temer e Aécio.
“Achei que ganhamos eles”, diz Saud. “Nós só temos um risco”, pondera Assis e Silva. “O compromisso político do Janot com o Temer”, completa Silva, dando a entender que havia alguma aliança entre o procurador e o presidente. Saud adverte: “Mas não tem (o risco) com o Aécio (…). Nós temos as duas opções. Ele não pode se dar bem com o PSDB e o PMDB”, completa, sugerindo que Janot não teria condições de proteger tucanos e peemedebistas simultaneamente. O diretor jurídico então conclui: “Eles (os procuradores) querem f… o PMDB”. Em outro momento, Joesley diz: “Janot quer ou ele ser o presidente da República, ou indicar quem vai ser”.
Medidas do governo reduz taxa de juros de crédito consignado
Após a redução das taxas do empréstimo consignado, servidores públicos federais, aposentados e pensionistas terão acesso a crédito mais barato. O anúncio foi feito, ontem (28), pelo presidente da República, Michel Temer, no Palácio do Planalto.
Com essa mudança, as taxas para os servidores públicos caíram de 2,20% ao mês para 2,08%; entre os aposentados e pensionistas, a taxa recuou de 2,14% ao mês para 2,05%. Segundo o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, quem tiver empréstimo consignado vai economizar até R$ 5 bilhões no pagamento de juros.
“Então é um valor expressivo. E isso, considerando o saldo atual, que é de mais de R$ 300 bilhões, significa uma economia de aproximadamente R$ 5 bilhões em pagamento de juros dos aposentados, pensionistas e servidores públicos”, argumentou Oliveira.
De acordo com a pasta, o principal fator para a decisão foi a queda da taxa básica de juros (Selic), que chegou em setembro a 8,25% ao ano, o menor nível desde 2013.
Uma das modalidades com taxa mais baixa no sistema financeiro, o crédito consignado é aquele com desconto na folha de pagamento. Em julho de 2017, o saldo do total de empréstimos atingiu R$ 302 bilhões. Desse total, 94% foram para servidores públicos.
Mais consumo
Ao fazer o anúncio, Temer destacou que o governo fez a opção pela responsabilidade, pelo crescimento, pelo bem-estar do povo brasileiro. “Segue e seguirá sempre o firme compromisso que temos com a agenda de reformas que está mudando o Brasil”, afirmou. “O Brasil continuará nos trilhos do desenvolvimento”, disse.
Para Oliveira, a medida atende à necessidade das pessoas, dando mais espaço no orçamento das famílias. “Em vez de pagar juros, as pessoas vão ter R$ 5 bilhões a mais para atender a suas necessidades de consumo, serviços, bens e lazer”, afirmou.
Petrobras anuncia quedas de 2,1% no preço da gasolina e de 1% no do diesel
A Petrobras anunciou hoje (29) quedas nos preços da gasolina e óleo diesel negociados em suas refinarias. A gasolina terá uma queda de preços de 2,1%, enquanto o recuo do diesel será de 1%, segundo informações da estatal.
As quedas de preços passam a valer a partir de amanhã (30) e se referem apenas o preço do combustível negociado para as distribuidoras. O preço para o consumidor final pode ter um reajuste diferente desse, porque o valor é definido pelos postos de combustível.
Apesar das quedas, os dois combustíveis acumulam altas de preços em setembro. Para a gasolina, o aumento de preços acumulado no mês é 3,47%, para o diesel, a alta do preço chega a 8,5%.