ESCREVER SOBRE O QUE?

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De recesso por alguns dias, já que os atos e fatos que aconteceram durante o julgamento da ex-presidente Dilma determinaram atenção constante ao desenrolar da Comissão julgadora do impedimento. Conflitos de assuntos ou conflitos de interesses?

Respondo, nenhuma dessas coisas, ou todas elas ao mesmo tempo. Para quase tudo na vida, sempre há controvérsias, principalmente, no campo das ciências humanas e até mesmo nas exatas. Mas onde existem mais controvérsias tem sido mesmo na tal Ciência Política, um campo das ciências humanas. Mistura de psicologia, sociologia, ideologia, e ambições pessoais ou corporativas, também da sociedade como um todo, para não agregar outros ingredientes na panela dos fatos e atos mundiais. Aqui como acolá, os problemas são iguais, porém as soluções sempre diferentes. Tudo pode se encerrar em vontade política pessoal, partidária, ou ideológica, ou ainda, anárquica.

Sem assunto hoje, porque são tantos, escrever sobre o que?

Assuntos repetitivos no campo político e econômico. Veja só, a determinada operação Lava-Jato, continua apresentando denúncias, delações, provas (que dizem que não há), etc. Milhares de páginas no MPF e na Polícia Federal cujo destino é sempre o juiz da primeira instancia, Sérgio Moro ou o STF, dependendo da área de jurisdição. Na primeira instancia há celeridade maior do que nos Tribunais Superiores. O fórum privilegiado, se parece, tem sido a principal causa dessa diferença de andamento processual.

Fica difícil não acreditar nesses estudiosos e concursados, quando se lembra a legitimidade das provas conseguidas até o momento. Incrível, há controvérsias radicais defendidas por alguns denunciados ou por seus procuradores.

O ex-presidente Lula socorre-se em manifestações públicas condenando as investigações e criticando severamente o Juiz de suas causas, até mesmo o desafiando de forma clara e testemunhada pelo Brasil inteiro, colocando como seu ícone da perseguição e do despreparo, esse valoroso, independente, qualificado e concursado Juiz Sérgio Moro. Absurdamente, ele (Lula) é mesmo capaz de tudo, para salvar a própria pele, supostamente, mentindo sobre as delações que lhe enquadram em crimes gravíssimos contra a nação.

Imagine, amigos e seus secretários de muitos anos, não importando quem os indicaram, mas de sua convivência próxima, dirigindo as Estatais e os Fundos de Pensão do país – mais relevantes, reconhecidos e acreditados pelo mercado (até um dia desses). E, subitamente, são desconstruídos pelo ex-presidente, mentor da ex-presidente, sob a negação de conhecimento.

Imagine possuir uma adega incomum no Brasil (talvez mais seletivas do que as importadoras privadas); acomodar pertences pessoais em apartamentos e chácaras; pagar depósito de bens da União levados à custa do tesouro nacional, para armazenamento. E tantas outras referências sem que ele soubesse ou tivesse sua autorização. Ainda que os bens imóveis não sejam dele, foi clara vantagem do cargo o usufruto, todos bondosamente autorizados por empreiteiras e outros supostos donos (menos por ele).  E um filho que de uma hora para outra se torna um milionário. Nem o personagem fictício do “talentoso Ripley” conseguiria isso.

Pois não é: sobre o que escrever mesmo?

Bem, as redes sociais difundem que Lula que ser Santo dos Anjos, o personagem da novela Velho Chico. A criatividade dos brasileiros diz o contrário, pode até ser “Santo dos Capetas”. Fora disso, a salvação se parece para muitos cada vez mais difícil.

Em frases de efeitos, Lula já foi muito mais inteligente, mas deve ter pegado o vírus da convivência com a ex-presidente, para proferir bem humoradas frases, sem efeito algum, a não ser da ignorância.

Sobre o que escrever? Faltou assunto.

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