A Embrapa está empenhada em criar meios para levar conhecimento, tecnologias e demais práticas desenvolvidas pela Empresa para multiplicadores, ou seja, atores do setor agropecuário que são responsáveis por fazer com que todo este conhecimento chegue ao campo e possa ser adotado pelos produtores de Rondônia. Neste sentido Foi realizada capacitação teórica e prática para 120 estudantes do curso técnico em agropecuária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Ifro), no município de Ariquemes.
Durante a ação os estudantes tiveram acesso às informações e puderam conhecer as tecnologias para soja, milho, Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) e Sistema Plantio Direto. A equipe do Ifro também abordou as culturas do abacaxi e da banana. Para a pró-reitora de Extensão do Ifro, Maria Goreth Reis, este tipo de atividade potencializa o aprendizado. “Por meio da parceria com a Embrapa podemos oferecer o acesso aos conhecimentos que estão sendo produzidos pela pesquisa e que já podem ser aplicados no campo”, afirma.
Sobre as capacitações, o engenheiro agrônomo da Embrapa Rondônia, Davi Oliveira explica que “essa estratégia tem a vantagem de poder capacitar os estudantes, futuros profissionais, formando agentes multiplicadores. Adicionalmente, também capacita os estudantes para que levem os conhecimentos adquiridos para a propriedade dos próprios pais, já que muitos são filhos de produtores”. “Trata-se de atuar com responsabilidade social, capacitando jovens do presente para uma agropecuária segura e sustentável do futuro”, completa o engenheiro agrônomo da Embrapa Rondônia Frederico Botelho.
Soja, milho, ILPF e Plantio Direto são destaques
Durante o evento os estudantes puderam conhecer as cultivares de soja da Embrapa recomendadas para Rondônia e uma novidade, o Sistema Cultivance, desenvolvido pela Embrapa em parceria com a BASF. É a primeira tecnologia com organismo geneticamente modificado totalmente desenvolvida no Brasil, desde as pesquisas em laboratório até a sua comercialização. O Sistema combina cultivares de soja geneticamente modificada e com grande potencial produtivo ao uso de um herbicida com amplo espectro para controle de plantas daninhas de folhas largas e estreitas de difícil controle, configurando, assim, um novo sistema de produção. O resultado dessa parceria é uma opção inovadora para os sojicultores brasileiros, que passam a contar com esse novo sistema de manejo.
Enquanto o plantio da soja está consolidado no Cone Sul de Rondônia, nas demais regiões a expansão está ocorrendo, principalmente, sobre áreas de pastagens degradadas que apresentam baixos índices produtivos. De acordo com o pesquisador da Embrapa Rondônia, Vicente Godinho, estima-se que mais de 70% das áreas de pastagem do estado estão com algum grau de degradação e a soja vem como uma alternativa para a recuperação destes solos, no sistema de integração lavoura-pecuária (ILP). Este sistema também foi apresentado aos estudantes e trata-se de uma estratégia de produção sustentável, que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais, realizadas na mesma área em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado, buscando efeitos sinérgicos entre os componentes do agroecossistema.
Já o Sistema Plantio Direto (SPD) é uma técnica conservacionista em que a semeadura é realizada sem as etapas de preparo convencional do solo, como aração e gradagem, ou seja, sem o revolvimento do solo. Nessa técnica, é necessário manter a cobertura permanente do solo, seja por plantas em desenvolvimento ou por resíduos vegetais. Essa cobertura protege o solo do impacto direto das gotas de chuva e das erosões, além de outros benefícios. O plantio direto pode ser considerado como uma modalidade do cultivo mínimo, em que o preparo do solo limita-se à linha de semeadura.
Para o milho foi abordado as principais práticas culturais e a comercialização. Rondônia é um dos principais produtores de milho da região Norte, sendo os municípios de Vilhena, Corumbiara, Chupinguaia e Cerejeiras – região do Cone sul do estado – os maiores produtores. O destaque é para o milho produzido em segunda safra, ou safrinha (semeado de janeiro a março), que vem ganhando ainda mais importância a cada ano.
Fonte: Embrapa-RO/Renata Siva
Foto: Assessoria