Como a Educação Brasileira deu no que deu.

 Um lampejo psicanalítico.

Pelo o que temos assistido no cotidiano de nosso país, a Educação brasileira chega ao caos. Antes da revolução industrial no Brasil, a educação era de excelente qualidade. Se pegarmos um aluno que na época fez o Ensino primário e compararmos com um graduando mediano do ensino superior perceberemos que o aluno que concluiu o ensino primário, (como era chamado na época) ganha em termos de habilidades gerais como: leitura, interpretação de texto, matemática, história, geografia e conhecimentos gerais.

A excelência da educação, porém, era para poucos. Só frequentavam a escola os filhos dos ricos, prioritariamente os filhos homens, porém não todos. Comumente os pais escolhiam um filho para estudar, o que era considerado mais inteligente, os outros ficavam cuidando da lavoura e pecuária, atividades prioritárias na época.

Com a queda da bolsa de Nova York (1929) que afetou diretamente o Brasil principalmente com a queda dos preços do café, os fazendeiros não tiveram como manter os agricultores, que migraram para as cidades, acontecendo o chamado êxodo rural que associado à revolução industrial no Brasil em 1930 sob o governo de Getúlio Vargas, levou a Educação brasileira a  uma enorme transformação.

Com o trabalho nas indústrias nas grandes cidades e a entrada das mulheres neste mercado de trabalho, a chamada classe popular passa a exigir, através de manifestos, a escola para seus filhos, obrigando o Governo a abrir escolas para atender este novo momento vivenciado pela situação econômica brasileira, surgindo a educação para as classes populares.

Com o surgimento desse movimento a educação desloca seu eixo qualitativo para o quantitativo.

Com o grande número da quantidade de escola a qualidade foi renegada, os professores que antes eram qualificados, respeitados como os juízes e recebiam altos salários, foram substituídos por professores semianalfabeto trabalhando com carga horária dobrada e recebendo salário de fome.

Quando a educação primava pela qualidade, os professores eram homens, com a qualidade em baixa e a quantidade de escolas exigida para atender a população das classes populares, os professores passam na sua grande maioria a ser mulheres.

 Como psicanalista, que sou, faço uma leitura subjetiva deste acontecimento “ Mulher não ganha nada, é doméstica é cuida dos filhos” certo ????? Veja a escuta psicanalítica que faço da ideologia dos governantes: portando aceitam ganhar pouco que é melhor que nada; certo???Agora vem o pior da leitura psicanalítica que se fez e perpetua até hoje, que é a seguinte:mulher cuida dos filhos, portanto cuidará dos alunos. Aí começa a derrocada na educação. Os dirigentes com suas políticas públicas destinadas a educação, substituem o termo ENSINO que é científico pelo termo CUIDAR que é social. Não sendo do interesse dos mandatários que a Educação de massa fosse de qualidade.  Pessoas escolarizadas que pensam, dão trabalho???? Exigem??? Criticam o estado de direto.

A escola deixa seu papel de ensinar e passa a cumprir a função social de cuidar dos alunos. Os pais não reclamam e todos ficam satisfeitos.

Este jogo de ideia permanece até os dias atuais, os pais interiorizaram que a escola tem que educar seus filhos e deixam para escola papel que é seu, e , não se preocupam com o ensino propriamente dito, sem perceber fazemos o papel dos governantes brasileiros que em momento algum colocou a educação como prioridade estabelecendo um jogo de “ faz de conta”,  se antes a educação funcionava em termo de qualidade, ela era para poucos (elite) se hoje é para todos, pobres e ricos, não tem qualidade. Resumindo, a educação no Brasil nunca funcionou. E agora ??????? Tem uma pedra no meu caminho…..no meu caminho tem uma pedra.

Elza Jacarandá

*Mestra em  Educação