Temer escolhe senador tucano Aloysio Nunes como ministro das Relações Exteriores

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Aloysio Nunes (à direita) em reunião com o presidente Michel Temer e ministros. 15/06/2016. REUTERS/Ueslei Marcelino

O presidente Michel Temer escolheu o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), líder do governo no Senado, como novo ministro das Relações Exteriores, informou o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, esta quinta-feira (2).

Aloysio Nunes vai substituir o também tucano José Serra, que renunciou ao cargo na semana passada, por motivos de saúde.

“Homem público de larga experiência política, seja no Legislativo, seja no Executivo, o senador Aloysio Nunes Ferreira tem uma longa trajetória de engajamento nas causas da diplomacia brasileira e na agenda internacional do Brasil”, afirmou Parola em rápido briefing a jornalistas.

A ida de Aloysio Nunes para o Itamaraty vai acarretar em nova mudança na liderança do governo no Congresso. No final da semana passada, Temer substituiu André Moura (PSC-SE) por Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) como líder do governo na Câmara, além de criar o cargo de líder da maioria na Casa, entregue ao peemedebista Lelo Coimbra (ES).

Na quarta-feira (1), fontes do Palácio do Planalto haviam dito à Reuters que o senador tucano era o nome mais provável para o cargo, contra outras possibilidades apresentadas pelo PSDB, como o embaixador em Washington, Sérgio Amaral, uma opção mais técnica.

A decisão de quem seria o novo chanceler foi praticamente entregue pelo governo ao PSDB. Desde o anúncio da saída de Serra, o partido deixou claro que pretendia manter seu espaço no governo, e indicou três nomes. Além de Aloysio e Amaral, o do senador mineiro Antonio Anastasia, que não se interessou.

Na véspera do anúncio, uma fonte palaciana confirmou à Reuters que dependia apenas do partido a confirmação do nome de Aloysio, e do interesse do próprio senador, que no princípio chegara a afirmar que não queria

“O governo tem que deixar a base feliz”, justificou a fonte. O PSDB disputa palmo a palmo a influência no governo com o PMDB, partido de Temer. Ganhou a Secretaria de Governo, com o deputado Antonio Imbassahy, e tentou emplacar um nome no lugar de Alexandre de Moraes no Ministério da Justiça –nesse caso, perdeu para a ameaça de rebelião do PMDB na Câmara.

A posse de Aloysio Nunes no comando do Itamaraty ocorrerá na próxima terça-feira, conjuntamente com a posse do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) no Ministério da Justiça.

Deputado estadual em dois mandatos e federal em três oportunidades, Aloysio Nunes foi vice-governador de São Paulo durante o governo de Luiz Antônio Fleury Filho, do PMDB, partido ao qual era filiado.

Foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República e também comandou o Ministério da Justiça, durante o segundo governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.

Conquistou uma das duas vagas paulistas ao Senado em disputa em 2010 graças a uma arrancada impressionante nos últimos dias de campanha, após o ex-governador paulista Orestes Quércia, aliado do tucano, abrir mão de sua candidatura por problemas de saúde.

Em 2014 foi candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotada pela então presidente Dilma Rousseff (PT), que tinha como vice Temer.

Foi presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, quando aproveitou o cargo para fazer críticas duras e repetidas à política externa do governo de Dilma Rousseff e sua relação com os países da América do Sul classificados como “bolivarianos”.

Aloysio, como presidente da CRE, foi um dos parlamentares brasileiros que foram a Caracas, em junho de 2015, tentar visitar presos políticos venezuelanos. A comitiva mal conseguiu sair do aeroporto, e os parlamentares brasileiros acusaram o Itamaraty de não fornecer proteção aos viajantes.

Fonte: Reuters

 

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